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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Limpar as mãos com álcool parece proteger mesmo.


Um artigo para contradizer Paul Valery. Ele afirmou que “Tout que est simple est faux, tout ce qui n’est pas simple est inutilisable”, mas parece que isto nem sempre é verdade. O artigo Effectiveness of alcohol-based hand disinfectants in a public administration: Impact on health and work performance related to acute respiratory symptoms and diarrhoea (BMC Infectious Diseases 2010, 10:250. doi:10.1186/1471-2334-10-250) mostra que limpar as mãos com desinfetantes à base de álcool pode ter um feito protetor na saúde. Há vários dispositivos que liberam estes desinfetantes e que se tornaram populares, principalmente após o pânico (exagerado) da gripe H1N1. Eu mesmo tive dúvidas da efetividade da medida de desinfeção das mãos por este meio em lugares públicos.
O estudo relatado é um estudo de grupo intervenção-controle, prospectivo e controlado, com o objetivo de avaliar o impacto epidemiológico (e econômico) dos desinfetantes de mãos à base de álcool em ambiente de trabalho. Um grupo recebeu o desinfetante de mãos e o outro permaneceu sem intervenção. Os desfechos avaliados foram sintomas respiratórios e gastrintestinais (e dias de trabalho), os quais foram avaliados por questionário mensal pelo período de um ano, num total de 1.230 pessoas mês.
A desinfecção das mãos foi efetiva:
“Hand disinfection reduced the number of episodes of illness for the majority of the registered symptoms. This effect became statistically significant for common cold (OR = 0.35 [0.17 - 0.71], p = 0.003), fever (OR = 0.38 [0.14-0.99], p = 0.035) and coughing (OR = 0.45 [0.22 - 0.91], p = 0.02). Participants in the intervention group reported less days ill for most symptoms assessed, e.g. colds (2.07 vs. 2.78%, p = 0.008), fever (0.25 vs. 0.31%, p = 0.037) and cough (1.85 vs. 2.00%, p = 0.024). For diarrhoea, the odds ratio for being absent became statistically significant too (0.11 (CI 0.01 - 0.93).”
Será necessário averiguar se a medida é igualmente eficiente em outras situações, mesmo porque os “Volunteers in public administrations in the municipality of the city of Greifswald” dificilmente podem representar tudo que se passa em outros países.
Conflito de interesse: Não tenho qualquer participação, nem ações, de companhias de desinfetantes nem de dispensadores de desinfetantes, mas os autores têm: “The authors declare a financial competing interest: GK is employed by Bode Chemie GmbH, Hamburg, Germany. NOH and AK received financial support for research from Bode Chemie in the past. All other authors declare no conflict of interest.”
Ilustração: Bactérias na mão.

domingo, 31 de maio de 2009

Quem tem as mãos mais contaminadas? Homem ou mulher?

Post de Sérgio Arruda

É sabido que as mulheres tem mais cuidado e carinho com as mãos do que os homens. Das mais as menos vaidosas, todas de vez em quando vão a manicure para cuidar das unhas e muitas usam creme para deixar as mãos macias. Já os homens não dão grande importância para as mãos.

Sabidamente as mãos são importantes para ambos os gêneros e nosso progresso evolutivo como espécie dependeu muito do uso da mãos, homo habilis.

Dependendo das mãos para quase tudo (trabalhar, comer, e etc) consequentemente as mãos são grandes carreadores de sujeira (bactérias, vírus etc) e transmissão de doenças.

Lavar as mãos é o melhor indicador de higiene pessoal, mesmo médicos precisam ser lembrados de lavar as mãos. Veja artigo. ROTTER M L. Hand washing and hand disinfection. In: MAYHALL C G. Hospital epidemiology and infection control. Williams & Wilkins. Baltimore. 1996; 1054- 69.

Mas afinal quantos tipos de bactérias temos nas mãos e quem tem as mãos menos contaminada. Os homens ou as mulheres?

A resposta já foi publicado no PNAS The influence of sex, handedness, and washing on the diversity of hand surface bacteria

Resumo do artigo:

Bacteria thrive on and within the human body. One of the largest human-associated microbial habitats is the skin surface, which harbors large numbers of bacteria that can have important effects on health. We examined the palmar surfaces of the dominant and nondominant hands of 51 healthy young adult volunteers to characterize bacterial diversity on hands and to assess its variabil- ity within and between individuals. We used a novel pyrosequencing-based method that allowed us to survey hand surface bacterial communities at an unprecedented level of detail. The diversity of skin-associated bacterial communities was surprisingly high; a typical hand surface harbored >150 unique species-level bacterial phylotypes, and we identified a total of 4,742 unique phylotypes across all of the hands examined. Although there was a core set of bacterial taxa commonly found on the palm surface, we observed

pronounced intra- and interpersonal variation in bacterial community composition: hands from the same individual shared only 17% of their phylotypes, with different individuals sharing only 13%. Women had significantly higher diversity than men, and community composition was significantly affected by handedness, time since last hand washing, and an individual’s sex. The variation within and between individuals in microbial ecology illustrated by this study emphasizes the challenges inherent in defining what constitutes a ‘‘healthy’’ bacterial community; addressing these

challenges will be critical for the International Human Microbiome Project.

Outro artigo publicado na Science desta semana traz de novo o tema sobre microrganismos encontrados na pele. Neste não compara as diferenças entre gêneros, mas assusta pelo grande quantidade de microrganismos encontrados. Topographical and Temporal Diversity of the Human Skin Microbiome.

Conclusão.

Diferenças de gênero à parte, todos devemos lavar as mãos com mais freqüência. Se quiser adicionar algum anti-séptico, álcool 70% ou gel tem sido o mais usado em hospitais, mas a remoção mecânica através da lavagem freqüente das mãos parece ser mais eficiente.

TIPOS DE ANTI-SÉPTICOS

ÁLCOOL(60% A 90%): etílico, n-propílico, isopropílico

GLUCONATO DE CLOROHEXIDINA (0,5% c/álcool; 2%; 4%)

IODO E IODÓFOROS (0,05%... 10%; 2%)

TRICLOSAN (0,3%;1%;2%)

PARA-CLORO-META-XYLENOL