quinta-feira, 30 de abril de 2009

Google e a gripe suína

Em 2008, Google desenvolveu uma ferramenta capaz de predizer a incidência da gripe estacional nos Estados Unidos baseando-se nas buscas que os internautas do país realizam sobre a enfermidade. A companhia mantém que, graças a Google Flu Trends, são capazes de adiantar-se aos dados do Centro para o Controle e Prevenção de Enfermidades (CDC) em, pelo menos, duas semanas.

Agora a Google lançou o Experimental Flu Trends for Mexico, veja o quadro acima.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Alerta de pandemia da febre suína em fase 5

Hoje a OMS aumentou o alerta sobre a pandemia da febre suína de fase 4 para fase 5.

Current level of influenza pandemic alert raised from phase 4 to 5
29 April 2009 -- Based on assessment of all available information and following several expert consultations, Dr Margaret Chan, WHO's Director-General raised the current level of influenza pandemic alert from phase 4 to 5. She stated that all countries should immediately activate their pandemic preparedness plans. At this stage, effective and essential measures include heightened surveillance, early detection and treatment of cases, and infection control in all health facilities.
Statement by WHO Director-General
Full coverage of swine influenza


A Nature preparou uma página especial:

http://www.nature.com/news/specials/swineflu/index.html


Para se manter informado, há várias fontes de qualidade. Vejam as contribuições dos Drs. Sérgio Arruda e José Tavares-Neto e da Bibl. Martha Silvia Martínez Silveira:


Do CDC:

Interim guidance on infection control, treatment, and chemoprophylaxis for swine influenza is available at http://www.cdc.gov/flu/swine/recommendations.htm. Additional information about swine influenza is available athttp://www.cdc.gov/flu/swine/index.htm.


Na página do PubMed

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez


Gripe Suína Humana

Leituras recomendadas*:

1) http://www.cdc.gov/swineflu/investigation.htm

2) http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/mm58d0424a1.htm

3) http://www.who.int/csr/disease/swineflu/en/index.html).

4) http://www.nyc.gov/html/doh/html/home/home.shtml

5) http://ecdc.europa.eu/

6) http://www.cdc.gov/swineflu/rss/?s_cid=tw_epr_54

(*) Levantamento da Bibl. Martha Silvia Martínez Silveira Berbert do CPqGM/FIOCRUZ


Programa de pós-doutorado em saúde humana

Com o objetivo de fomentar atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação em áreas estratégicas, a cada ano, serão concedidos até 30 auxílios financeiros pelo Ministério da Saúde (MS), oriundos do Fundo Nacional de Saúde, no valor máximo de R$ 100 mil no 1º ano e R$ 50 mil nos quatro anos subsequentes, por projeto de pesquisa.


Também serão concedidas 30 bolsas de pós-doutorado, para o período de execução do projeto, com recursos oriundos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).


A iniciativa, parte do Programa de Estágios Pós-Doutorais em Saúde Humana - Pós-Doc SUS -, terá a vigência de cinco anos e será destinada a jovens doutores de grupos de excelência, selecionados por meio de chamadas públicas anuais.


Os temas de investigação serão definidos pelo Ministério da Saúde, em conformidade com as prioridades definidas na Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde e no Programa Mais Saúde, componentes do Programa de Aceleração do Crescimento.


Por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit), da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, o MS investirá R$ 45 milhões nos projetos apresentados e o MEC, por meio da Capes, investirá cerca de R$ 30 milhões em bolsas para os pesquisadores ao longo dos nove anos, pois as bolsas aprovadas no edital de 2013 - último ano previsto para o programa - terão vigência até 2017.


Em 2009, no edital com previsão de lançamento em maio, as linhas de pesquisa serão: pesquisa biomédica, pesquisa em saúde coletiva e desenvolvimento de produtos industriais em saúde. O edital poderá ser encontrado na página da Capes e do Decit.


Termo de cooperação e assistência técnica


Lançado em abril de 2009, o Programa de Estágios Pós-Doutorais em Saúde Humana - Pós-Doc SUS - é resultado do Termo de Cooperação Técnica firmado entre o MS e o MEC, em 29 de maio de 2008, com o intuito de desenvolver ações de capacitação de recursos humanos.


A expectativa é que, de acordo com prioridades do SUS, o acordo contribua para a formação de pesquisadores no campo da ciência, tecnologia e inovação em saúde e para a consolidação de cursos, programas e estratégias de educação na área da saúde.

(Informações da Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde)

Concurso em Rondonia

FACULDADE SÃO LUCAS

PROCESSO SELETIVO PARA MAGISTÉRIO ENSINO SUPERIOR

A Faculdade São Lucas de Porto Velho - RO inicia processo seletivo para o magistério ensino superior na seguinte área:

Medicina com titulação mínima de especialização na ÁREA DE SAÚDE (resolução CES/CNE 01/2007) para atuar em Clínica Médica e Clínica Cirúrgica.

Quem interessar deve enviar Currículo Lattes para: selecao@saolucas.edu.br .

A instituição oferece oportunidade de envolvimento em atividades de pesquisa e extensão e estimula o ingresso em programas de pós-graduação Stricto Sensu.

Salários iniciais:

Especialista: R$6.500,00 (20 horas)

Mestre: R$8.000,00 (20 horas)

Doutor: R$9.000,00 (20 horas)

O processo seletivo será realizado a partir de maio de 2009 nas cidades de São Paulo, Campo Grande, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Mais informações, em horário comercial local: (69) 3211-8024 e 3211-8019.

www.saolucas.edu.br

terça-feira, 28 de abril de 2009

Obama na Academia Nacional de Ciências

Do site Biocurious:

Obama to National Academy of Sciences: Long Term Investment in Basic Science Will Help Meet Generational Challenges

Posted 27 April 2009 by Andre under

The text from Obama’s speech to the National Academy of Sciences has been released by the Office of the Press Secretary. He says a lot of promising things about research funding including going forward with the Advanced Research Projects Agency for Energy (ARPA-E), doubling the budget of the NSF, DOE, and NIST, and increasing funding for the NIH. On the political side, he is announcing the members of the President’s Council of Advisors on Science and Technology (PCAST) that he promises to work closely with because to “undermine scientific integrity is to undermine our democracy.” Obama also discussed plans for a program to encourage states to improve their K-12 science education by competing for $5 billion in federal funds as part of the Secretary of Education’s “Race to the Top” program.

These announcements are more evidence that Obama recognizes the importance of basic research in solving some of humanity’s most pressing problems. He also understands the critical role that government funding plays in basic research and that the outcomes of this research are inherently unpredictable:

The fact is, an investigation into a particular physical, chemical, or biological process might not pay off for a year, or a decade, or at all. And when it does, the rewards are often broadly shared, enjoyed by those who bore its costs but also by those who did not.

That’s why the private sector under-invests in basic science – and why the public sector must invest in this kind of research. Because while the risks may be large, so are the rewards for our economy and our society.

No one can predict what new applications will be born of basic research: new treatments in our hospitals; new sources of efficient energy; new building materials; new kinds of crops more resistant to heat and drought.

Finally, it’s always nice to see one’s field mentioned explicitly by the higher-ups. In the discussion of restoring science to its rightful place, Obama states that in “biomedicine, for example, this will include harnessing the historic convergence between life sciences and physical sciences that is underway today.”

In the end, this is still just a speech, but we already have evidence that Obama is serious about science given his appointment of Steven Chu as energy secretary and the boost to science in the stimulus package. I’m hopeful that he will follow through on these promises and that he will get the support he needs in congress.

Cem anos da Doença de Chagas



Por ocasião dos cem anos da descrição da Doença de Chagas, a FIOCRUZ preparou um portal com bastante informação sobre o assunto. Veja alguns trechos abaixo.

“Em Lassance, Chagas empreendeu exames sistemáticos de sangue nos moradores. Ao examinar animais domésticos, verificou a presença do T. cruzi no sangue de um gato. No dia 14 de abril de 1909, encontrou finalmente o parasito no sangue de uma criança febril. Em nota prévia publicada no Brasil Médico, uma das principais revistas médicas do país, anunciou a descoberta:

“Num doente febricitante, profundamente anemiado e com edemas, com plêiades ganglionares engurgitadas, encontramos tripanossomas, cuja morfologia é idêntica à do Trypanosoma cruzi. Na ausência de qualquer outra etiologia para os sintomas mórbidos observados e ainda de acordo com a experimentação anterior em animais, julgamos tratar-se de uma tripanossomíase humana, moléstia ocasionada pelo Trypanosoma cruzi, cujo transmissor é o Conorrhinus sanguissuga.”

Aos 22 de abril, ao mesmo tempo em que o Brasil Médico trazia em suas páginas a descoberta feita no norte de Minas, o feito foi comunicado, em sessão da Academia Nacional de Medicina, por Oswaldo Cruz, que leu um trabalho escrito por Chagas. A imprensa deu destaque ao episódio, reverenciado como uma das “glórias de Manguinhos”.

Carlos Chagas e a descoberta de uma nova tripanossomíase humana

Simone Petraglia Kropf, Casa de Oswaldo Cruz,


“Durante o trabalho que vinha desenvolvendo no combate à malária na área de Lassance, Minas Gerais, Carlos Chagas encontra uma nova forma de tripanossomo ao analisar o sangue do sagüi Callithrix penicilata, descrevendo-o como Trypanosoma minasense em 1908 (o trabalho foi publicado no Brazil-Medico em 1908 e em 1909 no Archiv für Schiffs- and Tropenhygiene, na Alemanha). Meses antes da descoberta de Chagas, outro tripanossomo de macaco sul-americano tinha sido descoberto por Herbert von Berenberg-Gossler enquanto procurava parasitos da malária no macaco amazônico Brachyurus calvus, vulgarmente conhecido como cacajao. A esta nova espécie, Berenberg-Gossler denominou Trypanosoma prowazeki em homenagem ao protozoologista tcheco Stanilas von Prowazek.

A descoberta do Trypanosoma cruzi e os estudos sobre tripanossomos no início do século XX

Magali Romero Sá, Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz

Imagens: Carlos Chagas e o original do manuscrito publicado nas Mem. Inst. Oswaldo Cruz; 1(2):159-218, ago. 1909.


Aumento de doutores na indústria brasileira

O Inovação UNICAMP divulga que “A indústria de transformação brasileira ampliou a contratação de mestres e doutores empregados em atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) entre 2003 e 2005, de acordo com os dados da Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada unicamente naqueles dois anos. O resultado foi obtido pela análise dessas informações feita pelos pesquisadores André Furtado, Silvia Angélica Domingues e Sabine Righetti, do Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências (DPCT-IG) da Unicamp. O número absoluto de doutores empregados em P&D nas empresas inovadoras da indústria de transformação passou de 681 em 2003 para 1.189 em 2005; o número de mestres ocupados em P&D passou de 2.387 para 3.132.”

O trabalho "A ampliação dos recursos humanos em P&D na indústria" foi publicado na revista Conhecimento e Inovação em 2009.

Os setores da indústria que mais empregaram doutores e mestres foram o químico, o de equipamentos médico-hospitalares, o de produção e refino de petróleo, o de produtos alimentícios e bebidas e o de material eletrônico e aparelhos e equipamentos para comunicações.

O maior crescimento ocorreu no setor de equipamentos médico-hospitalares, mais ainda tem uma frequencia muito baixa (0,21% em 2005).

Chama a atenção que setores de alta tecnologia apresentaram comportamento contrário. O setor aeronáutico, no qual o Brasil detém posição de destaque, possui um percentual de doutores muito baixo....."Isso tem uma explicação bastante óbvia. Na realidade, as empresas que têm atividade de P&D no Brasil fazem mais desenvolvimento do que pesquisa. Então não precisam tanto de doutores", apontou André Furtado em entrevista a Inovação.

Apesar do aumento, o nosso índice de mestres e doutores no setor industrial ainda é muito baixo para os padrões internacionais. Esperemos que a tendência de crescimento continue.

Ilustração: Dados da NSF (EEUU) Bureau of Labor Statistics.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Mudança na Universidade

Achei muito interessante o post abaixo do De Rerum Natura, Mudanças na universidade portuguesa de Desidério Murcho. Deixei o título acima sem a menção de portuguesa, porque creio que as mudanças previstas não são exclusivas de Portugal. Há reitores inovadores e admiradores do mercado em outras plagas. Merece leitura.


“O excelente artigo de Carlos Fiolhais sobre os problemas de financiamento das universidades portuguesas recebeu hoje mesmo uma resposta do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Professor Dr. Mariano Gago.


O novo plano de financiamento exige que as universidades despeçam a generalidade dos seus professores, não sem antes gravar as suas aulas em vídeo de alta definição, que será disponibilizado gratuitamente na Internet, numa parceria com o YouTube. Deste modo, o professor recebe apenas pelas aulas que efectivamente deu, mas não pela sua repetição, ano após ano. Os alunos podem assim assistir às aulas sem que o estado tenha de pagar os ordenados a tantos professores. A avaliação pode facilmente ser realizada pelos próprios alunos, num sistema democrático de auto-avaliação. Isto permite diminuir brutalmente os custos.


Quanto à investigação, o professor será pago apenas à peça. Cada professor pede financiamento ao grande público, usando uma plataforma Web desenvolvida em parceria com o Google. Se as pessoas tiverem curiosidade sobre os resultados da investigação, dão donativos. Se esses donativos não chegarem ao montante estabelecido pelo professor, este não realizará a sua investigação.


Alguns responsáveis sindicais protestaram já, temendo que o grande público não financie os professores, mas o Ministro garantiu que os professores que não tiverem o apoio popular poderão trabalhar na limpeza das universidades, pagos à semana. “Desse modo”, afirmou o Ministro, “elimina-se também o elitismo de os professores se recusarem a lavar sanitas. Afinal, se todos as usamos, por que razão não podemos todos lavá-las?”


Esta medida revolucionária de financiamento está a ser seguida atentamente por algumas das mais prestigiadas universidades do mundo, como o MIT, Harvard, Princeton e NYU. “A poupança prevista por este modelo de financiamento é inegável”, afirmou um responsável de Princeton. “E se realmente podemos ter o mesmo mais barato, por que haveremos de ter o mesmo mas mais caro?”


Ilustração: Biblioteca Universidade de Coimbra (não mudou, ainda....)

Rumo a vacinas mais eficientes Agencia FAPESP

Rumo a vacinas mais eficientes

Em dois estudos, equipe coordenada por brasileiro mapeia o desenvolvimento das células que acionam a produção de anticorpos e sugere nova estratégia de combate ao HIV

Ricardo Zorzetto

Edição Online - 22/04/2009



Pesquisa FAPESP -

© Gabriel Victora e Tanja Schwickert/Science


Nos últimos meses o grupo do imunologista brasileiro Michel Nussenzweig, da Universidade Rockefeller, em Nova York, avançou dois passos em direção ao desenvolvimento de vacinas mais eficientes. Anunciadas em dois artigos publicados na Science e na Nature, duas das mais prestigiosas revistas científicas do mundo, essas descobertas devem contribuir para uma nova forma de se produzir vacinas, que vem sendo chamada de concepção inteligente de vacinas: o uso de informações genéticas para obter compostos capazes de gerar defesas mais eficazes contra vírus, bactérias ou outros parasitas. “O desenho inteligente de vacinas é a forma de se pensar vacinas do século 21”, comenta Nussenzweig.

O mais recente desses avanços, apresentado na capa da edição de 17 de abril da Science, é a identificação de como surgem e se desenvolvem as células do sistema de defesa que detectam a invasão de microrganismos e acionam a produção de anticorpos, proteínas que neutralizam e ajudam a eliminar os agentes externos que infectam o organismo. Chamadas de dendríticas por apresentarem prolongamentos que lembram os ramos de uma árvore (déndron significa árvore em grego), essas células identificam os vírus, as bactérias e outros invasores e, com movimentos semelhantes aos dos braços de um polvo, os envolvem, engolem e destroem – mecanismo conhecido como fagocitose. Em seguida as células dendríticas expõem em sua própria superfície pedaços do invasor e os apresentam a outro grupo de células de defesa, os linfócitos T, que, por sua vez, acionam os linfócitos B, produtores de anticorpos.

Células dendríticas maduras, prontas para induzir a produção de anticorpos, são encontradas em órgãos do sistema linfático como o baço e os linfonodos. Também estão presentes na pele e nas membranas que revestem órgãos em contato direto ou indireto com o ambiente, como o nariz, os pulmões e os intestinos. Mas há quase quatro décadas se tentava descobrir quais células do sistema de defesa as originavam.

No laboratório de Nussenzweig, a pesquisadora Kang Liu teve a ideia de usar proteínas encontradas exclusivamente nas células dendríticas maduras para identificar suas precursoras. Da medula óssea de camundongos, ela isolou as candidatas a progenitoras das células dendríticas marcadas com uma proteína verde fluorescente e as injetou em roedores geneticamente idênticos. Com o auxílio de um microscópio especial que permite ver as células em atividade no corpo de animais vivos, Kang Liu, Tanja Schwickert e o imunologista brasileiro Gabriel Victora acompanharam o percurso que faziam no corpo dos camundongos.

A equipe da Rockefeller confirmou que as células dendríticas de fato surgem no interior dos ossos, assim como as demais células do sistema de defesa, e ainda imaturas chegam à corrente sanguínea e se espalham pelo corpo. Parte delas se aloja no baço e nos linfonodos, onde amadurecem e até que, cerca de uma semana mais tarde, estejam prontas para identificar os invasores.

Diferentemente do que muitos imunologistas acreditavam, as células dendríticas evoluem a partir de progenitores distintos dos que geram outras células de defesa especializadas em realizar a fagocitose sem ativar a produção de anticorpos. Estas são produzidas a partir dos monócitos, enquanto as primeiras são geradas por células chamadas de precursores de células dendríticas, verificou o grupo de Nussenzweig.

“Conhecer a origem precisa dessas células é fundamental para que se saiba como podem ser manipuladas para a obtenção de vacinas”, explica Victora. Acredita-se que seja possível gerar uma resposta imunológica mais eficiente ao fornecer às células dendríticas moléculas que elas reconheçam como sendo de microrganismos invasores. Na forma tradicional de produção de vacinas, buscam-se, por tentativa e erro, pedaços maiores ou formas inativas de vírus ou bactérias para estimular a fabricação de anticorpos.

Coquetel natural antiHIV – Em outro trabalho, publicado em 2 de abril na Nature, a equipe do imunologista brasileiro apresentou uma provável explicação para ainda não se ter conseguido uma vacina eficiente contra o HIV, o vírus causador da Aids. As vacinas testadas até o momento tentam impedir o vírus de invadir as células do sistema de defesa estimulando a produção de apenas um ou dois anticorpos diferentes que aderem a sua superfície. O imunologista alemão Johannes Scheid, pesquisador visitante no laboratório de Nussenzweig, constatou que não é isso que ocorre no organismo de pessoas que naturalmente conseguem conter o avanço do vírus.

Analisando amostras de sangue de seis pessoas cujo sistema imunológico evita a proliferação do vírus (são os chamados controladores de elite), Scheid constatou que elas produzem algumas dezenas de variedades distintas de anticorpos – uma espécie de coquetel natural de anticorpos – que se conectam a pontos diferentes do vírus, impedindo sua entrada nas células. “Com base nesses resultados, parece mais promissor tentar produzir uma vacina com ação mais global que simule o que acontece no organismo dos indivíduos que combatem o vírus naturalmente”, diz Nussenzweig. Ainda serão necessários anos de pesquisa até que se consiga uma vacina com essas propriedades, uma vez que ainda não se sabe, por exemplo, qual proporção de cada anticorpo seria necessária para neutralizar o HIV.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ativista dos direitos animais procurado como terrorista

O sítio The Great Beyond noticia que um ativista dos direitos dos animais foi colocado na lista de terroristas procurados pelo FBI.

FBI puts animal activist on Most Wanted list - April 22, 2009

An animal rights activist has been added to the FBI’s Most Wanted list, ranking him among terrorists such as Osama Bin Laden and Ayman Al-Zawahiri.

Daniel Andreas San Diego is wanted for allegedly bombing two biotechnology facilities near San Francisco, says the FBI. He is the first US ‘domestic terrorist’ to make the Most Wanted list.

Both of the buildings bombed were apparently targeted for doing business with Huntingdon Life Sciences, a company that has long been targeted by animal rights extremists.

Já divulgamos a iniciativa inglesa do ProTest em favor do uso ético de animais ma pesquisa científica.

O que temos feito no Brasil para garantir a pesquisa biomédica?


quarta-feira, 22 de abril de 2009

Dia da Terra

Post de Sérgio Arruda

Foto da Terra

O Dia da Terra foi criado em 22 de abril de 1970 quando o então Senador americano Gaylord Nelson convocou o primeiro protesto nacional contra a poluição. Naquela data, mais de 20 milhões de pessoas nos EUA se engajaram imediatamente para manifestar a sua preocupação com a degradação ambiental. A partir de 1990, o Dia da Terra passou a ser adotado em vários países ao redor do mundo e a sua comemoração vem se tornando um evento internacional.

Tem fotos da Terra (como a que ilustra o post) no site da NASA.


10 fatos que você desconhece sobre a Terra. Vá ao site para saber mais.


Veja o especial sobre o Planeta Terra feito pela Discovery e que promove o filme deste canal lançado hoje.


Biblioteca Digital Mundial

Foi lançada a Biblioteca Digital Mundial, um arquivo on-line gratuito, coordenado pela UNESCO. A biblioteca pode ser pesquisada em sete idiomas, incluindo o português, e inclui reproduções de livros, manuscritos e documentos visuais e sonoros constantes em bibliotecas de todo o mundo.

Há vários ítens da América Latina e Caribe (só a Europa tem maior número), com uma contribuição grande do Brasil. Acima um mapa da Baía de Todos os Santos baixado da BDM.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Indicação musical: Barlavento


Davizinho e Hamilton lideram o Barlavento (antigo Barravento) com músicas muito boas. O Barlavento é um excelente conjunto de samba de roda, com forte influência de Mutá. Já quase mutante, Ricardo Cruz tem duas músicas no disco novo do Barlavento.


Não está disponível para embedding, segue o enlace abaixo.

Barlavento

http://xradiostage.com/artist/index.php?member=1347


Para ficar mais charmoso, veja a apresentação que está no Xradiostage

BarLavento is a Brazilian band, located in Salvador, Bahia, that plays a traditional and ancient kind of music made by african slaves called "Samba de roda" that in English could be like "Roots Samba". One place that brings huge influence to the band is the very small village "Muta" where one of the leaders of BarLavento Davizinho de Muta was born. Since a child Davizinho learned the Samba de roda within that community. Even nowadays, the people of Mutá(mostly fishermen) keep the tradition, singing during wok time, building their houses. After work, they still sing the same songs, however in faster versions. The leaders of BarLavento Hamilton Reis e Davizinho de Mutá have been played in many places of Brazil for more then ten years. Besides, during 2000, 2001, 2003, 2005 they played in Europe, bringing the "Samba de roda" to countries like England, France, Spain and Italy.In this time, BarLavento could show its music in some festivals such as Des Suds in Marseilles and the Music Festival Live in Vic. The band has just finished its first CD called "O buraco de Maroca" In Houaiss Dicionary, barlavento means "Direction where wind comes".


segunda-feira, 20 de abril de 2009

Volta do sítio antigo



O velho sítio está de volta (eu acho mais fácil de usar).
Retornou quase normal, veja lá.
http://web.me.com/mbarralnetto/LIMI/Blog/Blog.html

Células tronco e diabetes


O grupo do Dr. Julio Voltarelli, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), publicou um importante trabalho no JAMA (Fator de Impacto = 25.5) “C-Peptide Levels and Insulin Independence Following Autologous Nonmyeloablative Hematopoietic Stem Cell Transplantation in Newly Diagnosed Type 1 Diabetes Mellitus”. No estudo eles demonstram que alguns pacientes ficam mais de 3 anos com independência de insulina e controle glicemico adequado.

O trabalho recebeu comentário do The Great Beyond (The Nature blog that rounds up science news from around the world).

O estranho é que a notícia diz: “Researchers from America and Brazil treated 23 patients with type 1 diabetes ...” Quando há apenas um americano entre os autores e o senior author é brasileiro.

Michel, Shapin e a vida científica


Michel Rabinovitch enviou o post abaixo, com uma excelente indicação:

"anexo um book review do livro recente de Steven Shapin, A Moral History of a Late Modern Vocation (trata-se da velha Ciência e não de igreja evangélica).

Deresuewucz, professor de literatura aposentado, e critico literário de sucesso, a meu ver dissecou corretamentr o livro de Shapin, historiador e sociólogo de ciência (hoje de Harvard) de apreciável prestigio...

Se vc quizer, coloque o texto no blog ou pelo menos envie para recipientes interessados do Instituto e da Universidade.

Estou aos poucos abandonando macrófagos e células enucleadas, trocadas pela Republica da Ciência, que começou como Conferencia na Biblioteca Municipal para professores de secundário, em 2004, fez o circuito de Campos, R. Preto, UENF, USP, sempre modificada, e que agora está sendo transformada em curso eletivo de 5 aulas. Isto me faz ler uma montanha de livros e artigos, buscando entender melhor aquilo do que falo...

Se quizer posso enviar uma lista de livros que possuo – os títulos por só já servem de indicar dos problemas que encontra nossa querida Republica....Tenciono escrever uma lista anotada dos livros q são fontes para quem quizer entrar no lamaçal."

Lab Test: Who Profits From Scientific Research? By William Deresiewicz

REVIEW OF The Scientific Life: A Moral History of a Late Modern Vocation by Steven Shapin

"The most striking thing about the way we talk about science these days is just how little we talk about it at all. No large fundamental question focuses our attention on the adventure of discovery; no grand public project stirs our reflection on the perils of technological control. Nothing for decades has approached the imaginative impact of relativity or the double helix, the moon landing or the bomb. Even genetic research, which generates so much attention in the media, is understood more as a medical issue--news you can use--than an issue of science as such. And if we talk about science very little, we talk about the scientist even less. The old stereotypes, once so evocative--the genius, the benefactor, the madman--have lost their potency. No Einstein or Pasteur anymore, no Frankenstein or Strangelove. Scientific research has become so highly collaborative, so much a group endeavor, that the investigators have been eclipsed by the explainers--the Sagans and Pinkers and Gladwells. Science has become so pervasive a part of the way things run that, like the servants in a Victorian household, the people who actually make it happen have disappeared into the wallpaper."

Veja a review completa, publicada no The Nation, 16/04/2009.

About William Deresiewicz

William Deresiewicz is a regular contributor to The Nation's Books & the Arts section. He was nominated for a 2008 National Magazine Award for reviews and criticism.


Concurso Parasitologia em Ribeirão Preto


Estamos com um concurso aberto para contratar um parasitologista aqui na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP. A data de abertura das inscrições é 17/04 e o encerramento do prazo de inscrições é dia 15/06.
Esse concurso é uma reedição de um anterior que ocorreu sem que nenhum candidato fosse selecionado. Peço encarecidamente que divulguem a abertura dessa vaga aos 4 ventos (ou mais).
Os detalhes do edital, lista de pontos e formato do concurso (que tem uma prova didática, exame do memorial e projeto de pesquisa a ser desenvolvido) estão disponíveis na página da FMRP http://www.fmrp.usp.br.

Angela Cruz

Bartolomeu de Gusmão: Primeiras patentes para brasileiro


Ontem se completaram 300 anos da concessão da patente do “instrumento para se andar pelo ar”, concedida no dia 19 de abril de 1709, em Lisboa ao padre Bartolomeu Lourenço. A “Passarola” foi representada como uma barca com formato de pássaro.

A primeira patente concedida a um brasileiro havia sido para o próprio Bartolomeu Lourenço de Gusmão para um “invento para fazer subir água a toda a distância e altura que se quiser levar”, expedida em 23 de março de 1707 pelo rei Dom João V.

Bartolomeu Lourenço de Gusmão, nascido em Santos, estudou na Capitania da Bahia, no Seminário de Belém, em Cachoeira, onde fez o seu primeiro invento. O seminário ficava num monte de cerca de 100 metros de altura e Bartolomeu planejou e construiu um maquinismo para levar a água do brejo até o seminário por meio de um cano longo. O invento foi testado com absoluto sucesso.

Terminado o curso no Seminário de Belém em 1699, Bartolomeu transferiu-se para Salvador, a capital do Brasil à época, e ingressou na Companhia de Jesus, de onde saiu antes de se formar jesuíta, em 1701.


Da Wikipedia:

Bartolomeu de Gusmão pede ao Rei de Portugal, D. João V, uma petição de privilégio para o que chamou o seu "instrumento de andar pelo ar". Em 19 Abril de 1709, por Alvará é-lhe concedido esse privilégio. Além do privilégio, D. João V decide passar a financiar o projecto de desenvolvimento e construção do aparelho. Bartolomeu de Gusmão dedica-se então por inteiro ao projecto, que é desenvolvido na Quinta do Duque de Aveiro em S. Sebastião da Pedreira (Lisboa).

Alguns meses depois, em 8 de Agosto de 1709, perante uma importante assistência presente na Sala dos Embaixadores da Casa da Índia que incluía o Rei, a Rainha, o Núncio Apostólico (Cardeal C

onti, mais tarde Papa Inocêncio XIII), bem como outros importantes elementos do Corpo Diplomático e da Corte Portuguesa, Bartolomeu de Gusmão fez voar um balão aquecido a ar, que subiu até ao tecto da sala.

Depois da espectacular demonstração, Bartholomeu de Gusmão inicia o desenvolvimento de uma versão tripulada e maior do seu balão. Esse desenvolvimento vem culminar num balão de enormes dimensões baptizado de Passarola. O enorme balão é lançado da Praça de Armas do Castelo de S. Jorge em Lisboa, tripulado provavelmente pelo seu próprio inventor, e faz uma viagem de cerca de 1 Km, vindo aterrar no Terreiro do Paço.

Com a Passarola de sua invenção, Bartolomeu de Gusmão torna-se assim num dos mais importantes pioneiros da aeronáutica mundial, ficando conhecido como "o Padre Voador".”

sábado, 18 de abril de 2009

Uma mulher admirável


Mais bem se trata de uma apologia às mulheres da esquerda. A Dra. Levi-Montalcini é uma Prêmio Nobel. Ela descobriu, em 1951, o neural growth factor (NGF). Ainda hoje, pesquisa, dá conferências e ajuda os menos favorecidos.

Sua fundação em Roma, promove programas de educação para mulheres africanas. Todas as manhãs, vai ao European Brain Research Institute (criado por ela) e supervisiona o grupo, totalmente composto de mulheres, que estuda o NGF.

Come uma vez por dia e dorme três horas por noite. Na vida e na ciência é totalmente de esquerda. Por uma questão de raciocínio, já que atribui as grandes tragédias da humanidade ao hemisfério cerebral direito: “É a parte dos instintos. Serviu para o Australopithecus descer das árvores. Ela é pouco desenvolvida e é a zona que os ditadores usam para que as massas os sigam. Todas as tragédias se apóiam neste hemisfério, que desconfia do que é diferente”.

A Dra. Levi-Montalcini não tem medo da morte e apóia a eutanásia “Quando já não possa raciocinar, espero que me ajudem a morrer com dignidade”.

No seu aniversário de 100 anos a professora não quer presentes nem festas. Dará uma conferência sobre o cérebro.

Uma pena que o centenário de um símbolo destes seja comemorado no governo de Berlusconi. Ela (e a Itália) mereciam alguém muito melhor.

Gens anti-envelhecimento: gens das sirtuinas

O elixir da juventude parece estar próximo. Por outro lado, o elixir será, provavelmente, da Glaxo Smith Kline, pelo que os candidatos ao uso devem começar a poupar. O elixir da longa vida não é resultado do trabalho de estudo da fisionomia de gêmeos. Dito de forma cruel, não é trabalho de cirurgião e sim de bioquímicos. Um artigo do Trends in Biochemical Sciences diz que as sirtuinas são a ligação entre disfunção mitocondrial, doenças metabólicas e envelhecimento.

Nos último anos, a pesquisa em envelhecimento seguiu três caminhos. Um deles é o efeito da restrição calórica e longevidade, demonstrado em diversas espécies. Uma segunda linha, buscava os gens mais envolvidos na esperança de vida. O terceiro caminho seguia o rumo que liga as doenças do envelhecimento com a biologia da senescência.

As sirtuinas são um grupo de proteínas cujos gens apresentam uma correlação positiva com longevidade, ou seja são gens anti-envelhecimento. As sirtuinas regulam importantes aspectos da biologia da mitocôndria e estas organelas têm sido relacionadas com envelhecimento e doenças do envelhecimento. O resveratrol (a substância do vinho tinto relacionada com os seus efeitos benéficos) é um ativador natural das sirtuinas. Assim, as sirtuinas podem ser o enlace entre as três vertentes da pesquisa em envelhecimento.

Além do mais, as sirtuinas são uma classe de enzimas passível de ser transformada em drogas, já que são alvo de intervenção com moléculas pequenas. Do resveratrol se originaram várias moléculas, os ativadores de sirtuinas, algumas bem mais potentes que o resveratrol, e muitas delas em ensaios clínicos de fase 2.

A Glaxo Smith Kline investiu somas enormes nos ativadores de sirtuinas e espera vendê-los como medicamentos contra as doenças da velhice. A esperança é que ao combater o diabetes e outros problemas metabólicos se possa prevenir doenças cardiovasculares, Alzeimer etc.

O aumento da expectativa de vida desde o início do século XX até hoje se deveu ao extremo sucesso da ciência ocidental sobre as doenças infecciosas através de vacinas, antibióticos e saneamento da água. A despeito do importante aumento da média de vida, não houve um aumento proporcional da vida máxima do homem. Continuam sendo muito poucos os indivíduos que superam os 110 anos (talvez não mais que 25 dos 6,8 bilhões de pessoas existentes hoje, segundo o National Aging Institute - NIH). Parece estarmos próximos de outra grande era na conquista de uma vida mais longa para o homem. A dúvida é se o planeta suporta esta espécie já tão numerosa e que parece decidida a viver por longo tempo. Que número poderemos atingir?

Desde 1935 se sabe que a restrição calórica prolonga a vida. A restrição calórica eleva os níveis de NAD o que estimula a atividade de SIRT1, a principal sirtuína. Isto ocorre em várias espécies, de leveduras a camundongos. Um único gen aumenta a longevidade numa ampla gama de espécies o que reforça sua importância. Adicionalmente, a restrição calórica aumenta a média da vida e também a vida máxima.

O uso de um ativador de sirtuínas, o SRT1720, em camundongos, confere todos os benefícios da dieta de poucas calorias: preveniu a obesidade em animais mantidos por 10 semanas em dieta hiperlipídica e evitou o desenvolvimento da resistência à insulina, numa publicação do grupo de Johan Auwerx de novembro passado na Cell Metabolism. Em 2009, o grupo tem uma publicação de SIRT1 e gasto energético na Nature. Em condições de pouca comida os mecanismos de prolongamento da vida são ativados, o que favorece a sobrevivência da espécie. Como no final dos San Firmines: “Pobre de mí”, como farei com a minha fome indomável?

Há uma excelente reportagem recente do El País neste tema.

Para aspectos científicos pode começar por alguns artigos da Science, em 2009, como Stress Response and Aging e Stress-Inducible Regulation of Heat Shock Factor 1 by the Deacetylase SIRT1.

Stress Response and Aging. Laura R. Saunders and Eric Verdin. Science 323:1021-1022, 2009 DOI: 10.1126/science.1170007

Ilustração: Jeanne Clement que, aos seus 13 anos, conhecera Vincent van Gogh e permanecia viva no centenário da morte (1990). Nascida em 1875 faleceu em 1997 com 122 anos.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Alternativas contra a leishmaniose (Ag. FAPESP)

Especiais

Alternativas contra a leishmaniose

17/4/2009

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – Um estudo realizado por pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, revelou que um medicamento genérico utilizado como vasodilatador para pacientes com isquemia cerebral apresenta potente atividade contra o parasita causador da leishmaniose.

A pesquisa, cujos resultados foram publicados na revista Parasitology Research , mostrou que a nimodipina, uma substância inibidora dos canais de cálcio, em ensaios in vitro, teve ação quatro vezes mais efetiva contra a leishmaniose visceral – a forma fatal da doença – que o glucantime, o fármaco-padrão hoje utilizado para o tratamento.

Coordenado por André Tempone, do Laboratório de Toxinologia Aplicada, do Departamento de Parasitologia do Instituto Adolfo Lutz, o estudo teve apoio da FAPESP na modalidade Auxílio a Pesquisa. Os outros autores do artigo são Noemi Nosomi Taniwaki e Juliana Quero Reimão.

De acordo com Tempone, a leishmaniose é considerada uma das doenças negligenciadas que, por serem típicas de regiões de baixa renda, não despertam o interesse da indústria farmacêutica para o desenvolvimento de novos medicamentos.

Dados do Ministério da Saúde mostram avanço da leishmaniose visceral no Brasil: houve um aumento de 61% entre 2001 e 2006, quando foram registrados 4.526 casos. Em julho de 2007 já haviam sido registrados mais de 3 mil casos da doença, fatal em mais de 90% dos casos sem tratamento.

"Como instituição do governo, acreditamos que temos a missão de buscar novos fármacos para doenças negligenciadas, por isso focamos nossas pesquisas nelas, tanto na vertente da inovação, com o desenvolvimento de protótipos farmacêuticos com base em produtos naturais, como também na adaptação de fármacos já existentes no mercado", disse Tempone àAgência FAPESP.