sexta-feira, 21 de agosto de 2009

É certo vender partes do seu corpo?

Em 29 de julho o blog ACP Internist (do American College of Physicians) divulgou uma notícia que não vi muita divulgação por aqui. Segundo o post “Is it wrong to sell your body?”, houve uma prisão em massa por corrupção em New Jersey e havia um grupo de rabinos envolvidos na venda de órgãos. Pelo menos de fazer negócios pouco lucrativos os rabinos não podem ser acusados. Eles comprovam de doadores pobres por cerca de US$10.000 e vendiam por US$ 150.000.

Além de ganância, o blog questiona a validade da venda em si mesmo. Se é aceitável que as mulheres vendam seus óvulos porque não se aceitaria a venda de um rim. Esta pergunta apareceu num coluna do U.S. News and World Report.

Um outro ponto levantado num artigo do Slate defende os rabinos, pois a prioridade é a preservação da vida acima de tudo, mesmo se for necessário pagar pelos órgãos.

Há vários dilemas éticos neste episódio. O comércio de órgãos é aceitável? qual a margem de lucro “ética”, se você aceita a idéia do negócio? quanto “vale” cada órgão?

Ilustração.

Um comentário:

  1. Em uma visao simplista, sim, é valido pagar por um orgao, até porque isto ja acontece hoje em larga escala. Ha tambem o assassinato de pacientes em UTIs publicas para a finalidade de aproveitamento de orgaos para transplantes, na rede publica de saude.

    Do ponto de vista social, permitir a venda de orgaos exterminaria a pobreza, mas num sentido bastante negro. Imaginemos um pai com 7 filhos na regiao nordeste do pais, que passa fome e dificuldades. A saida é vender um rim de cada membro da familia. Em pouco tempo, sem o tratamento adequado, estes membros estarao numa fila de transplantes, e obviamente nao poderao comprar um rim. Com a venda liberada, medicos darao prioridade aos que podem pagar. Sendo assim, esta familia acabar por desaparecer, morrendo um a um sem qualquer chance de recuperaçao.

    A pergunta neste caso mais logica seria: Voce me vende a sua vida?

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