Post de Theolis Bessa
Um dos grandes entraves ao controle da tuberculose (TB) continua sendo a baixa taxa de detecção de casos novos da doença. Enquanto novas estratégias baseadas em testes moleculares ou cultura líquida têm mostrado bom desempenho, o alto custo de implementação dessas tecnologias na rotina, principalmente em locais com baixa renda (onde a doença atinge as maiores incidências), torna a sua aplicação um desafio para as políticas de saúde.
Com base nos estudos que demonstram uma baixa sensibilidade e especificidade para testes sorológicos da doença, mas um potencial para o reconhecimento de antígenos intracelulares nas primeiras semanas pós-tratamento com a morte maciça de bacilos promovida pelas drogas anti-tuberculosas, o grupo de Richard Anthony do Royal Tropical Institute, Amsterdam propõe investir em estratégias de confirmação diagnóstica após o início do tratamento para TB, em artigo de opinião recentemente publicado na PloS Pathogens.
Os autores destacam que o diagnóstico presumido da doença com base em critérios clínicos tem sido utilizado em locais com baixos recursos como estratégia de controle, e um teste laoratorial que permitisse identificar rapidamente se o tratamento estaria sendo bem aplicado e eficaz poderia auxiliar em distinguir rapidamente casos sem tuberculose de casos com tuberculose não resistente ou resistente a algum dos fármacos utilizados no esquema padrão. Isso poderia evitar o tratamento inicial com drogas de amplo espectro, a exemplo das fluoroquinolonas, diminuindo também a chance de desenvolvimento de resistência a drogas utilizadas em esquemas de segunda escolha para casos de pacientes com resistência a uma ou mais drogas anti-tuberculosas.
Referência:
[1] den Hertog, A., Mayboroda, O., Klatser, P., & Anthony, R. (2011). Simple Rapid Near-Patient Diagnostics for Tuberculosis Remain Elusive—Is a “Treat-to-Test” Strategy More Realistic? PLoS Pathogens, 7 (11) DOI: 10.1371/journal.ppat.1002207
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