A L. amazonensis causa a forma grave da leishmaniose, enquanto L. major causa a forma mais branda. Porém, os mecanismos que determinam uma alta taxa de infecção ou não da Leishmania ainda não estão bem compreendidos. Já foi demonstrado que respostas imunológicas podem ser controladas por receptores inibitórios, como o CD200, presente em células mielóides.
Assim, neste trabalho publicado no Cell Host & Microbe, Cortez e colaboradores buscam identificar os mecanismos de virulência do parasita. Para isso, eles infectam camundongos C57BL/6 WT e deficientes para CD200 (CD200-/-) com ambas as espécies de Leishmania. Eles também avaliaram os níveis de expressão gênica de macrófagos infectados ou não, utilizando o Affymetrix Gene Chip.
Os autores demonstraram que a L. amazonensis induz a expressão de CD200 no macrófago do hospedeiro e que, assim, eles se replicam com maior eficiência. A expressão de CD200 inibe a produção de ROS nos macrófagos infectados o que contribui para sobrevivência do parasita. Além disso, em animais deficientes em CD200, a carga parasitária foi menor do que em animais WT. Para verificar o efeito in vivo do CD200, o mesmo foi administrado, na forma solúvel, em animais infectados com L. major. Estes animais desenvolveram lesões mais severas e que não curaram, além de possuir maior replicação parasitária, similar à infecção com L. amazonensis.
Portanto, os autores concluem que a L. amazonensis possui a capacidade de induzir a expressão de CD200 em macrófagos, resultando em uma incapacidade de resposta microbicidas nas células hospedeiras e no aumento da sobrevivência e virulência intracelular do parasita. Porém, os mecanismos de ação de CD200 ainda não foram elucidados.
Cortez M, Huynh C, Fernandes MC, Kennedy KA, Aderem A, & Andrews NW (2011). Leishmania promotes its own virulence by inducing expression of the host immune inhibitory ligand CD200. Cell host & microbe, 9 (6), 463-71 PMID: 21669395
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