A leishmaniose tegumentar (LT) é causada por protozoários do gênero Leishmania. As principais formas clínicas da LT são a leishmaniose cutânea (LC) e leishmaniose mucosa (LM). Devido ao fato da Leishmania se tratar de um parasita intracelular, o controle do mesmo é mediado por uma resposta imune Th1, com produção de IFN-γ, necessária para a ativação macrofágica, produção de TNF-α e derivados de O2.
Recentemente, tem se desviado atenção para o papel da sinalização Notch na diferenciação de células em CD4+ Th1, além de maturação e proliferação celular. Notch é uma família de proteínas transmembranas, e os mamíferos possuem quatro tipos de receptores (Notch1-4), que são ativados por cinco ligantes (Jagged1-2 e Delta-1, 3 e 4). Logo após a interação com os seus ligantes, o domínio intracelular do receptor Notch é clivado e translocado para o núcleo, onde exerce controle transcricional dos seus genes alvos.
No presente trabalho, os autores investigaram o efeito da remoção dos receptores Notch-1 e Notch-2 na infecção experimental por Leishmania major. Para isso, camundongos C57BL/6 (resistentes a L. major) tiveram remoção dos Notch 1 e 2 específicos para célula T.
Em contraste com os animais controles, que tiveram resolução espontânea da lesão, os animais knockout para Notch 1 e 2 não atingiram a cura, possuíam uma maior carga parasitária no local da infecção e tiveram maior disseminação do parasita no linfonodo e no baço. Além disso, a ausência desses receptores preveniu a secreção de IFN-γ, e favoreceu a produção de IL-5 e IL-13. Ademais, foi mostrado que a susceptibilidade à infecção com L. major nos animais knockout vêm da perda da secreção de IFN-γ e não do aumento da produção de IL-5 e IL-13.
Adicionalmente, foi visto que inativação de Notch 1 ou 2 separadamente, não irá comprometer a resposta Th1 e consequentemente não tornaria o animal susceptível ao parasita.
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