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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Dengue: filmes da FIOCRUZ

O Instituto Oswaldo Cruz da  FIOCRUZ produziu uma séria de filmes curtos sobre diversos aspectos da Dengue.
Veja abaixo o sobre Estratégias de Controle do Vetor



Os filmes estão disponíveis no YouTube.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

As reportagens mais lidas no SciDevNet em 2012


O SciDevNet publicou um post interessante no final de dezembro passado com as histórias mais lidas entre as publicadas lá.

Há várias realmente muito interessante como:
  How to tell policymakers about scientific uncertainty;
   Supporting grassroots innovation: Facts and Figures.

Destaco uma com experiência da Bahia
Brazil tests GM mosquitoes to fight dengue
Scientists in Brazil say an experiment to reduce populations of the dengue-carrying Aedes aegypti mosquito, by releasing millions of genetically modified (GM) insects into the wild, is working.
More than ten million modified male mosquitoes were released in the city of Juazeiro, a city of 288,000 people, over a period of time starting a year ago.”
….
“the project's co-ordinator, Aldo Malavasi, said they were "very positive".
"From samples collected in the field, 85 per cent of the eggs were transgenic, which means that the males released are overriding the wild population. This [should result] in the decrease of Aedes mosquitoes, and in the decrease of dengue transmission," he told SciDev.Net.
Malavasi is also the president of Moscamed — the Brazilian firm that produced the mosquitoes. The mosquitoes, which carry a gene which causes their offspring to die before reaching adulthood, were originally developed by the British firm Oxitec.”

Veja todo o post aqui.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Aedes sem asas podem controlar a dengue?


ResearchBlogging.org
Foi divulgado no early view do PNAS o artigo “Female-specific flightless phenotype for mosquito control” de Fu et al. (doi: 10.1073/pnas.1000251107) que relata a obtenção de fêmeas de Aedes aegypti sem asas, o que as torna efetivamente estéreis pois a reprodução da espécie depende do barulho feito pelas asas para atração dos machos. Isto pode ser uma estratégia para o controle da dengue?
A dengue continua a representar importante problema de saúde pública, com estimativas de 50 a 100 milhões de novas infecções por ano, e o Aedes aegypti é o principal vetor do vírus da dengue. O controle deste mosquito é considerado central nas estratégias de controle da dengue. As estratégias de controle do Aedes envolvem pulverização de inseticidas, com impacto sobre outras espécies e sobre o meio ambiente. Por isto, são buscadas outras alternativas.
A estratégia de liberação de machos estéreis (por irradiação) é utilizada em diversas situações. A biofabrica MoscaMed em Juazeiro (Bahia) produz machos estéreis de insetos que representam pragas da agricultura. Visa principalmente o controle da mosca Ceratitis capitata ou mosca de mediterrâneo (moscamed) que coloca seus ovos no interior das frutas. 
No trabalho discutido agora, os Aedes transgênicos foram desenvolvidos para que as fêmeas não desenvolvessem asas baseado no uso de promotor indireto para o músculo da asa, fêmea-específico, do gen Actina-4 do Aedes aegypti. Com isto se elimina a necessidade de irradiação e ao mesmo tempo é possível o uso dos ovos, para liberação no ambiente, e não de insetos adultos. Há várias vantagens nisto. Os ovos são mais facilmente transportados e sofrem menos na sua liberação no campo. Espera-se que com tal estratégia seja possível liberar um número tão grande de Aedes incapazes que estes superem os selvagens na área endêmica.
O aspecto da capacidade de sobrevivência no campo e sua maior capacidade de multiplicação e sobrevivência que o organismo selvagem é justamente o ponto fraco deste estudo. Em 2007, o grupo do Prof. Marcelo Jacobs-Lorena publicou no PNAS um artigo sobre mosquitos resistentes à malária (Transgenic malaria-resistant mosquitoes have a fitness advantage when feeding on Plasmodium-infected blood; PNAS 27;104(13):5580-3, 2007 doi: 10.1073/pnas.0609809104) onde descrevem a estratégia de introdução de gens que prejudicam o desenvolvimento do Plasmodium nos mosquitos. Eles haviam demonstrado que anofelíneos que expressam o peptídeo SM1 na luz do intestino médio têm prejuízo na transmissão de Plasmodium berghei. Um aspecto que os autores destacam no artigo é que os mosquitos transgenicos devem manter o fitness, não apresentando um desempenho menor que os selvagens, pois do contrário teriam dificuldade de sobrepujar os mosquitos selvagens e assim promover o controle. No caso do trabalho eles demonstram que os mosquitos transgênicos têm maior fecundidade e menor mortalidade que os selvagens. 
Os autores reconhecem a limitação:
“Further studies are needed to assess the mating competitiveness of males of specific strains, and their operational effectiveness in suppressing wild mosquito populations.”
De todo modo, e como também reconhecido pelos autores, estes Aedes transgênicos, mesmo se demonstrarem fitness apropriado em condições de campo, precisam ser integrados numa estratégia de controle e terão pouca utilidade se empregados isoladamente.
Ilustração Fig. 2 (parte) do artigo: Male and female adults (OX3604C þ tRE-DsRed) under white (E) and fluorescent light (F). Strong red fluorescence is visible in the IFMs of females, but not of males.
Fu, G., Lees, R., Nimmo, D., Aw, D., Jin, L., Gray, P., Berendonk, T., White-Cooper, H., Scaife, S., Kim Phuc, H., Marinotti, O., Jasinskiene, N., James, A., & Alphey, L. (2010). Female-specific flightless phenotype for mosquito control Proceedings of the National Academy of Sciences DOI: 10.1073/pnas.1000251107

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Nova vacina contra dengue, imunogênica ou protetora?



Manoel Barral
A Business Week anunciou hoje os resultados da publicação do JID A Novel Tetravalent Dengue Vaccine Is Well Tolerated and Immunogenic against All 4 Serotypes in Flavivirus‐Naive Adults (publicada no dia 09.01.2010) que mostram que a Sanofi-Aventis, desenvolveu uma vacina efetiva contra dengue.
A publicação diz que a vacina é imunogênica, veja o :
  1. “Background.
     Sanofi Pasteur has developed a tetravalent dengue vaccine (TDV) against the world’s most common arbovirus infection.
  2. Methods.
     We assessed the safety and immunogenicity of the TDV in healthy adults randomized into 2 groups. Group 1 received 3 TDV injections at months 0, 4, and 12–15; group 2 received saline placebo at month 0 and then 2 TDV injections at months 4 and 12–15. Adverse events were recorded, and biological parameters and viremia levels were measured. Neutralizing antibodies against 4 World Health Organization (WHO) reference strains were measured before and after vaccinations.
  3. Results.
     A total of 33 participants were enrolled in each group. Demographic characteristics were comparable. No vaccine‐related serious adverse event was reported. The most common systemic reactions were headache, malaise, and myalgia. Low viremia levels were detected, mainly of serotype 4. Immune response increased with successive vaccine doses. All participants seroconverted against all 4 serotypes after receiving 3 doses at 0, 4, and 12–15‐months, and almost all seroconverted after 2 doses given 8–11 months apart.
  4. Conclusions.
     Sanofi Pasteur’s TDV was well tolerated and induced full seroconversion against all WHO reference strain serotypes after 3 doses.”
Já a notícia na Business Week diz que a vacina protegeu voluntários contra os quatro sorotipos.
  1. “Sanofi’s Vaccine for Mosquito Virus Protects Adults, Study Says
  2. January 11, 2010, 05:15 AM EST
  3. By Simeon Bennett
  4. Jan. 11 (Bloomberg) -- Sanofi-Aventis SA’s experimental vaccine against dengue protected healthy volunteers against all four strains of the virus in a study, bringing the drugmaker closer to providing the first vaccine against a disease that threatens 40 percent of the world’s population.
  5. The vaccine protected all 66 adults a U.S. study in which they were given three shots over 15 months, according to the results published Jan. 9 on the Journal of Infectious Diseases Web site. Most people were protected after two doses, including those who received a placebo for the first injection and the vaccine for the second and third shots, the study showed.”
A notícia científica é promissora mas não evidencia proteção. O estudo mostra segurança e imunogenicidade, se situando numa fase I/II. Já a notícia da imprensa fala em proteção, o que não  testado ainda, ou melhor se testado, não foi divulgado neste estudo. Provavelmente não foi testado, e necessitará de um estudo de fase III.
Aliás a própria notícia da BW mostra que os estudos de Fase III devem começar, ou começaram:
  1. “Sanofi is conducting a larger trial that includes children, who are more likely to become sick or die from dengue.“

Não podemos esquecer que uma notícia deste tipo tem grande implicações econômicas:
  1. “Paris- based Sanofi said in May it will invest 350 million euros ($508 million) to build a plant to make dengue vaccine in France, preparing for demand that analysts have said could generate annual market revenue of about $1 billion.”

Esta “pressa” da imprensa poderá resultar em valorização das ações da Sanofi-Aventis e já ajudar a custear o próximo estudo....
Desta maneira, a notícia pode se classificar também na categoria Como não dar uma notícia científica.