segunda-feira, 27 de abril de 2009

Mudança na Universidade

Achei muito interessante o post abaixo do De Rerum Natura, Mudanças na universidade portuguesa de Desidério Murcho. Deixei o título acima sem a menção de portuguesa, porque creio que as mudanças previstas não são exclusivas de Portugal. Há reitores inovadores e admiradores do mercado em outras plagas. Merece leitura.


“O excelente artigo de Carlos Fiolhais sobre os problemas de financiamento das universidades portuguesas recebeu hoje mesmo uma resposta do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Professor Dr. Mariano Gago.


O novo plano de financiamento exige que as universidades despeçam a generalidade dos seus professores, não sem antes gravar as suas aulas em vídeo de alta definição, que será disponibilizado gratuitamente na Internet, numa parceria com o YouTube. Deste modo, o professor recebe apenas pelas aulas que efectivamente deu, mas não pela sua repetição, ano após ano. Os alunos podem assim assistir às aulas sem que o estado tenha de pagar os ordenados a tantos professores. A avaliação pode facilmente ser realizada pelos próprios alunos, num sistema democrático de auto-avaliação. Isto permite diminuir brutalmente os custos.


Quanto à investigação, o professor será pago apenas à peça. Cada professor pede financiamento ao grande público, usando uma plataforma Web desenvolvida em parceria com o Google. Se as pessoas tiverem curiosidade sobre os resultados da investigação, dão donativos. Se esses donativos não chegarem ao montante estabelecido pelo professor, este não realizará a sua investigação.


Alguns responsáveis sindicais protestaram já, temendo que o grande público não financie os professores, mas o Ministro garantiu que os professores que não tiverem o apoio popular poderão trabalhar na limpeza das universidades, pagos à semana. “Desse modo”, afirmou o Ministro, “elimina-se também o elitismo de os professores se recusarem a lavar sanitas. Afinal, se todos as usamos, por que razão não podemos todos lavá-las?”


Esta medida revolucionária de financiamento está a ser seguida atentamente por algumas das mais prestigiadas universidades do mundo, como o MIT, Harvard, Princeton e NYU. “A poupança prevista por este modelo de financiamento é inegável”, afirmou um responsável de Princeton. “E se realmente podemos ter o mesmo mais barato, por que haveremos de ter o mesmo mas mais caro?”


Ilustração: Biblioteca Universidade de Coimbra (não mudou, ainda....)

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