sábado, 1 de outubro de 2011

Tripanossomatídeos: autofagia e radicais livres


Post de Natália Machado

Comentários do Congresso da SBPz - 19 a 21 de setembro de 2011, Foz do Iguaçu

“Autophagy in Trypanosomatids” por Jeremy Mottram de Glasgow.

A autofagia é um mecanismo muito conservado em eucariotos que envolve a degradação e reciclagem de constituintes da própria célula transportados em autofagossomo para lisossomos.

Estudos sobre os genomas de Leishmania major e Trypanosoma brucei revelaram a presença de muitos genes ATG, relacionados com autofagia em levedura e mamíferos. O grupo de Mottram utiliza as proteínas fusionadas ATG8-GFP e ATG12-GFP como marcadores moleculares para monitorar as vias em L. major e T. brucei.

Em Leishmania, autofagossomos são mais presentes durante diferenciação (de procíclico em metacíclico e de promastigota para amastigota) e a família do ATG8 encontrado (ATG8A, ATG8B e ATG8C) tem função semelhante ao de levedura.

Experimentos com imagens de células vivas foram utilizados para demonstrar a co-localização de ATG8 e glicossomo, bem como mitocôndria. Além disso, leishmanias mutantes, que não induzem autofagia, são bons modelos e mostram aumento de glicofagia. Também revelam a importância da autofagia na progressão do ciclo de vida, onde tais mutantes apresentam defeitos na formação do flagelo.

Metodologias semelhantes, além de RNA de interferência (iRNA), também têm sido empregadas em T. brucei. Isso tem permitido análises semelhantes, como a formação do autofagossomo e a função de genes ATG em tripanossomas africanos.


“Free radicals and resistance to intracellular parasites” por LêdaVieira de Belo Horizonte.

Os mecanismos de resistência a parasitas intracelulares têm sido muito estudados, mas o envolvimento de espécies reativas do oxigênio (ROS) é pouco conhecido. Utilizando animais deficientes em oxidade dependente de NADPH (phox-/-), o grupo mostra que não há alteração da carga parasitária na infecção por Leishmania amazonensis na ausência de ROS e compara com animais deficientes em IFN-γ, mais susceptíveis. No entanto, estes animais apresentam maior infiltrado inflamatório no início da infecção com cura da lesão em menos tempo que os selvagens.

Durante a infecção de phox-/- com Trypanossoma cruzi, há aumento da mortalidade relacionado com redução da pressão arterial.

Os dados sugerem que o óxido nítrico reage com superóxido, liberando peroxinitrito. Este ultimo resolve a infecção sem alterar a pressão arterial. Dessa forma, este estudo revela efeitos das ROS que não são diretamente envolvidos na eliminação de parasitas intracelulares.

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