quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Qual TLR induz uma resposta Th1 para antígenos amastigota-específicos?


ResearchBlogging.org
Post de Leonardo Arruda
Um grupo de trabalho da Índia está com um paper no Mol Cell Biochem, no qual identifica quais receptores do tipo Toll (TLR) estariam sendo estimulados por frações do extrato protéico de culturas amastigostas axênicas de L. donovani. 
Para isso, os autores aplicaram o extrato protéico em gel. Após corrida, as proteínas foram divididas em quatro frações de acordo com seu peso molecular. Cada fração foi recuperada isoladamente (Fig 1A).
As frações protéicas foram utilizadas para estimular macrófagos de linhagem e analisar os seguintes parâmetros: Estresse oxidativo, produção de NO, citocinas (IL-12, TNF e IFN-γ) e expressão dos TLRs.
Baseado nos dados obtidos pela estimulação por cada fração, os autores se concentraram na fração Fa, correspondente as proteínas de maior peso molecular. Para isso, aplicaram novo gel apenas com esta fração. Logo, recuperaram frações proteínas com peso molecular mais específico. (Fig 1B)
Os autores concluem o trabalho com a descrição de que duas proteínas deste grupo, uma com 65kDa e outra com 98kDa, quando administradas concomitantemente promovem funções efetoras nos macrófagos.
O que faltou neste trabalho foi a descrição destas proteínas. Entre os métodos para esse fim, seria resolver essas proteínas em gel 2-D, e identificá-las por espectrometria de massa.
Apesar dos autores afirmarem que as duas proteínas quando administradas concomitantemente produzem ação efetora, eles não podem garantir que em sua amostra havia apenas essas duas proteínas. Todas as proteínas de pesos moleculares semelhantes também foram obtidas por esse método. O efeito efetor observado pode ser resultado de antígenos pouco abundantes na amostra. Sendo assim, a identificação destas proteínas, a obtenção de recombinantes e a prova de estimulação, com apenas estas duas proteínas purificadas seria muito mais elegante e útil.
Outro aspecto interessante que não foi abordado seria comparar a estimulação de macrófagos com o extrato protéico de promastigotas. Os autores apenas utilizaram o extrato de amastigotas axênicas, e enriqueceria mais o trabalho verificar se  as faixas protéicas analisadas nas amastigotas também também são expressas e antigênicas em promastigotas. Sendo assim, recomendo a leitura deste paper por abordar um método pouco convencional para identificar grupos de antígenos com atividade imunogênica.

Srivastava A, Singh N, Mishra M, Kumar V, Gour JK, Bajpai S, Singh S, Pandey HP, & Singh RK (2012). Identification of TLR inducing Th1-responsive Leishmania donovani amastigote-specific antigens. Molecular and cellular biochemistry, 359 (1-2), 359-68 PMID: 21858498

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