Post de Camila Indiani de Oliveira
O Blog Action Day é um evento anual que reúne os blogueiros do mundo para que todos escrevam sobre um mesmo assunto, no mesmo dia. Quem sabe ascendendo uma centelha de discussão global e, possivelmente, levando a ações concretas.
Neste ano, o tema escolhido foi a água. Por que a água? Neste momento, quase um bilhão de pessoas no planeta não têm acesso a água limpa e potável. Isso significa que uma a cada oito pessoas está sujeita a infecções por causa de algo que todos temos como óbvio. A água e o acesso a ela não é somente uma questão de direitos humanos, é também meio ambiente, é sustentabilidade, é global e afeta todos nós.
Um artigo recente (aqui) tratou do efeito do aquecimento ambiental sobre os recifes de coral. Os corais reagem ao aquecimento extremo desbotanto (bleaching) e entrando em modo de sobrevivência. Isso se deve ao aumento no metabolismo das algas, co-habitantes dos corais juntamente com os pólipos, gerando toxinas. As algas são “cuspidas” para fora dos corais e os pólipos restantes ficam "nus", sem a relação de simbiose antes estabelecida com as algas. O fenômeno de bleaching vem ocorrendo desde 1983, de maneira intermitente. Está claro que a variabilidade natural no clima desempenha um papel no superaquecimento dos corais. No entanto, o fenômeno tem sido mais recorrente do que o esperado. O recife de coral pode ou não se recuperar deste ataque e isso afeta não somente os ecossistemas mais ricos como também os cardumes que alimentam milhões de pessoas, ou seja, todos nós.
Além do aquecimento global, fruto da ação do homem ou fenômeno cíclico, ainda estamos sujeitos aos desastres ambientais. No caso do Golfo do México, vimos os danos diretos sobre a fauna e sobre a economia local e muitos colocaram em xeque a exploração de petróleo off-shore e os riscos inerentes associados. Nestas situações de crise, as causas ambientais aparecem na mídia, todos querem salvar o mundo, derrubar as grandes corporações e abraçar as árvores. Ao mesmo tempo, consumimos e descartamos plástico ad libitum. Muito desse plástico vai parar os oceanos contribuindo ainda mais para o crescimento daquela enorme “estrutura” de lixo que flutua no Pacífico (Great Pacific Garbage Patch) e, agora, no Atlântico.
O ponto final é que ficamos indignados com as questões majoritárias, seja o aquecimento global, seja os desastres ambientais, mas não consideramos o que pode ser feito individualmente. “There are no passengers on Spaceship Earth. We are all crew”.
A Academia Brasileira de Ciências promoveu há pouco o simpósio Promovendo o Acesso à Água de Boa Qualidade: Perspectivas da África e das Américas e os informes podem ser vistos no site da ABC (aqui).
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