Estudos recentes demonstraram que as proteínas histonas podem ter efeito antimicrobicida na defesa do hospedeiro contra bactéria extracelular, fungo e promastigotas de Leishmania. Mais recentemente, foi demonstrado que neutrófilos podem secretar uma fibra extracelular chamado de armadilha extracelular de neutrófilos (NET), que contém histonas, e esta NET é capaz de matar bactérias, fungos e Leishmania. Assim,o presente estudo tem como objetivo avaliar o efeito antimicrobicida das histonas humana H2A e H2B no crescimento parasitário in vitro e na capacidade infectiva de Leishmania em macrófagos murinos.
Para isso, eles trataram promastigotas estacionárias de L. amazonensis com H2A e H2B (20 ou 100 µg/ml) por 3, 30, 60 ou 90 minutos. Após 24 horas, a proliferação parasitária foi avaliada por incorporação de timidina. Eles também avaliaram morte dos parasitas utilizando anticorpos que marcam de verdes células vivas e de vermelho as mortas, e utilizaram microscopia de fluorescência e FACS para análise. Eles também trataram promastigotas e amastigotas com histonas e, em seguida, infectaram macrófagos murinos para avaliar a capacidade infectiva. Eles utilizaram microscopia eletrônica para visualizar as alterações sofridas pelos parasitos na presença das histonas.
Primeiramente, eles demonstraram que as histonas H2A e H2B podem suprimir a proliferação parasitária de modo dose-dependente e tempo-independente. Em seguida, eles viram que as histonas são capazes de matar diretamente promastigotas de L. amazonensis, L. braziliensis e L. major, mas não amastigotas. Ficou claro também que a pré-exposição dos parasitas às histonas reduz a capacidade infectiva das promastigotas em macrófagos murinos e que estas promastigotas sofrem alterações físicas como uma superfície irregular na presença da H2A ou buracos na presença de H2B. Por fim, as promastigotas possuem uma sensibilidade às histonas que se deve, parcialmente, ao LPG e a GP63, já que promastigotas nocautes para estas proteínas geram um efeito antimicrobicida reduzido.
Assim, os resultados demonstraram que as histonas humanas são altamente eficientes em eliminar as promastigotas de Leishmania, mas não as amastigotas. O achado da diferença de susceptibilidade entre promastigotas e amastigotas é interessante e biologicamente importante. Este estudo suporta a idéia que as NETs contribuem para a defesa do hospedeiro contra este parasito.
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