Um estudo publicado no Arthritis and Rheumatology (janeiro 2010) mostra que o uso de antimaláricos é benéfico para pacientes com lupus eritematoso sistêmico (LES), baseado nos dados de uma corte multi-nacional latino-americana. O estudo ("Antimalarials may have a time-dependent effect in lupus survival: Data from the multinational latin American inception GLADEL cohort") inclui pacientes do Brasil, Argentina, Colombia, Venezuela, México e Chile.
Tendo uma mediana de tempo de observação (follow-up) de 55 meses, o grupo de pacientes com uso de anti-maláricos teve uma taxa de mortalidade de 4,4% enquanto nos demais pacientes foi de 11,5 (p<0,001).
Há bastante tempo se usa antimaláricos no tratamento do lupus. Medicamentos anti-malária como chloroquine, hydroxychloroquine e quinacrine (derivados da casca da árvore quina peruana) também são drogas anti-reumáticas. Osnti-maláricos foram utilizados pela primeira vez durante a Segunda Guerra Mundial para tratar infecções parasitárias como a malária. Na década de 1960 verificou-se que estes medicamentos podem também ser utilizados para tratar a dor articular que ocorre com artrite reumatóide. Logo depois, começou o seu uso no tratamento de dores articulares associadas com lúpus.
Há muito tempo foi descrita a capacidade da hidroxicloroquina de aumentar o pH lisossomal em células apresentadoras de antígenos, o mecanismo de ação anti-inflamatório não estava completamente esclarecido. Mais recentemente foi descrito que a hidroxicloroquina bloqueia a ativação de toll-like receptors (TLR) em células dendrítiticas plasmocitóides. O TLR 9, que reconhece imuno-complexos contendo DNA, leva à produção de interferon e à maturação de células dendríticas, o que resulta em apresentação de antígeno aos linfócitos T. A hidroxicloroquina, ao diminuir a sinalização pelo TLR reduz a ativação de células dendríticas e, assim, reduz o processo inflamatório.
Shinjo, S., Bonfá, E., Wojdyla, D., Borba, E., Ramirez, L., Scherbarth, H., Tavares Brenol, J., Chacón-Diaz, R., Neira, O., Berbotto, G., De La Torre, I., Acevedo-Vázquez, E., Massardo, L., Barile-Fabris, L., Caeiro, F., Silveira, L., Sato, E., Buliubasich, S., Alarcón, G., & Pons-Estel, B. (2010). Antimalarials may have a time-dependent effect in lupus survival: Data from the multinational latin American inception GLADEL cohort Arthritis & Rheumatism DOI: 10.1002/art.27300
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