Vale a pena reduzir 3 g de sal por dia na dieta? Em primeiro lugar, pouca gente deve ter idéia do que equivale a 3 g de sal na hora de preparar a comida. Equivalem, aproximadamente, a meia colher de chá. As receitas expressam as quantidades de colheres, mas imagino que cada pessoa enche a colher de uma maneira, mas vamos imaginar que todos medem corretamente a colher de chá (lógico que mais difícil ainda tingir uniformidade na meia de colher de chá).
Um estudo do New England Journal of Medicine (20.01.2010) prevê que se cada americano reduzisse 3g de sal diários na sua dieta haveria entre 60.000 e 120.000 menos novos casos de doença cardíaca coronoriana e até 99.000 novos infartos do miocárdio. Seriam entre 44.000 e 92.000 menos mortes por ano.
A metodologia do trabalho foi:
We used the Coronary Heart Disease (CHD) Policy Model to quantify the benefits of potentially achievable, population-wide reductions in dietary salt of up to 3 g per day (1200 mg of sodium per day). We estimated the rates and costs of cardiovascular disease in subgroups defined by age, sex, and race; compared the effects of salt reduction with those of other interventions intended to reduce the risk of cardiovascular disease; and determined the cost-effectiveness of salt reduction as compared with the treatment of hypertension with medications.
Temos que considerar que 3g de sal (de cozinha) equivalem a cerca de 1.200 mg de sódio. As atuais recomendações dietéticas nos EEUU são de no máximo 2.400 mg de sódio por dia para um adulto.
Os autores concluem que uma redução modesta do consumo de sal terá muito benefícios para a saúde. Um dos problemas é como tornar prática esta recomendação. Grande parte do sal da dieta não é adicionado na cozinha e sim já está contido na comida. Alguns alimentos, como carne e peixe, já contém naturalmente sal, em outros o sal é adicionado durante o preparo industrial. A comida contém, sem adição extra, cerca de 10% do sal da nossa dieta, outros 15% são adicionados na cozinha e cerca de 75% o são pela indústria de alimentos.
A American Heart Association tem várias recomendações a respeito (não somente para o consumo de sal) que incluem atitudes e cuidados desde a compra dos ingredientes, o seu preparo e também para quando se come fora de casa. Estes folhetos estão disponíveis na internet. A Sociedade Brasileira de Cardiologia tem algumas recomendações e até algumas receitas.
Para se obter uma redução consistente no consumo de sal, além de uma reeducação alimentar e da alterações de práticas na cozinha doméstica, serão necessárias medidas da indústria de alimentos e dos restaurantes. Alguns países já implementaram controles mais restritos na indústria e os EEUU discutem algo nesta linha.
A American Heart Association tem várias recomendações a respeito (não somente para o consumo de sal) que incluem atitudes e cuidados desde a compra dos ingredientes, o seu preparo e também para quando se come fora de casa. Estes folhetos estão disponíveis na internet. A Sociedade Brasileira de Cardiologia tem algumas recomendações e até algumas receitas.
Para se obter uma redução consistente no consumo de sal, além de uma reeducação alimentar e da alterações de práticas na cozinha doméstica, serão necessárias medidas da indústria de alimentos e dos restaurantes. Alguns países já implementaram controles mais restritos na indústria e os EEUU discutem algo nesta linha.
Bibbins-Domingo, K., Chertow, G., Coxson, P., Moran, A., Lightwood, J., Pletcher, M., & Goldman, L. (2010). Projected Effect of Dietary Salt Reductions on Future Cardiovascular Disease New England Journal of Medicine DOI: 10.1056/NEJMoa0907355
é engraçado essas recomendações das pesquisa...
ResponderExcluirainda fico com aquela frase de Volpato, a Ciencia não procura verdades, mas procurar aquilo que uma minoria reconhece como certo...
em pensar que trabalhamos com concentrações bem menores (quase homeopaticas) e que fazem a diferenca, ou que nao adianta mudar tudo isso sem uma reeducação... sempre cairemos nesta sinuca de bico...
sabemos tanta coisa porem nao mudamos... imagina o mundo sem certos prazeres proibidos...
Concordo com a dificuldade de implementação da dieta hipossódica.
ResponderExcluirPor este motivo, muito mais do que uma recomendação individual, isto tem que ser uma medida de saúde pública. Ou seja, não é necessariamente uma mudança de hábito pessoal, mas sim um reconhecimento coletivo do problema. Por exemplo, o governo deveria subsidiar alimentos sem sal e cobrar mais imposto dos alimentos salgados. Assim inibiria a disponibilização de tantos alimentos industrializados com alto teor de sal. Seriam medidas coletivas que trariam o benefício do estudo do NEJM. Observem que o estudo não traz dados sobre a magnitude individual do benefício da dieta hipossódica, pois individualmente o impacto desta medida é pequeno. Coletivamente, o número de eventos cardiovasculares prevenidos é grande.
Só funciona como medida de saúde pública. E medida de saúde pública não é ficar dizendo no Fantástico que sal faz mal à saúde, é implementar políticas efetivas.
É por isso que eu digo: trate e remunere bem a sua cozinheira! Ela é a chave para a longevidade.
ResponderExcluirSe a esposa aporrinha, a sogra tortura e a cozinheira salga...
Sei não!