O primeiro
simpósio internacional The Neutrophil in
Immunity, aconteceu em Quebec, Canadá, no período de 9 a 12 de Junho de
2012. Andrea Cerutti fez a abertura com sua apresentação sobre regulação na
produção de anticorpos por meio da interação de neutrófilos com células B.
No
decorrer das apresentações, me chamou a atenção que a maioria dos pesquisadores
está utilizando imagens intravitais, e/ou microscopia eletrônica. Pelo visto,
no momento, imagem é tudo na ciência! Notei que tem muitas pessoas trabalhando
com apoptose e NETs. Leo Koenderman apresentou sobre funções diferenciais de
fenótipos de neutrófilos. Começou mostrando três diferentes tipos de PMNs após
3 horas da administração de LPS em humanos. O primeiro tipo ele chamou de banded PMNs, com perfil imaturo, PMNs
maduros e, por último, uma população com morfologia nuclear hipersegmentada.
Esta última, apresentou maior expressão de CD11b e CD11c que os PMNs maduros e
imaturos. Além disso, sua expressão de Anexina V foi maior que o PMN banded. Após co-cultivo PBMC com PMNs
hipersegmentados, houve uma inibição da proliferação policlonal, que não foi
visto na presença de PMNs banded.
Essa supressão, além de contato dependente, dá-se via Mac1. Além disso, ele
mostrou que esses dados foram confirmados em camundongos no modelo de infecção
por Influenza.
Hans-Uwe
Simon explanou sobre apoptose e outras formas de morte dos neutrófilos,
atendo-se à sinalização que desencadeia a apoptose e a necrose (sinalização
também muito presente nas apresentações). Assim, mostrou que há duas vias que
desencadeiam apoptose. Uma via TNFR1, onde liga-se o TNF-a, que ativa p38, por
sua vez, PI3K, ativando a NADPH oxidade, induzindo liberação de espécies
reativas de oxigênio (ROS), que ativa caspase 3, levando à apoptose. Por outro
lado, FAS ligante, induz ativação de caspase-8, de forma BID-dependente,
induzindo a liberação de citocromo c pela mitocôndria, que ativa caspase 3,
havendo, assim, a apoptose. Por último, mostrou que a necrose estimulada por
GM-CSF, ocorre via ligação de CD44, que ativa PI3KI, ativando NADPH oxidase,
induzindo liberação de ROS, levando a uma mega fusão, possivelmente gerado por
múltiplas organelas, formando grandes vacúolos, originando a morte por necrose.
Arturo
Zychlinsky, apresentou sobre NETs da infecção a autoimunidade. Induzindo NETs
por PMA em PMNs humanos, primeiramente e, posteriormente, utilizando células de
camundongo infectadas com Klebsiella
pneumoniae, chegou ao seguinte modelo: a NE é primeiramente liberada que
segue para o núcleo, devido a liberação de ROS, que degrada histona 4, descondensando
o DNA. MPO, segue para o núcleo em seguida, aumentando ainda mais a descondensação
nuclear, dando origem às NETs.
Por
último, destaco a apresentação de Fabienne Tachini-Cottier, a única
representante do modelo de infecção por Leishmania,
que de dados novos mostrou estudos de co-cultivo de PMNs, infectados com L. major, e células dendríticas (DCs). Depleção de PMNs levou ao aumento da expressão de moléculas
co-estimuladoras nas DCs no LN de camundongo BALB/c, 3 dias após a inoculação
do parasita, o mesmo não foi observado após 14 dias. Entretanto, B6 depletado
de PMNs não teve impacto na ativação de DCs no dLN após 3 ou 14 dias de
infecção. Sugerindo que PMN talvez tenha um papel inibidor de DCs em BALB/c após
3 horas e este efeito não foi observado nas DCs de camundongos B6.
O
congresso foi muito interessante para quem trabalha com neutrófilos. Além
disso, foi muito bem organizado, embora não esperassem tantos inscritos. Vamos
agora esperar pelas próximas edições.
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