terça-feira, 11 de janeiro de 2011

As Ciências Biomédicas no Brasil

A Academia Brasileira de Ciências divulgou posts com as apresentações realizadas no Seminário Perspectivas

Veja abaixo o texto da área Biomédicas (do site da ABC)
Veja também o de Ciências da Saúde (aqui)
ou de outras áreas (aqui).

As Ciências Biomédicas no Brasil

4/01/2011
A sessão de Ciências Biomédicas abriu o evento Avanços e Perspectivas da Ciência no Brasil, América Latina e Caribe em 1/12 e foi coordenada pelo Acadêmico Ricardo Tostes Gazzinelli, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB/UFMG).

Sergio Oliveira, Jorge Kalil, Ricardo Gazzinelli e Manoel Barral
Pesquisas em Imunologia
O Acadêmico Jorge Kalil, médico e professor do Insituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor/USP), apresentou resultados do Instituto de Investigação em Imunologia (iii), um dos 122  Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) criados na gestão do ministroSergio Rezende, entre os anos de 2002 a 2009.
Kalil atua como coordenador do iii e pesquisador dos projetos em alergia, doenças autoimunes, imunodeficiências primárias, transplante e imuno-regulação, HIV/AIDS e câncer. Criado em 2002, o iii-INCT já possui oito patentes registradas e sete temas sendo pesquisados incluindo, além dos temas já citados, as doenças infectocontagiosas, como a Leishmaniose.
O Acadêmico destacou os principais estudos que vêm sendo realizados, como os experimentos de vacinas contra o câncer; a vacina contra a febre reumática, trabalho realizado na área de autoimunidade; e a exploração do genoma do parasita da leishmaniose e tratamento de leishmaniose visceral por imunoterapia, entre outras ações. "Muitos dos produtos estão em fase de teste, mas o trabalho vem rendendo um aumento significativo no número de publicações, patentes e alunos", disse Kalil.
Foco na malária
O Acadêmico baiano Manoel Barral Netto, vice-coordenador do iii-INCT, foi o segundo a se apresentar com o trabalho Patogênese doPlamodium Vixax Malária. Médico e pesquisador titular do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz (Fiocruz/BA) e chefe do Laboratório de Imuno-regulação do iii (LIMI/BA), Barral abordou aspectos importantes que estão sendo estudados em relação à malária.
O pesquisador explicou que nos casos severos da doença, algumas moléculas antiinflamatórias que atuam impedindo o avanço da doença encontram-se em níveis muito reduzidos. Estudos recentes mostraram que um determinado superóxido (SOD-1) parece mediar a redução da produção dessas moléculas.
Barral destacou a existência de um componente chamado Heme que contém ferro e é um constituinte da hemoglobina essencial para a atividade biológica dessas proteínas.
"Na malária, o crescimento parasitário rompe as hemácias e promove a liberação de hemoglobina que, depois de degradada, gera o Heme livre. Este, por sua vez, gera estresse oxidativo, dano tecidual e leva à produção do tal superóxido", explicou o pesquisador. O SOD-1 leva à produção de citocinas inflamatórias e inibe a produção de moléculas anti-inflamatórias - levando à inflamação intensa, que está relacionada com a gravidade da malária. "É possível que a intervenção em tal via de estresse seja útil no controle dos casos graves de malária, associando também o tratamento antiparasitário."
Barral apresentou o quadro brasileiro em relação à produtividade em Imunologia e Parasitologia. "O Brasil é um país que investe pesado em agricultura, ciências biológicas, bioquímica e clínica médica", destacou o cientista, afirmando que nas áreas de Parasitologia e Doenças Infecciosas o Brasil está em terceiro e quarto lugar, respectivamente, no ranking mundial de produção científica, perdendo apenas para os Estados Unidos, Reino Unido e França. "Investir em pesquisa e desenvolvimento (P&D) é essencial se o país quer ser um 'global player' em C&T", alertou o médico.
Estudo sobre zoonoses
O último palestrante foi o Acadêmico Sergio Costa Oliveira, médico veterinário do Departamento de Bioquímica da Universidade Federal de Minas Gerais, que apresentou a pesquisa "O papel de receptores da imunidade inata na infecção com a bactéria intracelular Brucella Abortus". Essa bactéria causa uma zoonose, ou seja, uma doença que passa do animal para o homem e vice-versa, que ataca a maioria dos mamíferos, principalmente bovinos, causando perdas de rebanhos inteiros. "A brucelose é uma zoonose de ocorrencia mundial e no Brasil leva a uma perda economica em torno de 30 milhões de dolares anuais. O nosso estudo esta centrado no entendimento da resposta imune inata do hospedeiro contra a bacteria intracelular Brucella abortus, agente etiologico dessa enfermidade", disse Oliveira.
O médico explicou que nos animais o principal sintoma é o aborto espontâneo, enquanto que no Homem há ocorrência de meningite, febre ondulante (o mal estar ocorre em picos, regride e logo em seguida retorna) e artrite, entre outros. Oliveira ressaltou ainda que, pelo fato do país ser um dos maiores exportadores mundiais de carne bovina, é necessário ampliar os cuidados sanitários aos animais, visando reduzir barreiras internacionais de exportação.
(Renata Fontanetto e Elisa Oswaldo-Cruz para Notícias da ABC)

Um comentário:

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