quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Utilização do ensaio de liberação de interferon na Infecção Tuberculosa Latente e tuberculose ativa: Como diferenciar?



ResearchBlogging.org
Post de Elisabete Lopes
A alternativa para o diagnóstico da Infecção Tuberculosa Latente (LTBI) atualmente realizado pelo teste tuberculínico são os chamados IGRA (interferon–gamma release assays). O IGRA identifica a produção de IFN-γ (Quantiferon) ou quantifica as células T produtoras de IFN-γ (T-Spot TB). Contudo, este teste não discrimina a LTBI da doença ativa. Com o surgimento do IGRA muitos estudos vêm tentando demonstrar marcadores que possam diferenciar a infecção latente da doença ativa em áreas onde o tratamento dos infectados não é realizado. 
Um estudo publicado no The Journal of Infectious Diseases (2010;203:378-382 Tuberculin-Specific T Cells Are Reduced in Active Pulmonary Tuberculosis Compared to LTBI or Status Post BCG Vaccination), avaliando o perfil de marcadores de ativação das células T CD4+ em indivíduos diagnosticados com LTBI, doença ativa e indivíduos vacinados ou não com BCG, mostrou que a frequência das células T ativadas para CD107 e IFN- γ é maior entre os indivíduos com LTBI comparado aos indivíduos com a doença ativa ou vacinados ou não com BCG, estando estes perfis associados a proteção contra a tuberculose (Figura 2B - acima). O estudo também revelou que os indivíduos com a doença ativa possuem maior proporção de células T ativadas positivas para o CD154 e produtoras de TNF (Figura 2C - acima), corroborando com os dados da literatura que demonstram o papel importante do TNF na atividade da doença. Este estudo sugere que o controle do Mycobacterium tuberculosis na LTBI ou por indivíduos expostos, pode ser pelo número de células T CD4+ especificas, porém, estes dados não podem ser interpretados como qualidade na resposta. Outros estudos avaliando a combinação de marcadores entre os indivíduos com LTBI e TB ativa demonstram que as células T CD4+ polifuncionais triplo-positivas (IFN- γ/TNF/IL-2) são mais freqüentes entre os pacientes com TB ativa comparados aos indivíduos com LTBI. 
Em conclusão, estes estudos sugerem, que as características fenotípicas e funcionais das células T CD4+ entre os indivíduos com LTBI ou TB ativa podem servir como correlatos de proteção e monitoramento da eficácia da terapia anti-micobateriana.


Figura 2: B Indica a freqüência de células T CD4 ativadas por marcador de ativação. C mostra a proporção de marcadores de ativação entre todas as células ativadas.
Referências:
Caccamo N, Guggino G, Joosten SA, Gelsomino G, Di Carlo P, Titone L, Galati D, Bocchino M, Matarese A, Salerno A, Sanduzzi A, Franken WP, Ottenhoff TH, Dieli F (2010). Multifunctional CD4(+) T cells correlate with active Mycobacterium tuberculosis infection. Eur J Immunol.;40(8):2211-20.
Sutherland JS, Adetifa IM, Hill PC, Adegbola RA, Ota MO (2009). Pattern and diversity of cytokine production differentiates between Mycobacterium tuberculosis infection and disease. Eur J Immunol.;39(3):723-9.

Streitz, M., Fuhrmann, S., Powell, F., Quassem, A., Nomura, L., Maecker, H., Martus, P., Volk, H., & Kern, F. (2010). Tuberculin-Specific T Cells Are Reduced in Active Pulmonary Tuberculosis Compared to LTBI or Status Post BCG Vaccination Journal of Infectious Diseases, 203 (3), 378-382 DOI: 10.1093/infdis/jiq065

Nenhum comentário:

Postar um comentário