segunda-feira, 30 de abril de 2012
Nanopartículas e Leishmania
Background: Vaccine development has been a priority in the fight against leishmaniases, which are vector-borne diseases caused by Leishmania protozoa. Among the different immunization strategies employed to date is inoculation of plasmid DNA coding for parasite antigens, which has a demonstrated ability to induce humoral and cellular immune responses. In this sense, inoculation of plasmid DNA encoding Leishmania kinetoplasmid membrane protein-11 (KMP-11) was able to confer protection against visceral leishmaniasis. However, recently the use of antigen delivery systems such as poly(lactic-co-glycolic acid) (PLGA) nanoparticles has also proven effective for eliciting protective immune responses.
Methods: In the present work, we tested two immunization strategies with the goal of obtaining protection, in terms of lesion development and parasite load, against cutaneous leishmaniasis caused by L. braziliensis. One strategy involved immunization with plasmid DNA encoding L. infantum chagasi KMP-11. Alternatively, mice were primed with PLGA nanoparticles loaded with the recombinant plasmid DNA and boosted using PLGA nanoparticles loaded with recombinant KMP-11.
Results: Both immunization strategies elicited detectable cellular immune responses with the presence of both proinflammatory and anti-inflammatory cytokines; mice receiving the recombinant PLGA nanoparticle formulations also demonstrated anti-KMP-11 IgG1 and IgG2a. Mice were then challenged with L. braziliensis, in the presence of sand fly saliva. Lesion development was not inhibited following either immunization strategy. However, immunization with PLGA nanoparticles resulted in a more prominent reduction in parasite load at the infection site when compared with immunization using plasmid DNA alone. This effect was associated with a local increase in interferon-gamma and in tumor necrosis factor-alpha. Both immunization strategies also resulted in a lower parasite load in the draining lymph nodes, albeit not significantly.
Conclusion: Our results encourage the pursuit of immunization strategies employing nanobased delivery systems for vaccine development against cutaneous leishmaniasis caused by L. braziliensis infection.
Keywords: vaccine, nanoparticle, Leishmania, kinetoplastid membrane protein-11
Artigo disponível aqui
sexta-feira, 27 de abril de 2012
A inteligência é supervalorizada: o que você realmente precisa para sobreviver
A matéria publicada na Forbes ressalta as qualidades interpessoais como chave para uma carreira de sucesso. O mesmo ocorreria na Ciência? O trato com superiores e colegas no ambiente do laboratório pode certamente pesar na balança na hora de conseguir estágios, ser convidado a participar de projetos ou mesmo emprestar aquele kit crucial para terminar os experimentos para a publicação. Confira!
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Retraite Scientifique
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Innovators in Vaccine Delivery Wanted: Bill & Melinda Gates Foundation
terça-feira, 24 de abril de 2012
Cuidado com a OMICA e testes genéticos
O blog Spoonful of Medicine da Nature Medicine publicou um post muito interessante sobre testes baseados na omica, relacionado ao lançamento de uma publicação do Institute of Medicine (da National Academies of Sciences).
"With an eye to advancing ‘personalized medicine’, clinicians have tried to predict who will respond to certain therapies using biomarkers gleaned from tests that probe genomics, proteomics and other branches of biomedicine. But according to a report from the US Institute of Medicine (IOM), such ‘omics-based’ tests require greater regulatory oversight and more transparent data-sharing before they should be allowed to move from the lab to the clinic."
"The report was commissioned by the US National Cancer Institute and the US Food and Drug Administration (FDA) after a genomic test developed by Anil Potti and his colleagues at Duke University in Durham, North Carolina proved to be worthless. The test, reported in and then retracted from Nature Medicine, supposedly assessed the molecular traits of a malignant tumor to determine which chemotherapy would be most effective; it also triggered a storm of lawsuits and resignations. The IOM was tasked with determining how such a faulty test ever got through the regulatory and institutional review board systems."
Veja o post completo aqui.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Cresce valorização da divulgação científica
"17/04/2012
Agência FAPESP – Como tem evoluído a cobertura jornalística sobre ciência, considerando os seus 30 anos de experiência na área?
Clive Cookson– Apesar de existirem muitos blogs e sites de ciência, as pessoas continuam obtendo a maior parte de suas informações sobre o que está acontecendo no mundo científico por meio da mídia tradicional: jornais impressos, revistas, TV e rádio. Assim, o cientista se comunica com o público por meio desses veículos não especializados em ciência. Essa não é uma relação trivial. Mas sou muito otimista, porque, olhando com essa perspectiva de 30 anos, percebo que os cientistas estão se tornando muito melhores na tarefa de se comunicar com a mídia.
Clive Cookson– Eles estão se tornando muito mais proativos, mais abertos. Perderam o medo do contato com os repórteres. É uma mudança muito grande se você olha em uma perspectiva de longo tempo. E acredito que se trata de algo até certo ponto generalizado. Aqui no Brasil percebi que os cientistas são muito abertos.
Clive Cookson– Os cientistas perceberam – certamente nos Estados Unidos e Europa, mas acho que no Brasil também – que é mais provável conseguir investimentos públicos e auxílios para fazer suas pesquisas na medida em que eles se tornam bons comunicadores. Na Grã-Bretanha os conselhos de pesquisa incluem explicitamente a comunicação dos resultados científicos como um dos critérios importantes para conseguir investimentos. De modo geral, podemos dizer que você tem mais facilidade para conseguir o investimento se você estiver preparado para comunicar. Isso é verdade para os pesquisadores, de forma individual, mas também em uma perspectiva mais geral: os pesquisadores sabem que a ciência como um todo terá mais apoio público se os cientistas gastarem um pouco de tempo e esforço para falar com jornalistas.
Clive Cookson– Houve melhora, mas nada que justificasse um aumento muito grande da confiança dos pesquisadores nos jornalistas. A qualidade do jornalismo melhorou, mas não acho que isso tenha acontecido porque os jornalistas se tornaram melhores. O que ocorreu é que ficou muito mais fácil escrever uma matéria sobre ciência, agora que podemos ter acesso a artigos científicos na internet, podemos obter comentários por e-mail e coisas assim. Quando eu comecei no ofício, se quiséssemos ter acesso a um artigo era preciso ir às bibliotecas e para um simples comentários era preciso ter muita sorte e localizar os pesquisadores por telefone na hora certa.
Clive Cookson– Na Inglaterra há uma mistura. A maior parte dos jornalistas de ciência tem uma formação em ciência. Eu, por exemplo, sou formado em química. Mas há outros ótimos jornalistas de ciência que têm seu background em artes ou humanidades e depois começaram a trabalhar com ciência e foram excepcionalmente atraídos pela área. Acho que há prós e contras em ambos os casos.
Clive Cookson– Se eu estivesse contatando essa pessoa para um trabalho de reportagem de ciências em um jornal, por exemplo, não hesitaria: escolheria o jornalista que tem experiência em reportagem, em vez de escolher o cientista. Acho que a capacidade para ser um bom jornalista é de fato o mais importante. Não adianta ser um bom cientista que escreve corretamente. Porque a ciência realmente requer um texto diferente, vívido. Prefiro um excelente jornalista que um excelente cientista para fazer isso.
Clive Cookson– Minha impressão é que o conhecimento sobre ciência em meio ao público geral melhorou sim. Ainda não é o suficiente, mas acho que, em geral, a população ficou mais alfabetizada em ciência que há alguns anos atrás. Muita gente passou a entender melhor as bases da ciência. As pessoas têm mais intimidade com temas e termos centrais no mundo científico. Até certo ponto a internet contribuiu com isso, mas não sei se há grande potencial para melhorar muito mais, porque na rede também temos muito ruído e desinformação.
Clive Cookson– Tem toda razão, esse é um problema absolutamente fundamental na relação entre jornalismo e ciência. No noticiário não há tempo nem espaço para descrever todos os passos da produção da ciência, mostrando ao público que não se trata de mágica, mas de um processo difícil, pontuado de dificuldades e fracassos momentâneos. O que deixa essa situação pior é que mesmo que você privilegie as pesquisas de qualidade, publicadas em revistas de prestígio, os artigos científicos também não lhe darão pistas sobre o processo de como a ciência funciona. Você só conseguiria dar ao público uma educação científica se fosse possível acompanhar o trabalho por meses a fio no laboratório. Geralmente isso é impossível.
Clive Cookson– Sim, essa é outra questão. A publicação, em particular na área de saúde, normalmente descreve apenas os resultados positivos. Os resultados negativos quase nunca têm espaço em publicações. É preciso estar atento a isso para não dar uma falsa impressão de que a ciência é feita só de acertos.
Clive Cookson– É uma situação extremamente difícil. Em primeiro lugar porque os cientistas normalmente não indicam seus competidores que trabalham na mesma área e que poderiam contribuir com um comentário. Além disso, geralmente é difícil conseguir um comentário sobre um artigo que acaba de sair e que não foi lido por quase ninguém. Na Inglaterra temos uma organização é muito útil, nesse sentido, para os jornalistas da área de saúde: o Science Media Centre.
Clive Cookson– É um serviço que foi criado há exatos 10 anos e reúne cientistas que atuam como se fosse assessores de imprensa. Eles pegam qualquer estudo e avaliam se é controverso, ou interessante o suficiente para render uma manchete. Então usamos seus contatos, que fazem comentários com grande qualidade. Acho que o SMC fez mais que qualquer outra instituição para melhorar a cobertura jornalística de ciência na Inglaterra. Eles têm excelentes bases de dados e uma incrível lista de contatos especializados. É muito eficiente.
Clive Cookson– Parte do que fazemos pode ser visto como uma espécie de tradução, mas espero que nosso trabalho seja algo mais criativo e complexo que isso. Acho que os jornalistas são capazes de colocar novas maneiras de se olhar para a ciência que os próprios cientistas não poderiam proporcionar. É algo mais que simplesmente traduzir. Podemos gerar imagens, comparações, que os cientistas não conceberiam. Não se trata apenas de questão de simplificar uma linguagem, mas de fornecer uma interpretação nova de ideias, contextos e visões. E, mesmo no campo da linguagem, acho que esse trabalho extrapola a simples tradução: devemos ser autores capazes de tornar o conhecimento mais vívido, mais interessante para o público.
Clive Cookson– Sempre me interessei por ciência e me formei em Química em Oxford. Mas dois fatos mudaram minha trajetória. Um deles é que notei que o jornalismo científico na Inglaterra não era bom. Ao mesmo tempo, percebi que eu não seria brilhante o suficiente para fazer um bom doutorado em química. Eu sabia que se não fosse tão brilhante, um doutorado em química poderia se transformar em algo não muito criativo, uma espécie de trabalho braçal para um orientador. Eu sabia que não era na verdade bom o suficiente para me tornar um grande cientista. Mas percebi que poderia escrever bem sobre ciência.
Clive Cookson– Fui aceito em um programa de treinamento de um jornal local, em Londres. Depois de dois anos, tive a oportunidade de ir para Washington, nos Estados Unidos, por quatro anos, para trabalhar no suplemento de Educação Superior do Times. Foi uma experiência fantástica, eu escrevia sobre as universidades e institutos de pesquisa norte-americanos. Depois voltei para Londres para me tornar repórter de tecnologia do Times. Comecei, na década de 1980, a trabalhar na rádio BBC, como correspondente da área da saúde. E de lá fui para o Financial Times, onde tenho atuado como editor de ciência nos últimos 20 anos. "
domingo, 22 de abril de 2012
Feliz 103 anos Rita Levi-Montalcini
Post de Aldina Barral
terça-feira, 17 de abril de 2012
Of model hosts and man: using Caenorhabditis elegans, Drosophila melanogaster and Galleria mellonella as model hosts for infectious disease research.
HIGHLIGHTS
Uma questão muito importante abordada pelos autores é a possibilidade de substituição de modelos experimentais utilizando mamíferos por animais invertebrados, devido, principalmente, às questões éticas envolvidas, baixo custo e fácil manipulação.
· Os estudos realizados nesses modelos experimentais baseiam-se em testes genéticos, avaliação da resposta imune e busca de novos fármacos para o tratamento de doenças infecciosas que afetam o homem e outros animais.
· Esses modelos têm uma grande potencialidade a ser explorado, o que pode ser alcançado com o uso de novas ferramentas biotecnológicas recentemente descobertas e aplicações alternativas de técnicas já conhecidas.
Para o conhecimento, entendimento e possíveis intervenções em doenças causadas por agentes infecciosos são necessários o uso de algumas ferramentas de investigação. A utilização de modelos experimentais tem ajudado em muito para a elucidação do comportamento das doenças. Modelos experimentais podem ser entendidos como uma tentativa de imitação da realidade, por meio de uma representação simples de uma ocorrência recente ou antiga. Sua importância se baseia nas barreiras éticas quanto à intervenção experimental em humanos, assim como em aspectos logísticos e orçamentários no uso de espécies de mamíferos. A utilização de animais invertebrados como modelos experimentais tem crescido muito nas últimas décadas, principalmente no estudo de intervenções terapêuticas em diversas doenças causadas por agentes infecciosos. O artigo de revisão estudado teve como objetivo analisar modelos experimentais de hospedeiros focando em três espécies de animais invertebrados: Caenorhabditis elegans, Drosophila melanogaster e Galleria mellonella. Os autores abordaram principalmente aspectos relacionados às vantagens destes modelos e conhecimentos recentemente adquiridos. A utilização do nematódeo C. elegans como modelo experimental está bem estabelecido em estudos genéticos in vivo e biologia celular. As vantagens desse modelo são pequeno tamanho, rápido ciclo de vida, corpo transparente e constituição genética, fisiológica, anatômica e imunológica relativamente simples. Além disso, esses animais são adquiridos sem grandes custos e podem ser congelados em nitrogênio líquido para a criação de livrarias de clones. Sua importância no estudo de agentes infecciosos se deve principalmente ao fato desse nematódeo alimentar-se naturalmente de microrganismos patogênicos e possuir susceptibilidade a várias bactérias e fungos que causam doenças que matam humanos e outros mamíferos. Os microrganismos mais estudados são Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Candida albicans e Cryptococcus neoformans, avaliando a virulência associada às bases genéticas, à resposta imune e identificação de potenciais produtos antimicrobianos. As limitações desse modelo se baseiam na dificuldade de extrapolação dos resultados para outras espécies mamíferas devido à sua simplicidade anatômica, o que leva a uma baixa reprodutibilidade dos resultados de resposta imune em certas doenças. Outro modelo muito usado é a Drosophila melanogaster (a “mosca das frutas”). Ele apresenta praticamente as mesmas vantagens do C. elegans, acrescentando uma resposta imune inata extensivamente estudada com genes e vias similares àqueles encontrados nos mamíferos. Algumas vias de sinalização em mamíferos foram melhor compreendidas a partir de estudos em D. melanogaster, especialmente as vias Toll e Imd. Ainda, estudos com patógenos fúngicos incluindo C. albicans, C. neoformans e Aspergillus fumigatus tem auxiliado nos estabelecimento de D. melanogaster para teste da eficácia de compostos antimicrobianos e fatores de virulência. Por outro lado, a larva da Galleria mellonella (“mariposa da cera”) possui como principal vantagem a capacidade de sobreviver a 37°C, assim fornecendo um análogo aos humanos em estudos de virulência de patógenos sensíveis à temperatura. Desvantagens encontradas nesse modelo são representadas pelo seu genoma que ainda não foi completamente sequenciado e a dificuldade no desenvolvimento de métodos de geração de mutantes. O emprego deste modelo de experimentação tem sido feito normalmente em estudos que buscam avaliar o potencial de virulência de algumas espécies de fungos e avaliação da ação de fármacos em infecções fúngicas. Sendo assim, os autores concluem que cada modelo experimental possui vantagens e desvantagens que devem ser analisadas e adequadas ao objetivo a ser alcançado em cada pesquisa. Novos conhecimentos nas áreas de virulência, resposta imune e compostos antimicrobianos tendem a ser alcançados com ensaios usando estes modelos aliados a novas tecnologias como ferramentas genômicas. Apesar dos autores terem abordado um pequeno número de espécies, o assunto foi bem explanado no presente artigo, além de trazer conhecimentos atualizados.
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quinta-feira, 12 de abril de 2012
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Herein authors have investigated the protective capacity of a vaccine composed of Leishmania amazonensis Serine Proteases in an experimental model of
Estudos recentes demonstraram que as proteínas histonas podem ter efeito antimicrobicida na defesa do hospedeiro contra bactéria extracelular, fungo e promastigotas de Leishmania. Mais recentemente, foi demonstrado que neutrófilos podem secretar uma fibra extracelular chamado de armadilha extracelular de neutrófilos (NET), que contém histonas, e esta NET é capaz de matar bactérias, fungos e Leishmania. Assim,o presente estudo tem como objetivo avaliar o efeito antimicrobicida das histonas humana H2A e H2B no crescimento parasitário in vitro e na capacidade infectiva de Leishmania em macrófagos murinos.
Para isso, eles trataram promastigotas estacionárias de L. amazonensis com H2A e H2B (20 ou 100 µg/ml) por 3, 30, 60 ou 90 minutos. Após 24 horas, a proliferação parasitária foi avaliada por incorporação de timidina. Eles também avaliaram morte dos parasitas utilizando anticorpos que marcam de verdes células vivas e de vermelho as mortas, e utilizaram microscopia de fluorescência e FACS para análise. Eles também trataram promastigotas e amastigotas com histonas e, em seguida, infectaram macrófagos murinos para avaliar a capacidade infectiva. Eles utilizaram microscopia eletrônica para visualizar as alterações sofridas pelos parasitos na presença das histonas.
Primeiramente, eles demonstraram que as histonas H2A e H2B podem suprimir a proliferação parasitária de modo dose-dependente e tempo-independente. Em seguida, eles viram que as histonas são capazes de matar diretamente promastigotas de L. amazonensis, L. braziliensis e L. major, mas não amastigotas. Ficou claro também que a pré-exposição dos parasitas às histonas reduz a capacidade infectiva das promastigotas em macrófagos murinos e que estas promastigotas sofrem alterações físicas como uma superfície irregular na presença da H2A ou buracos na presença de H2B. Por fim, as promastigotas possuem uma sensibilidade às histonas que se deve, parcialmente, ao LPG e a GP63, já que promastigotas nocautes para estas proteínas geram um efeito antimicrobicida reduzido.
Assim, os resultados demonstraram que as histonas humanas são altamente eficientes em eliminar as promastigotas de Leishmania, mas não as amastigotas. O achado da diferença de susceptibilidade entre promastigotas e amastigotas é interessante e biologicamente importante. Este estudo suporta a idéia que as NETs contribuem para a defesa do hospedeiro contra este parasito.
terça-feira, 10 de abril de 2012
Candida albicans morphogenesis and host defence: discriminating invasion from colonization.
Highlights
- As diferenças estruturais entre levedura e hifas, e os fatores que levam a mudança de uma forma para outra;
- Diferença entre os mecanismos imunológicos para colonização e invasão;
- Resposta inflamatória mediada pela indução de células Th17 via inflamossomas.
A Candida albicans é o fungo patogênico mais comum em humanos. Este microorganismo pode crescer no hospedeiro sob a forma de leveduras unicelulares e em formas filamentosas, denominadas hifas. Diferentes atributos destas formas permitem a colonização da pele ou mucosa, com posterior invasão epitelial, vascular e de tecidos profundos. Na revisão publicada recentemente por Gow e colaboradores (2012), foram descritas as propriedades da C. albicans na forma de leveduras e hifas que conduzem a diferentes respostas imunológicas pelo hospedeiro. Entre estas propriedades, foram destacadas as mudanças morfogenéticas da parede celular, os mecanismos de reconhecimento e imunológicos que determinam a colonização ou a invasão por este fungo.
A parede celular da C. albicans é composta por duas camadas, sendo a mais externa formada por glicoproteínas e a mais interna por um esqueleto de glicopolissacarídeos. Este conteúdo não está presente em humanos, sendo a maioria dos componentes reconhecidos como PAMPs (Padrões moleculares associados à patógenos), modulando a resposta imunológica. A parede celular de leveduras e hifas possui uma composição similar. Entretanto, diferem na superfície proteômica e na quantidade de PAMPs, que varia a depender das condições ambientais que as formas celulares se encontram, sem necessariamente, ocorrer mudanças morfológicas. Para que ocorram as mudanças morfológicas, é necessária a indução de diversos mecanismos, como a sinalização por proteíno-quinase A (PKA), proteíno-quinases ativadas por mitógenos (MAPK) e danos ao DNA, com modificações na composição da parede celular e na arquitetura.
A resposta inicial de C. albicans pelo sistema imune inato ocorre pelo reconhecimento de componentes da parede celular do fungo por receptores de reconhecimento de padrões (PRRs). Foi demonstrado que a maioria dos PRRs induz a produção de citocinas pró-inflamatória. Entre eles os receptores NOD-like receptors (NLR) envolvidos na ativação de inflamossomas, que induz ativação da caspase 1, ativando IL-1β, uma interleucina altamente pró-inflamatória produzida por macrófagos na defesa contra C. albicans. O reconhecimento pelo sistema imune do hospedeiro entre a forma de levedura ou hifa define a colonização ou invasão do fungo. Hifas predominam no interior das camadas epiteliais e tecidos, enquanto células de levedura geralmente são encontrada na superfície de células epiteliais ou emergindo do infiltrado de hifas. Essas leveduras não induzem dano epitelial e nem a produção de citocinas. A doença ocorre quando C. albicans atravessa a superfície dos tecidos, de modo mais eficaz na forma de hifas, que penetram causando danos à superfície epitelial.
A colonização ou invasão do fungo está associada à resposta imunológica por células do tipo Th17. Esta resposta é desencadeada pela IL-1β induzida por ativação do inflamossoma em macrófagos e células dendríticas, sendo vista na invasão por hifas, o que não acontece em condições normais da colonização por leveduras. As células Th17 ativadas produzem mediadores inflamatórios induzindo o recrutamento de neutrófilos e a ativação de células epiteliais, contribuindo para a morte hifas invasoras.Desta forma, um maior entendimento dos mecanismos imunológicos que diferem entre reconhecimento de colonização ou invasão por C. albicans pode levar ao desenvolvimento de terapias farmacêuticas mais eficazes.
Gow, N., van de Veerdonk, F., Brown, A., & Netea, M. (2011). Candida albicans morphogenesis and host defence: discriminating invasion from colonization Nature Reviews Microbiology DOI: 10.1038/nrmicro2711
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Citometria de fluxo para avaliar infecção por esporozoítos de Plasmodium falciparum
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Hiding in Plain Sight: How HIV Evades Innate Immune Responses
O artigo “Hiding in Plain Sight: How HIV Evades Innate Immune Responses”, publicado na Cell em 2011, revisa os avanços sobre a resposta imune inata contra infecções pelo HIV-1 e outros lentivírus, discutindo-se aspectos da proteção do hospedeiro e estratégias de vacinação.
1. Fatores mielóides específicos, a exemplo do SAMHD1, limitam a transcrição reversa do RNA viral.
2. Ocorre resistência a infecções por HIV-2 e SIVmac que possuem defeitos em Vpx, reforçando a necessidade desta proteína para a infecção.
3. A atividade de enzimas como TREX1 e SAMHD1 em células infectadas com HIV-1 faz com que os sensores da imunidade inata não sejam ativados, resultando na deficiência em limitar ou atrasar a replicação em células T infectadas e na disseminação da infecção.