terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Muitos estudos experimentais são mal conduzidos, revela estudo.


A pesquisa científica em animais é essencial para o avanço científico, com consequente produção de conhecimentos capazes de melhorar a vida das pessoas. Evidentemente, tais pesquisas, ao implicar na utilização de seres vivos deve ser exercida com extrema cautela nas melhores condições possíveis. Devemos seguir, quando possível, as diretrizes de substituir, reduzir e evitar o sofrimento dos animais.
Apesar de tudo, ainda são essenciais pesquisas realizadas em animais. Quando isto é realizado é essencial que todo o processo seja feito estritamente  em obediência ao método científico para que as conclusões sejam confiáveis e utilizada adequadamente pela comunidade científica.
Um estudo baseado em que os experimentos envolvendo animais devem ser apropriadamente planejados, corretamente analisados e relatados de forma fidedigna foi divulgado pela PLoS One (4(11): e7824 em 30.11.2009). O relato “Survey of the Quality of Experimental Design, Statistical Analysis and Reporting of Research Using Animals” revela que as coisas não estão muito bem na literatura.
Os autores buscando informações mínimas indicadoras de qualidade que devem estar presentes em todos os estudos: examinaram o desenho experimental e a análise estatística de trabalhos publicados na literatura biomédica com uso de animais de laboratório (camundongos, ratos e primatas não-humanos) realizados nos EEUU ou Reino Unido e financiado por instituições financiadas com recursos públicos. 
Das 271 publicações examinadas eles obtiveram informação sobre: o objetivo ou hipótese do estudo, o número, sexo, idade e/ou peso dos animais usados e os métodos experimentais e estatísticos. 
Somente 59% dos estudos indicava a hipótese ou objetivo do estudo e as características dos animais usados.
No desenho experimental a situação é ainda um pouco pior: 87% dos estudos não indicava randomização e 86% não relatava cegamento para reduzir o viés de seleção animal e avaliação de desfecho.
Também terrível, somente 70% das publicações que usaram testes estatísticos descreveram os métodos e apresentaram os resultados com uma medida de erro ou variabiliadade. 
Parece que ainda tem muita gente acreditando numa frase atribuída a Rutherford: Se o seu experimento precisa de estatística, você deveria ter feito um experimento melhor.
Relembrem que só estudos dos EEUU e Reino Unido com financiamento público foram incluídos. Temo que o quadro no conjunto total da literatura seja mais desolador. 
Alguém se animou para dar uma olhada nos trabalhos recentes do seu laboratório?  Seria interessante a CEUA promover uma análise semelhante nos trabalhos de cada instituto?
Kilkenny, C., Parsons, N., Kadyszewski, E., Festing, M., Cuthill, I., Fry, D., Hutton, J., & Altman, D. (2009). Survey of the Quality of Experimental Design, Statistical Analysis and Reporting of Research Using Animals PLoS ONE, 4 (11) DOI: 10.1371/journal.pone.0007824
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