Algumas pesquisas, confesso, não sei porque são feitas. Ou até posso imaginar porque, o que não entendo mesmo é quem as financia. Um primeiro aspecto é que praticamente não pode haver surpresa nos resultados. Ou seja, o resultado já é, ou deveria ser, sabido de antemão. O outro aspecto das pesquisas sem surpresa é o fato dos seus resultados serem irrelevantes. O resultado não influencia nem muda nada.
Um exemplo do primeiro caso, ou seja, a pesquisa cujo resultado é conhecido antes mesmo do início do estudo, pode ser ilustrado por um trabalho recente do International Journal of Epidemiology cujo título é “Population adiposity and climate change” (doi:10.1093/ije/dyp172) e chega à seguinte conclusão: “The maintenance of a healthy body mass index has important environmental benefits in terms of lower greenhouse gas emissions”. Você deve estar pensando que eu exagerei e que isto não era sabido antecipadamente. Na verdade o que os autores mostram mesmo é que os gordos comem mais e usam mais o automóvel. Como isto não tem muito charme, eles ligam este resultado ao efeito estufa pois os dois fatores (maior produção de alimentos e maior consumo de combustível) levam a maior emissão de CO2. Não é verdade que você sabia que os gordos comem mais e fazem menos exercício?
O exemplo de resultado que não muda nada vem do artigo An Intervention to Increase Social Support and Improve Performance publicado no Journal of Sport Psychology que conclui que indivíduos que são incentivados têm melhor desempenho nos esportes. Você acha que as torcidas deixariam de existir se o resultado fosse negativo??? Em todo caso, agora podemos torcer sabendo que isto tem um efeito.
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