Post de Sérgio Arruda
É fato que todos os dias temos notícias que nos deixam deprimidos, em geral, aquelas sobre corrupção no Senado Federal. Mas é bom saber das boas notícias, as da economia. Veja essa noticia na Folha on line.
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acumulou no primeiro semestre deste ano uma alta de 37,06%, encerrando o período aos 51.465,46 pontos. Nesta terça-feira, houve queda de 1,29%. Em junho, recuo de 3,26%.
Convertendo os valores das ações para dólares, o que permite comparação internacional, a Bovespa subiu 62% nos seis primeiros meses do ano, o que a coloca em segundo lugar no ranking da variação das Bolsas dos países do G20, segundo levantamento do UOL a partir de dados da agência de informações Reuters.
O mercado brasileiro de ações, nessa comparação, ficou ligeiramente atrás do chinês, que liderou a lista ao subir 62,8%. Os também emergentes Rússia e Índia avançaram 56,4% e 53%, sempre considerando os valores em dólares.
"Os investidores externos mostraram ter uma boa esperança em relação ao Brasil, com investimentos próximos a US$ 9 bilhões no semestre", afirma o economista-chefe da corretora Ágora, Álvaro Bandeira.
A alta da China, segundo ele, é explicada, entre outros fatores, pelo fato de o governo local ter aplicado um pacote de estímulo econômico no valor de US$ 587 bilhões, o maior do mundo em proporção ao PIB (Produto Interno Bruto).
Foi também notícia internacional o lançamento de ações da VisaNet esta semana na Bovespa. VisaNet foi maior IPO da história da Bovespa (veja mais).
Esse IPO (Initial Public Offering) VisaNet, é a prova de confiança na economia brasileira. VisaNet pertence a VISA cartões de crédito, que vem crescendo muito nos últimos anos. Lucro certo para quem comprou essas ações no primeiro dia.
Os comentários de BENJAMIN STEINBRUCH também sumarizam que a economia brasileira tem boas perspectivas.
O PIB brasileiro teve queda de 0,8% no primeiro trimestre, mas o setor de serviços, que representa 60% do produto, apresentou expansão de 0,8%. A indústria, sem nenhuma dúvida o setor mais atingido pela crise, teve recessão de 3,1% no primeiro trimestre. Mesmo dentro da indústria há resultados díspares. Setores mais voltados para o mercado interno conseguem ainda crescer, enquanto os exportadores sofrem com a queda do comércio internacional.
No comércio interno, os dados de maio também apresentam disparidades. Enquanto o sistema de proteção ao crédito da Associação Comercial de São Paulo indica variação negativa de 2,8%, as consultas ao sistema Usecheque, que revela o nível de vendas à vista, apresenta alta de 1,8%. O consumo de energia no país também registrou queda (2,3%) em maio na comparação com abril.
Na área do crédito, os empréstimos dos bancos tiveram alta de 4,54% em maio e atingiram a cifra de R$ 779 milhões. O resultado é positivo, mas as taxas de crescimento mensais ainda estão muito longe das dos dois últimos anos, quando o crédito avançou, em média, 11% ao mês.
Isso indica que o sistema financeiro ainda reluta na oferta de crédito ao setor privado. Enquanto não voltar a confiança no sistema, talvez o mundo tenha de se conformar com a estagnação ou com o crescimento modesto da economia. Felizmente, para os países emergentes, há antevisões mais otimistas. A OCDE estima para 2010 crescimentos de 9,3% na China, de 7,2% na Índia, de 4% no Brasil e de 3,7% na Rússia, ao mesmo tempo em que o mundo desenvolvido permanecerá estagnado.
O mundo viveu um longo período em que o crescimento econômico era puxado pelos países desenvolvidos. Parece que esse mundo ficou para traz. Mas, encerrada a primeira metade deste ano de crise, ninguém está seguro para fazer previsões em meio à ciclotimia e às disparidades que caracterizam o atual momento da economia mundial.
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