terça-feira, 29 de setembro de 2009

Ciência e Tecnologia, artigo de Emilio Odebrecht na Folha de SP.

O empresário Emilio Odebrecht escreveu um artigo importante para a área de C&T na Folha de São Paulo do dia 27.09. Aborda a necessidade de maiores investimentos do Brasil nesta área, da necessidade de desburocratização do setor e a vantagem de qualificar o pessoal. Veja trechos do artigo:
“... é justo reconhecer os aportes feitos pelo Estado brasileiro no setor. Estes geraram, por exemplo, a Embrapa, talvez a melhor empresa de pesquisa agropecuária do planeta.
Mas ainda é pouco. Segundo o Banco Mundial, o Brasil investe só 1,02% de seu PIB em pesquisa. E, no último levantamento do Fórum Econômico Mundial, ficamos na 59ª posição em um ranking de 175 nações que conseguem aproveitar novas tecnologias para aumentar a eficiência de suas economias.
...
Aliás, louve-se a iniciativa do governo federal de decidir que parte dos ganhos com o petróleo do pré-sal vá para um fundo voltado à educação, ciência e tecnologia. Lembremos, porém, que há outras barreiras, além da financeira, para o desenvolvimento da C&T no país.
Uma delas é a legislação sobre o tema, que precisa ser atualizada. Outra questão são os tributos. É preciso haver incentivos às empresas que investem em C&T. ...
Por fim, o Brasil precisa qualificar seus recursos humanos na área. Há no país menos de 2 pesquisadores para cada grupo de 1.000 trabalhadores ocupados. Em ciência e tecnologia, homens e mulheres instruídos e motivados são o que há de mais importante.” (Folha de SP, 27/9).
O Brasil sempre teve poucos empresários interessados em C&T. Esperemos que o artigo de Odebrecht seja um indicador que a classe empresarial desenvolveu uma maior percepção da importância de C&T para o desenvolvimento do país. Leia o artigo completo.

Primavera e SBI


Post de Sergio Arruda
É primavera. As flores vistas aqui são para homenagear a organização do SBI 2009. O Congresso da SBI 2009 foi um sucesso!
O Congresso da SBI 2009 iniciou no dia 23 e já terminou. Como na primavera e suas flores, o SBI 2009 também merece as flores dessa primavera. Foi também uma grande homenagem ao ano da França no Brasil.
Várias imunologistas estiveram à frente da organização do SBI 2009 e pelo sucesso do congresso merecem as flores vistas aqui.
Um agradecimento especial a Dra Aldina Barral e as demais componentes da direção SBI responsáveis pelo sucesso do SBI 2009.
Primavera, flores e imunologia em Salvador.
Foi um sucesso, bem organizado. Tudo transcorreu muito bem.
O maior elogio veio de um apresentador americano “ adoro estar no Brasil, mas adoro muito mais vir a Bahia para o congresso de imuno e rever os amigos da SBI”. Um outro americano me confessou.. “fico impressionado com o nível das perguntas dos alunos”.
Todos que foram ao SBI tiveram em algum momento, a chance de conversar ou trocar opiniões com pesquisadores nacionais e estrangeiros. Eis o principal objetivo dos congressos.
A SBI de longa data acreditou que o caminho era trazer os melhores imunologistas americanos e a língua oficial de seus congressos e’ o inglês.
Vendo e comparando as pesquisas em imunologia de brasileiros e americanas nesses últimos 10 anos já podemos antecipar que estamos chegando a um nível muito semelhante. Melhor para a imunologia e para o Brasil.
Devemos agradecer em muito a colaboração com vários americanos imunologistas e amigos, mas também e em especial aos imunologistas baianos.
Também temos que observar que com recursos próprios e graças a política e investimentos atuais em C&T já estamos encaminhando nossas próprias pesquisas .
Nesta estação, primavera, surgem as flores e também podemos vislumbrar muitas flores e sucessos na imunologia brasileira no futuro muito próximo.

Congresso Brasileiro de Imunologia


Se inicia hoje no Hotel Pestana, Salvador-Bahia, o Congresso da Sociedade Brasileira de Imunologia. A programação completa pode ser consultada pela internet.
Para detalhes de alguns dos palestrantes, consulte o SBI na Rede.

Mantida direção da FAPESB

No dia 20 de setembro o jornalista Paixão Barbosa registrou no se blog Política e Cidadania, no jornal A Tarde, que o movimento do meio acadêmico levou o Gov. Jaques Wagner a manter a atual direção da FAPESB. O post está transcrito abaixo.
É de grande importância que o Governador tenha aceito critérios acadêmicos para a escolha da direção da agência de financiamento à pesquisa no Estado. A manutenção da atual equipe possibilitará a continuidade do trabalho sério que tem sido feito na FAPESB.

“MEIO ACADÊMICO EVITOU PDT NA FAPESB
Paixão Barbosa 09.20.09
Nas negociações em torno da adesão do PDT à base aliada do governo estadual, a Secretaria de Ciência e Tecnologia foi oferecida “de porteira fechada”, ou seja, o partido indicaria também o presidente da Fapesb (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia), exigência, aliás, que foi feita pelo ex-presidente regional pedetista, Severiano Alves. O assunto, porém, morreu ao longo do tempo e parece que a Fapesb continuará sendo administrada com base em critérios técnicos.
Neste fim de semana fiquei sabendo que, por trás do “esquecimento”, esteve a reação negativa de segmentos acadêmicos baianos à possibilidade de que a fundação, muito importante para o desenvolvimento de projetos científicos, virasse objeto da negociação política. Sensibilizado pelos argumentos que ouviu, o governador Jaques Wagner discretamente limou o nome da Fapesb do acordo, mantendo as indicações pedetistas para os demais cargos.
Uma boa iniciativa e conduzida de forma competente pelo governador, que conseguiu superar a resistência do PDT com tranquilidade. E ponto para os acadêmicos, que tiveram a coragem de se posicionar.”

Seminário da LeishVacina sobre Leishmaniose Visceral

Ocorreu hoje na Faculdade de Medicina da Bahia, no Largo do Terreiro de Jesus, o seminário da LeishVacina sobre leishmaniose visceral.
A LeishVacina é uma rede de colaboração iberomaericana e parte do CYTED.

I – Leishmaniose Canina
09h00 – 09h20 Modelos animais no desenvolvimento de vacinas, Gabriela Santos-Gomes - Portugal

09h20 – 09h40 Proposta de Escore Clínico na Leishmaniose Visceral Canina, Maria do Socorro Cruz - UFPI

09h40 – 10h20 Discussão

10h20 – 10h40 Pausa para o Café

10h40 – 11h00 Perspectiva de Tratamento na Leishmaniose Canina, Antônio Ricardo Khouri - CPqGM – FIOCRUZ-BA

11h00 – 11h20 Perspectivas de vacinas contra Leishmaniose canina, Cláudia Brodskyn - CPqGM-FIOCRUZ-BA

11h20 – 11h40 Stress in the regulation of the immune respose in Leishmaniasis, Felix Tapia - Venezuela

11h40 – 12h00 Discussão

12h00 – 14h00 Almoço

II – Leishmaniose Humana
14h00 – 14h20 Proposta de Escore Clínico na Leishmaniose Visceral Humana, Manoel Barral - CPqGM – FIOCRUZ-BA

14h20 – 15h00 Infecção por leishmaniose chagasi em áreas endêmicas de Leishmaniose Visceral e Co-infecção HIV x leishmania, Arlene Caldas - UFMA

15h00 -15h20 Uso de PCR quantitativo para avaliação de prognóstico em crianças com Leishmaniose Visceral, Isadora Siqueira - UEFS

15h20 – 16h00 Discussão

16h00 – 18h00 - Coquetel Lançamento Suplemento Revista Gazeta Médica da Bahia


Após o Seminário ocorreu o lançamento de um número especial da Gazeta Médica da Bahia com artigos sobre leishmaniose, escritos pelos pesquisadores do LeishVacina e convidados. O lançamento foi feito com a presença do Dr. Mitermayer Reis, Diretor da FIOCRUZ-Bahia, e do Dr. Modesto Jacobino, Diretor em exercício da Faculdade de Medicina da Bahia.
O número especial teve como editores os Drs. Jackson Costa e Felix Tapia. No lançamento, os editores agradeceram o empenho de Andrezza Souza na edição do número especial.

Camila e o Biospectrum Imaging

Post de Camila Indiani de Oliveira
Recentemente, o CPqGM adquiriu o equipamento BioSpectrum® Imaging System 500. O equipamento e bastante robusto em termos de tecnologia e tem uma infinidade de aplicabilidades: tem uma câmera CCD super rápida (ideal para quimioluminescencia), um "quarto escuro" que permite a aquisição de imagens perfeitas, transiluminador e luz branca e, sobretudo, a possibilidade de fazer imagens de fluorescência in vivo. Para aprender a usar o equipamento, fiz um treinamento na empresa AntiCancer, em San Diego, California. A AntiCancer, Inc. é detentora da patente de "uso de GFP para a visualização de metastases em modelos experimentais de câncer", e e dirigida pelo Dr Robert Hoffman. Devo ressaltar tambem que fui muito bem tratada pelo "professor" e pelas duas supervisoras da companhia UVP: Myrna e Janelle.
Neste treinamento, utilizamos camundongos nude implantados com tumores transfectados com RFP e GFP. Ao colocarmos o animal anestesiado dentro do "quarto escuro" do equipamento, é possível visualizar o tumor fluorescente in vivo, fazer a foto e, se necessário, quantificar o mesmo (a área do tumor). Isso e possível devido a fonte de luz externa (BioLite), acoplada ao quarto escuro, que fornece a epi-iluminação no comprimento de onda adequado.
Este tipo de visualização in vivo e bastante aplicado nos modelos de câncer pois permite testar drogas, por exemplo, sem a necessidade de eutanasiar o animal para verificar alterações no tumor. Em nossa linha de pesquisa, o objetivo e empregar Leishmanias transgenicas, de preferencia com a fluorescência vermelha (DsRed, Cherry ou Katoushka), para verificar a infecção. Resultados preliminares de colaboradores mostram que e possível ver a fluorescência na pele, por infecção sub cutânea, e nos linfonodos de drenagem. Ou seja, e a tecnologia nos permitindo estudar diferentes aspectos da doenca ou mesmo mecanismos de intervenção sem a necessidade de eliminar o animal.
Com certeza, será muito utilizado no CPqGM!

Brasil tem a maior empresa de carne do mundo

Post de Sérgio Arruda
Agora o país que mais produz carnes do mundo também tem a maior empresa do setor. A JBS-Friboi se torna líder global em carnes após a compra da americana Pilgrim's Pride. Antes a maior empresa era a americana Tyson.
Assim a lista das maiores empresas brasileiras de capital aberto são; Petrobras,Vale e JBS-Friboi.
Faturamento previsto da nova empresa U$ 30 bilhões/ano.
Mas o que você tem a ver com isso? Você deve ter contribuído com a JBS-Friboi se você gosta de comer carne. Saiba também que a JBS-Friboi pertence a apenas duas famílias.
E o que mais assusta é o número de animais abatidos diariamente.

7.200.000 aves
94.000 bovinos
48.500 suínos
19.500 ovinos e caprinos

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Gastos em pesquisa: militar vs saúde.

No Sete de Setembro Brasil e França firmaram um acordo militar no valor de cerca de R$ 24 bilhões, a serem pagos em 20 anos, para compra de 50 helicópteros de transporte militar e cinco submarinos, um deles nuclear, segundo noticiado. Chamou ainda mais a atenção a possibilidade da compra de aviões combate Rafale por mais R$ 3,8 bilhões.

O volume de recursos envolvidos foi um aspecto destacado, e o governo informava que; “É o maior acordo do gênero já assinado pelo governo brasileiro desde a Segunda Guerra Mundial e tem significado histórico porque envolve transferência de tecnologia.”

É realmente uma soma de recursos considerável, mas como se situa ela em relação aos gastos militares de outras nações?

Para se ter uma idéia do volume de gastos americanos no tema de defesa nem precisamos chegar aos gastos militares diretos, podemos ter uma idéia pelos gastos em pesquisa militar. Os EEUU investirão em pesquisa militar durante 2010 US$ 83,7 bilhões, segundo a proposta de orçamento de Obama. Pode parecer, mas não é engano, o “grande gasto” brasileiro em equipamentos militares em 20 anos (aproximadamente US 13 bilhões, ou 0,6 bilhão/ano) é muito menos que o investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) militar em um ano pelos EEUU.

Uma outra forma de ver a situação: no ano de 2010, o investimento total dos EEUU em P&D será de US$ 147.620 bilhões. Ou sejam “sobram” US$ 63,8 bilhões para todas as outras áreas “nondefense”, ou seja saúde, ambiente, energia etc. O NIH receberá 30,184 bilhões de dólares.

Para os otimistas, a proposta de orçamento militar americano de 2010 é 2% menor que a que 2009, enquanto a do NIH para 2010 é 1,5% maior que a do ano anterior.

Green porno: Divulgação científica?

Tem feito sucesso na internet a série de filmes de divulgação científica de Isabella Rossellini sobre a vida sexual em diversos organismos, como da aranha, da minhoca e da abelha.

“Isabella Rossellini's bizarre and hilarious look at sex in the natural world...” aparece em diversos pequenos filmes no You Tube, alguns com mais de 400.000 visitas.


Eduardo Ramos: Novo secretário de C&T da Bahia

Eduardo Ramos assume pasta da Secti nesta quinta
O novo secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Eduardo Lacerda Ramos, toma posse nesta quinta-feira (10), às 10h. A cerimônia, na Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem), terá a presença do governador Jaques Wagner, do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e outras autoridades.

Graduado em Agronomia pela UFBA, Mestre, PhD e Pós-Doutorado em Economia Rural por universidades norte-americanas, Eduardo Ramos, 66 anos, foi professor da UFBA e atualmente é do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).

Fundador e presidente do PDT em Cruz das Almas (BA) por três vezes, a última de março de 2008 a agosto deste ano de 2009, o novo titular da Secti foi candidato a deputado estadual e a prefeito pelo partido, em 1986 e 1988, respectivamente.

A nomeação de Eduardo Lacerda Ramos foi publicada na edição do Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (9).

Do CV Lattes:

Eduardo Lacerda Ramos

possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal da Bahia (1965) , mestrado em Agricultural Economics pela University of Florida (1968) , doutorado em Development pela University of Wisconsin - Madison (1980) e pós-doutorado pela Pennsylvania State University (1992) . Atualmente é Professor Adjunto da Universidade Estadual de Feira de Santana. Atuando principalmente nos seguintes temas: coffee industry, economic impact, Northeast Brazil, regional development.
(Texto gerado automaticamente pela aplicação CVLattes)

C&T na América Latina

Felix Tapia divulgou hoje no seu blogArgentina, Brasil, Chile y México son los 4 países que mas invierte y tienen mayor impacto en CyT en la región. Mas aún, Brasil junto a la India son los únicos países en desarrollo que compiten en CyT con el primer mundo.”

Ele se baseia em artigo do SciDev.net

Retórica y vaivenes frenan ciencia latinoamericana
SciDev.net
3 septiembre 2009
Luisa Massarani y Sian Lewis

Muchos países de América Latina hacen grandes anuncios que no se traducen en fondos estables para I&D, cuando deberían priorizar las estrategias a largo plazo.

A primera vista, la ciencia en América Latina y el Caribe parece próspera.

Indicadores clave, como la inversión en investigación y desarrollo (I&D), el número de científicos y las publicaciones arbitradas, así lo demuestran. Un informe de 2008 de la Red Iberoamericana e Interamericana de Indicadores de Ciencia y Tecnología (RICYT por sus siglas en inglés) muestra que la inversión en ciencia y tecnología (CyT) a través de la región creció 60 por ciento entre 1997 y 2006.

El número de investigadores y técnicos se incrementó en la región un 85 por ciento, mientras se duplicó la producción científica, medida por el número de documentos incluidos en el Índice de Citación Científica (Ver: Fuerte aumento de la inversión latinoamericana en CyT).

Pero una mirada más detenida a las cifras, muestra que mientras la ciencia en la región, como un todo, puede estar en la cima, no es lo mismo para todos los países. De hecho, la distribución de recursos e inversión en CyT es muy desequilibrada. Cuatro países dominaban la producción científica en la región en 1997: Brasil, Argentina, México y Chile, y aún hoy lo hacen.

En 1997, esos cuatro países representaban alrededor del 90 por ciento de la inversión en I&D en la región y más del 90 por ciento de los científicos. La situación seguía igual hasta 2006.

Es común la inestabilidad del financiamiento

¿Por qué la contribución del resto del continente es tan escasa?

Muchos factores son responsables. Pero uno que no ayuda es la falta de respaldo estable para la CyT en los países. La construcción de una base científica requiere planificación e inversión de largo plazo. Puede tomar años antes de que un programa de investigación, como el estudio de una nueva vacuna o medicamento, por ejemplo, se conviertan en productos útiles, que respondan a las necesidades socioeconómicas.

Pero tales programas dependen de presupuestos estables y anuales para la ciencia, lo cual es raro en América Latina y el Caribe.

Ecuador es quizás el mejor ejemplo de cómo la inestabilidad en el financiamiento puede paralizar la producción científica de un país. Mantenerse en la cima de la política científica en ese país puede marear: el gobierno parece estar en una montaña rusa, asumiendo compromisos determinantes un día y recortando presupuestos al día siguiente. En octubre del año pasado, Ecuador comprometió US$ 76 millones para la investigación científica y de pronto, en febrero, sólo cuatro meses después, anunció un tremendo recorte de 75 por ciento en el presupuesto asignado a la ciencia (Ver: Ecuador: US$76 millones a investigación científica y Nuevo recorte de presupuesto científico en Ecuador)

Los resultados de este tipo de inestabilidad son claros: en las pasadas cuatro décadas, las 73 universidades y politécnicos de Ecuador publicaron en promedio tan sólo cuatro documentos cada cinco años.

Brasil ilustra el otro lado de la medalla. Ha mantenido un crecimiento constante en el apoyo del gobierno para la CyT, logrando duplicar el financiamiento entre 2000 y 2007. El país actualmente está inyectando casi US$ 20 mil millones anuales a la CyT, más de la mitad de todo el financiamiento para I&D de América Latina y el Caribe.

No hay mesura en los discursos

Muchos políticos parecen estar comprometidos con la CyT, y ciertamente, pueden hablar y hablar sobre el tema. Tomando solamente la información desde el pasado año, escuchamos al vice presidente de Bolivia exhortar a las universidades a invertir más en la ciencia; al vicepresidente colombiano afirmar que el país acelerará su sistema de innovación; y a la Secretaría ecuatoriana de CyT anunciar el otorgamiento de US$ 9 millones en becas para capacitar mejor a los científicos (Ver: Bolivia: ‘menos abogados y más científicos’, Vicepresidente de Colombia da nuevo impulso a la innovación y Ecuador: US$ 9 millones para formar investigadores).

Pero cuando se trata de un compromiso a largo plazo, sus palabras suenan huecas. Hay mucha más inversión política al anunciar una inversión inmediata de varios millones de dólares para promover el financiamiento científico que al planificar una estrategia de financiamiento de largo plazo y sostenible.

Así, los políticos caen en la trampa de hacer anuncios apresurados sin haber analizado las implicancias de llevar a la práctica tales decisiones.

Por ejemplo, en Venezuela, el presidente Hugo Chávez ha exhortado a reformar los institutos científicos del país, y a comienzos de este año anunció que iba a crear alrededor de 40 nuevas universidades. Pero el dinero para hacerlo tiene que venir de alguna parte y los científicos de todo el país se quejan de los recortes y afirman que Chávez no tiene los recursos para respaldar sus propuestas (Ver: Venezuela: crece tensión entre gobierno y científicos).

Si los demás países de América Latina y el Caribe quieren imitar a Argentina, Brasil, Chile y México y convertirse en actores mundiales de la CyT, deben concentrarse en una estrategia de financiamiento de largo plazo, incluso si ésta se produce a expensas de los votantes, o de emitir pronunciamientos no muy mediáticos.

Luisa Massarani
Coordinadora de
SciDev.Net para América Latina y el Caribe

Sian Lewis
Editor Comisionado,
SciDev.Net

Sete de Setembro, Independência do Brasil

Post de Sergio Arruda

Os brasileiros tem muito do que se orgulhar do Brasil?

Para os mais pessimistas talvez não. Já para a maioria dos brasileiros parece reconhecer o bom momento de ser brasileiro. Pode ser que alguns estejam felizes e patriotas apenas por vencer a Argentina no futebol. Mas o que deixa mesmo as pessoas felizes é a disponibilidade de dinheiro para comprar. Daí os brasileiros devem mesmo estar mais felizes e por consequência mais patriotas.

Uma pesquisa sobre renda familiar revelou que esta melhorou no Brasil para todas as classes e mais importante a renda disponível para poupar ou consumir.

Os resultados da pesquisa revelam “Segundo o estudo, o maior aumento da renda familiar em 2008, frente ao ano anterior, ocorreu na classe A/B, seguido pelo da classe C (13%) e pelo da D/E (12%). Na renda disponível, no entanto, a maior alta ocorreu na classe D/E. O montante em 2008 foi de R$ 69 mensais, mais do que três vezes o valor de R$ 22 em 2007. Na classe A/B, a alta foi de 64,8%, para R$ 834 mensais, e na classe C, de 44,2%, para R$ 212

Você pode achar esses números pequenos, mas com certeza esse aumento de renda generalizado em especial nas classes D/E nunca ocorreu no Brasil. Somadas as notícias de estabilidade democrática (mesmo com as más notícias vindas do Congresso), inflação estável, crescimento do PIB crescente, reservas em alta, dívida externa paga, descoberta de novas fontes de petróleo (pré sal) nos dá confiança e orgulho de sermos brasileiros.


domingo, 6 de setembro de 2009

Doe tempo e capacidade livres do seu computador


Quando utilizamos o computador em situações de rotina costuma haver uma capacidade não utilizada, ou seja utilizamos normalmente uma pequena capacidade dos computadores modernos. Há também uma capacidade enorme de computação ociosa quando os computadores domésticos ou de trabalho estão sem uso (é verdade, ainda há pessoas que conseguem sair da frente do computador….). A possibilidade de utilizar toda esta capacidade ociosa em benefício da pesquisa científica é atraente e possível.

“Use the idle time on your computer (Windows, Mac, or Linux) to cure diseases, study global warming, discover pulsars, and do many other types of scientific research.” este é o texto da página do BOINC no Facebook. O artigo do Libé sobre isto descreveu como: “Drôle de nouveauté sur Facebook. C’est sponsorisé par Intel, et ça annonce que vous pouvez « contribuer à des recherches capables de changer la vie, simplement en partageant votre puissance de processeur non utilisée ».”

BOINC significa Berkeley Open Infrastructure for Network Computing e o princípio é bem simples: utilizar os computadores de vários indivíduos par multiplicar a capacidade de cálculo disponível para os pesquisadores. Os voluntários instalam um programa que recupera a memória não utilizada a cada momento para fazer os cálculos que foram distribuídos. O programa envia, pela internet, os resultados a um servidor que os reúne.

O BOINC tem atualmente 56 projetos que estudam, por exemplo, o folding de proteínas na doença de Alzheimer e nas neoplasias, a pesquisa de ondas gravitacionais e a simulação de colisão de partículas para o CERN, mas chegam até o estudo de inteligência extraterrestre.

Para ter uma idéia da ajuda que os usuários do Facebook podem dar, basta saber o seguinte: o BOINC tem hoje 323.000 “doadores” chegando a 2,5 pétaflops de capacidade de cálculo, o que representa o dobro do maior supercomptudaor atual, o “Roadrunner” da IBM.

A nova página do Facebook ilustrada acima ProgressThruProcessors, facilita a inscrição no Gridrepublic que abriga os projetos BOINC. Ela oferece, de saída, a possibilidade de colocar o tempo do seu computador disponível para para três projetos (veja abaixo), mas você pode escolher outros e determinar a proporção de memória RAM que você empresta.

Participar do BOINC pode dar uma sensação de ajudar a ciência no período que você não trabalha. Deve tornar menos penosa a preguiça do feriadão e diminuir a culpa por não trabalhar no seu projeto, manuscrito, tese….


Rosetta@home - This project needs your help to determine the 3-dimensional shape of proteins as part of research that may ultimately contribute to cures for major human diseases such as AIDS/HIV, malaria, cancer, and Alzheimer's.

By running the Rosetta program on your computer while you're not using it, you will help us speed up and extend our research in ways we couldn't possibly attempt without your help.


Climateprediction.net - This project is computing a massive environmental model intended to forecast climate conditions in the 21st century.

Climate change, and our response to it, is an issue of global importance, affecting food production, water resources, ecosystems, energy demand, insurance costs and much else. There is broad scientific consensus that the Earth will probably warm over the coming century; climateprediction.net should, for the first time, tell us what is most likely to happen.


Africa@home - The goal of this project is to use volunteer distributed computing to provide computing resources to African universities and institutions. The first such project is malariacontrol.net, a project to determine optimal strategies for controlling the spread of malaria.

Computer models of the transmission dynamics and health effects of the disease can be used to improve planning for delivery of mosquito netting, medicines, and other resources. But such models would literally take forty years to run only on the computers available to the scientists who developed them; with the help of volunteers like you, we hope get the first results in a few months.”


sábado, 5 de setembro de 2009

Recomendações da OMS para tratamento da gripe H1N1

Recommended use of antivirals

Pandemic (H1N1) 2009 briefing note 8

Related link:

WHO Guidelines for Pharmacological Management of Pandemic (H1N1) 2009 Influenza and other Influenza Viruses
20 August 2009

21 AUGUST 2009 | GENEVA -- WHO is today issuing guidelines for the use of antivirals in the management of patients infected with the H1N1 pandemic virus.

The guidelines represent the consensus reached by an international panel of experts who reviewed all available studies on the safety and effectiveness of these drugs. Emphasis was placed on the use of oseltamivir and zanamivir to prevent severe illness and deaths, reduce the need for hospitalization, and reduce the duration of hospital stays.

The pandemic virus is currently susceptible to both of these drugs (known as neuraminidase inhibitors), but resistant to a second class of antivirals (the M2 inhibitors).

Worldwide, most patients infected with the pandemic virus continue to experience typical influenza symptoms and fully recover within a week, even without any form of medical treatment. Healthy patients with uncomplicated illness need not be treated with antivirals.

On an individual patient basis, initial treatment decisions should be based on clinical assessment and knowledge about the presence of the virus in the community.

In areas where the virus is circulating widely in the community, clinicians seeing patients with influenza-like illness should assume that the pandemic virus is the cause. Treatment decisions should not wait for laboratory confirmation of H1N1 infection.

This recommendation is supported by reports, from all outbreak sites, that the H1N1 virus rapidly becomes the dominant strain.

Treat serious cases immediately

Evidence reviewed by the panel indicates that oseltamivir, when properly prescribed, can significantly reduce the risk of pneumonia (a leading cause of death for both pandemic and seasonal influenza) and the need for hospitalization.

For patients who initially present with severe illness or whose condition begins to deteriorate, WHO recommends treatment with oseltamivir as soon as possible. Studies show that early treatment, preferably within 48 hours after symptom onset, is strongly associated with better clinical outcome. For patients with severe or deteriorating illness, treatment should be provided even if started later. Where oseltamivir is unavailable or cannot be used for any reason, zanamivir may be given.

This recommendation applies to all patient groups, including pregnant women, and all age groups, including young children and infants.

For patients with underlying medical conditions that increase the risk of more severe disease, WHO recommends treatment with either oseltamivir or zanamivir. These patients should also receive treatment as soon as possible after symptom onset, without waiting for the results of laboratory tests.

As pregnant women are included among groups at increased risk, WHO recommends that pregnant women receive antiviral treatment as soon as possible after symptom onset.

At the same time, the presence of underlying medical conditions will not reliably predict all or even most cases of severe illness. Worldwide, around 40% of severe cases are now occurring in previously healthy children and adults, usually under the age of 50 years.

Some of these patients experience a sudden and very rapid deterioration in their clinical condition, usually on day 5 or 6 following the onset of symptoms.

Clinical deterioration is characterized by primary viral pneumonia, which destroys the lung tissue and does not respond to antibiotics, and the failure of multiple organs, including the heart, kidneys, and liver. These patients require management in intensive care units using therapies in addition to antivirals.

Clinicians, patients, and those providing home-based care need to be alert to warning signals that indicate progression to a more severe form of illness, and take urgent action, which should include treatment with oseltamivir.

In cases of severe or deteriorating illness, clinicians may consider using higher doses of oseltamivir, and for a longer duration, than is normally prescribed.

Antiviral use in children

Following the recent publication of two clinical reviews, [1,2] some questions have been raised about the advisability of administering antivirals to children.

The two clinical reviews used data that were considered by WHO and its expert panel when developing the current guidelines and are fully reflected in the recommendations.

WHO recommends prompt antiviral treatment for children with severe or deteriorating illness, and those at risk of more severe or complicated illness. This recommendation includes all children under the age of five years, as this age group is at increased risk of more severe illness.

Otherwise healthy children, older than 5 years, need not be given antiviral treatment unless their illness persists or worsens.

Danger signs in all patients

Clinicians, patients, and those providing home-based care need to be alert to danger signs that can signal progression to more severe disease. As progression can be very rapid, medical attention should be sought when any of the following danger signs appear in a person with confirmed or suspected H1N1 infection:

  • shortness of breath, either during physical activity or while resting
  • difficulty in breathing
  • turning blue
  • bloody or coloured sputum
  • chest pain
  • altered mental status
  • high fever that persists beyond 3 days
  • low blood pressure.

In children, danger signs include fast or difficult breathing, lack of alertness, difficulty in waking up, and little or no desire to play.

________________________________

[1] Neuraminidase inhibitors for treatment and prophylaxis of influenza in children: systematic review and meta-analysis of randomised controlled trials. Shun-Shin M, Thompson M, Heneghan C et al. BMJ 2009;339:b3172; doi:10.1136/bmj.b3172
[2] Prescription of anti-influenza drugs for healthy adults: a systemic review and meta-analysis. Burch J, Stock C et al. Lancet Infect Dis 2009; doi:10.1016/S1473-3099(09)70199-9

Rio, cidade mais feliz do mundo

A afirmativa é da Forbes e está divulgada no El País de hoje. A matéria da Forbes é de ontem. Não vi nada na imprensa brasileira sobre isto. Como não sou um leitor intensivo da grande imprensa nacional, pode ser que eu não tenha visto alguma matéria. Pode ser, também, que não tenha saído ou tenha tido pouco destaque. A nossa (?) imprensa tem aversão a dar boas notícias do Brasil. O comportamento é atávico, mas está em plena crise de hipersensibilidade no governo Lula. Não interessa dar boas notícias, mesmo que irrelevantes.

Não sou um admirador incondicional do Rio (embora goste dos cariocas e residentes de lá), mas sou um dinossauro que gosta de ouvir notícias boas do Brasil (ainda que fantasiosas e auto-indulgentes).

Sou ainda mais crítico de listas tipo Forbes. Vejo isto como a versão americana de ver o mundo. Apagam-se todas as nuanças para valorizar uma classificação com critérios mais que duvidosos.

Por que El País destacou esta notícia?

“Barcelona y Madrid están entre las 10 ciudades más felices del mundo según la lista que acaba de publicar la revista Forbes. La brasileña Río de Janeiro encabeza la lista, en la que también figura Buenos Aires.”

Interessado em saber a lista?

“Next on the list is the top city from Down Under: Sydney, Australia. Known for balmy weather, friendly locals and an iconic opera house, Sydney fared well in Anholt's survey because of its association with a popular brand--Australia.”

“Rounding out the top five are third-ranked Barcelona, Spain, which Anholt calls "the classic Mediterranean city"; fourth-ranked Amsterdam, Netherlands, because Anholt's young respondents "know you can smoke dope in the bars"; and Melbourne, Australia, which makes the list simply because it's in Australia.”


  1. Rio
  2. Sidney
  3. Barcelona
  4. Amsterdam
  5. Melbourne
  6. Madrid
  7. San Francisco
  8. Roma
  9. Paris
  10. Buenos Aires


Ilustração: da matéria no El País.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Cancelamento de artigos em elevação


Zoë Corbyn relata no Times Higher Education (THE) sobre um artigo da Thomson Reuters que demonstra a elevação da taxa de cancelamento (retraction) de artigos científicos a partir de 1990.
Em 1990 foram cancelados 5 de 690.000 artigos (0,0007%) e em 2008 foram cancelados 95 dos 1,4 milhões publicados (0,007%), na base Science Citation Index Expanded. Um aumento bastante acentuado em termos percentuais.
Este aumento de quase 10 vezes é atribuído a uma maior pressão sobre os autores para publicar, sobre os editores para coibir falsos relatos e ao aperfeiçoamento dos métodos de detecção.
“The study, by the academic-data provider Thomson Reuters, follows the retraction last month of a paper on the creation of sperm from human embryonic stem cells.
The paper, written by researchers at Newcastle University, was withdrawn by the Stem Cells and Development journal following its discovery that the paper's introduction was largely plagiarised.
...
It shows that over nearly 20 years the number of articles produced has doubled, but the number of retractions - still a small fraction of the literature - has increased 20 times. This is equal to a tenfold increase, factoring in the growth of articles.
...
The growth has been particularly pronounced in the past few years, even factoring out 22 retracted papers authored by Jan Hendrik Schon, the disgraced German physicist, earlier this decade.”
Vinte e dois artigos cancelados, este cara é campeão. Sem ele e sem o japonês do HMGB-1 a taxa cairia bastante.

Blog Day 2009

Ontem (31 de agosto) comemorou-se o V Dia do Blog, mantive em inglês na chamada para registrar o seu caráter internacional. Só descobri isto hoje, pois ontem não tive muito tempo para leitura além das teses nas quais participo das bancas.

Não sei bem o que constitui o Dia do Blog, mas as instruções do site são:

BlogDay posting instructions:

  1. 1.Find 5 new Blogs that you find interesting

  2. 2.Notify the 5 bloggers that you are recommending them as part of BlogDay 2009

  3. 3.Write a short description of the Blogs and place a link to the recommended Blogs

  4. 4.Post the BlogDay Post (on August 31st) and

  5. 5.Add the BlogDay tag using this link:
    http://technorati.com/tag/BlogDay2009 and a link to the BlogDay web site at http://www.blogday.org

Me contento em cumprir a instruções 1 e 3:

Os cinco blogs científicos (com viés claro para as áreas biológica e médica) que recomendo são:

The Great Beyond - o blog da Nature, com notícias muito interessantes, não só das revistas do grupo.

Apuntes científicos - o blog de Pere Estupinya no El País. Os posts são muito bem elaborados e, normalmente, de temas muito interessantes.

ACP Internist - Blog do American College of Physicians, muito informativo e com humor.

PhD Comics - Tenho mostrado alguns cartoons deste site.

Science-based medicine - Algo pretensioso e dogmático, mas com temas interessantes.


Bem, fora desta área há outros MUITO interessantes, claro.

Fraude nas células tronco

A Universidade de Minnesota acaba de abrir novo inquérito sobre pesquisa do Stem Cell Institute. Há pouco um artigo do New Scientist levantou suspeitas da existência de imagens duplicadas e manipuladas. Dois inquéritos anteriores tiveram como resultado a alteração de dois trabalhos e a retirada (retraction) de um outro. Um comitê de especialistas concluiu que Morayma Reyes, falsificou imagens num artigo publicado no Blood em 2001 no qual descrevia um tipo muito versátil de célula tronco da medula óssea humana. A Dra. Reyes afirma sua inocência e culpa os erros à sua falta de experiência, treinamento inadequado e padrões pouco claros no tratamento di imagens. Ela alega que seguiu os padrões de tratamento de imagem comumente utilizados na Univ. de Minnesota.

As afirmativas da Dra. Reye motivaram novas observações nos trabalhos publicados pelo lab da Dra. Catherine Verfaillie, chefe do laboratório onde Reyes trabalhou. As avaliações feitas pela New Scientist acabaram descobrindo outros problemas em trabalho de Jizhen Lin em co-autoria com Catherine Verfaillie. Diz a reportagem: “After combing through more of Lin's research, we found possible duplications within images in six further papers, published between 2001 and 2007. None involved Verfaillie.”

A impressão dada por outros pesquisadores na reportagem é que há muita pressão num campo tão competitivo. Fica a dúvida se uma investigação tão cuidadosa quanto a que foi feita no Stem Cell Institute da Univ Minnesota não encontraria problemas em outras instituições: “It raises serious issues about how widespread this could be," segundo Arnold Kriegstein da University da California, San Francisco.

FIOCRUZ entre as melhores empresas públicas

As melhores empresas públicas

Do Portal Luís Nassif

Do Blog de Nicolau Frederico de Souza

Conheça as organizações públicas brasileiras com excelência na gestão em 2008/2009

As dez melhores organizações públicas brasileiras no período 2008/2009, participantes do Prêmio Nacional da Gestão Pública (PQGF), foram anunciadas nesta quarta-feira (26), na sede do Ministério do Planejamento, em Brasília.

Na categoria Ouro foi reconhecida a Eletronorte - Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A/Regional de Transmissão do Mato Grosso. Na categoria Prata foram reconhecidas as seguintes organizações públicas: Eletronorte - Regional de Transmissão do Maranhão/Superintendência de Engenharia de Operação e Manutenção da Transmissão/Superintendência de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico e Exército Brasileiro - Colégio Militar de Fortaleza/Laboratório Químico Farmacêutico do Exército. Finalmente, na categoria Bronze, a Cagece - Companhia de Água e Esgoto do Ceará, o CBMERJ - Corpo de Bombeiros Militares do Estado do Rio de Janeiro/3ª Policlínica Niterói; a Eletronorte - Regional de Produção e Comercialização de Rondônia e a FioCruz - Fundação Oswaldo Cruz.

O objetivo da premiação é incentivar o aprimoramento das práticas de gestão pública e promover a modernização do Estado brasileiro. O resultado do Ciclo 2008/2009 do PQGF foi apresentado na reunião do Conselho do Prêmio, que contou com a presença do secretário de Gestão, Marcelo Viana, do presidente do Conselho, Jorge Gerdau Johannpeter, e demais conselheiros. Também participaram do evento o diretor do Departamento de Programas de Gestão, Bruno Palvarini e o gerente do PQGF, César Pereira Viana.

Religião e disfuncionalidade social. Portugal igual aos EEUU?

Quanto maior a religiosidade de um povo maior o grau de funcionamento harmônico do sistema social. Parece algo óbvio. O problema é que nem tudo que parece óbvio resiste ao teste.

Num artigo publicado no Evolutionary Psychology Gregory Paul encontra resultados que se distanciam da crença “óbvia”, e diz que a ideologia religiosa conservadora contribui para a disfuncionalidade social.

“conservative religious ideology apparently contributes to societal dysfunction, and religious prosociality and charity are less effective at improving societal conditions than are secular government programs. The antagonistic relationship between better socioeconomic conditions and intense popular faith may prevent the existence of nations that combine the two factors”.

A disfunção social é medida numa série de 25 parametros que inclui a taxa de homicídios, abortamento, gravidez na adolescência, doenças sexualmente transmitidas, desemprego e pobreza.

Sharon Begley em artigo na Neesweek, diz que as sociedades com maior disfunção, como Portugal e EEUU, são as mais religiosas (medida pela auto-declaração, frequencia à igreja, hábito de rezar etc.

O site português De Rerum Natura comentou os dados num post de Carlhos Fiolhais:

“Deixando de lado a questão da religião, vale a pena acrescentar que a proximidade de Portugal aos Estados Unidos do ponto de vista social também aparece num livro recente dos ingleses Richard Wilkinson e Kate Pickett, The Spirit Level: Why More Equal Societies Almost Always Do Better, Allen Lane, 2009) (ver recensão do Guardian aqui, que refere Portugal). Em ambos os países existe maior número de problemas de saúde e sociais e também maior desigualdade social, considerando apenas os países mais desenvolvidos (ver o gráfico de cima, extraído do livro, que relaciona problemas de saúde e sociais com desigualdade social: Portugal está no canto superior direito, entre o Reino Unido e os Estados Unidos). Para usar uma expressão que Gregory usou, Portugal parece ser um país do "segundo mundo". Somos, de facto, um "case study", por estarmos no extremo de algumas escalas com que se medem os países mais desenvolvidos...”
Bem..., os dados podem estar sujeitos a algum viés, mas instintivamente sempre tive um pouco de receio de muita religiosidade.