terça-feira, 17 de maio de 2011

Quantiferon para a Leishmaniose Visceral

Post de Marcia Weber Carneiro (LIP/CPqGM-FIOCRUZ)



Interferon-Gamma Release Assay (Modified QuantiFERON) as a Potential Marker of Infection for Leishmania donovani, a Proof of Concept Study Kamlesh Gidwani



ResearchBlogging.orgMétodos sorológicos como ELISA ou teste cutâneo de leishmanina (LST) vêm sendo utilizados para documentar a infecção, porém seus valores como marcadores de infecção ainda não foram bem estabelecidos. Estes testes detectam uma infecção mais inicial, mas o tempo que ambos se mantêm positivos e se a resposta a ambos difere entre pacientes com calazar ou indivíduos infectados assintomáticos, ainda não estão claros. O LST é um marcador de imunidade mediada por células, e permanece positivo por muitos anos após infecção inicial. Não obstante, marcadores de resposta imune celular são promissores; a proliferação de células T pode ser resultado da ativação destas células e medir a liberação de IFN pelas mesmas refina a avaliação da resposta imune celular.



Um ensaio in vitro de liberação de IFNgama (Quantiferon- TB Gold) foi desenvolvido para documentar a infecção latente por Mycobacteria. Este método detecta IFNgama em sangue total com boa sensibilidade e especificidade. Assim, um ensaio similar poderia ser desenvolvido para a leishmaniose. Jones e colaboradores, partindo desta premissa, desenvolveram um teste baseado no sistema QuantiFERON e avaliaram seu potencial em detectar a infecção por L. donovani, agente da leishmaniose visceral. Primeiramente, eles buscaram identificar um antígeno com alta especificidade e que estimule liberação máxima de IFNgama, no sangue total de pacientes com LV, 6 meses após a cura. Dentre os antígenos testados, o SLA obteve 100% de especificidade, pois nenhum voluntário saudável de área não endêmica foi IFNgama positivo. Os antígenos H2B e H2B + PSA-2 também geraram boa especificidade (100% e 91%), porém com menor sensibilidade comparada ao SLA. Um resultado interessante no trabalho foi que pacientes sintomáticos com LV apresentaram alta produção de IFNgama em resposta aos antígenos, principalmente com SLA. Outros trabalhos já demonstraram que estes indivíduos estão imuno-suprimidos e que suas células mononucleares não proliferam nem produzem IFNgama após estimulo com antígeno.


Os autores concluem que um marcador de infecção é essencial para estudos de intervenção em vacinas ou para o controle de vetores e para o monitoramente da transmissão em áreas endêmicas. Eles apontam que o estudo foi realizado com um n pequeno, sendo necessária a validação do teste em uma amostra maior. O ensaio é muito prático e simples de conduzir em laboratório e pode ser um potencial marcador em pesquisas epidemiológicas se sua validação for realmente confirmada.






Gidwani, K., Jones, S., Kumar, R., Boelaert, M., & Sundar, S. (2011). Interferon-Gamma Release Assay (Modified QuantiFERON) as a Potential Marker of Infection for Leishmania donovani, a Proof of Concept Study PLoS Neglected Tropical Diseases, 5 (4) DOI: 10.1371/journal.pntd.0001042

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