O tratamento da leishmaniose é, basicamente, fundamentado na injeção de antimoniais pentavalentes (droga de primeira escolha) ou anfotericina B, entretanto estes medicamentos apresentam elevada incidência de efeitos colaterais e sua administração injetável geralmente causa desconforto, o que contribui para que muitos pacientes interrompam o tratamento. Neste contexto, o desenvolvimento de fármacos com via de administração tópica tem sido extremamente necessário e a terapia fotodinâmica tem se mostrado uma boa alternativa para este desenvolvimento.
A terapia fotodinâmica (TF) une componentes fotossensibilizantes e luz visível, produzindo espécies reativas de oxigênio, sendo eficaz no tratamento de doenças tópicas e/ou locais como a degeneração macular e o câncer. Alguns trabalhos tem demonstrado a eficiência da TF sobre algumas espécies de Leishmania, como a L. major, L. donovani e L. tropica, entretanto esta terapia tem sido pouco estudada em espécies causadoras de LC. Diante disto, o trabalho desenvolvido por Peloia e colaboradores (2011) teve como objetivo investigar o efeito fotodinâmico do azul de metileno (substância fotossensibilizante) e da Luz Emissora de Diodo (LED) contra a leishmaniose cutânea americana (LCA) em hamsters experimentalmente infectados com L. amazonensis.
Para tanto, fêmeas de hamsters golden foram infectadas com L. amazonensis e os animais foram separados em três grupos os quais receberam os seguintes tratamentos: CTR) azul de metileno em solução aquosa ou loção ; A) azul de metileno em loção oleosa ; B) azul de metileno em solução aquosa. O tratamento iniciou-se 90 dias após a infecção, 3 vezes semanais, durante 3 meses. Após a aplicação do azul de metileno os animais dos grupos A e B foram expostos a LED por 1 hora.
Os resultados encontrados demonstram redução significativa do tamanho da lesão na pata e da carga parasitária no linfonodo poplíteo dos animais dos grupos A e B quando comparado com o grupo CTR. Estes dados sugerem que a absorção e ação do azul de metileno são independentes do veículo utilizado (aquoso ou oleoso), entretanto dependem da exposição à LED. Estes dados reforçam a idéia de que a terapia fotodinâmica pode ser uma boa alternativa para o tratamento da leishmaniose cutânea uma vez que consiste numa técnica barata e que, neste caso, pode ser feita pelo próprio paciente sem necessidade de deslocamento para unidades de atendimento de saúde.
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