Post
de Claire Santos
Comentários do Congresso da SBPz - 19 a 21 de
setembro de 2011, Foz do Iguaçu
Fonte: http://www.ucl.ac.uk/~ucbpeal/work.html |
Os
neutrófilos são a primeira linha de defesa em resposta a infecções. Durante a
resposta imune os macrófagos desempenham um importante papel na fagocitose dos
neutrófilos apoptóticos, um fenômeno conhecido como eferocitose. Essa
fagocitose pode ter características tanto pró quanto anti-inflamatória.
Nessa
palestra, Alessandra Filardy demonstrou
como a eferocitose pode induzir a diferenciação fenotípica dos macrófagos. Os
macrófagos podem se subdividir fenotipicamente em 3 grupos. O M1 ou classicamente
ativado, induzidos pelo IFN-g e associados com a resposta Th1, o M2a ou ativado
de forma alternativa, induzidos por citocinas como IL-4 e IL-13 e associados
com uma resposta Th2 e o M2b conhecidos como macrófagos regulatórios. Os
macrófagos M2b produzem TNF, NO e possuem uma alta expressão de IL-10. A
presença desses macrófagos está associada à supressão da resposta
pró-inflamatória.
Foi demonstrado que macrófagos de camundongos C57BL/6, mas
não de Balb/c, quando cultivados na presença de neutrófilos apoptóticos se
diferenciavam no subtipo M2b, o que se caracterizava pela baixa produção de
IL-12 e alta produção de IL-10 e NO. Observou-se também que a presença de NE e
a sinalização por TLR4 eram fatores importantes na diferenciação desses
macrófagos e que a co-cultivo desses macrófagos M2b com células T CD4+
induzia uma alta produção de IL-4 e IL-10 e uma baixa produção de IFN-g por
essas células, caracterizando uma resposta Th2. Uma característica importante
da fagocitose de neutrófilos apoptóticos em camundongos C57BL/6 é que ela induz
uma resposta pro-inflamatória, o que já foi demonstrado, por exemplo, com a
infecção do camundongo na presença de leishmania e neutrófilos apoptóticos, o
que resultou na destruição do parasita. No entanto, nesse trabalho foi observado
que quando os macrófagos de camundongos C57BL/6 eram cultivados previamente com
neutrófilos apoptóticos e posteriormente infectados com L. major, eles se tornavam permissivos a infecção.
Desta forma, a presença
dos neutrófilos apoptóticos poderia influenciar diretamente a resposta imune a
leishmania, e a sobrevida do parasita no macrófago estaria associada ao tempo
entre a infecção e a fagocitose dos neutrófilos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário