Fonte da imagem: Newsvine Mobile
Post de Theolis Bessa
Dez anos após os ataques terroristas que marcaram a data de 11 de Setembro, o prestigiado periódico The Lancet publica 3 estudos que avaliam efeitos deste acontecimento sobre a saúde. Medscape News Today dá destaque a esta publicação.
Um dos estudos mostra razão de proporções aumentada em 19% para o desenvolvimento de câncer entre os bombeiros que responderam ao incêndio no World Trade Center, em comparação com bombeiros não expostos. Possíveis causas para o risco aumentado podem envolver a exposição a carcinógenos presentes na fumaça tóxica e o desenvolvimento de inflamação crônica nestes indivíduos. O segundo estudo avaliou doenças físicas e mentais entre os trabalhadores envolvidos nas operações de resgate e recuperação. Neste estudo foram verificadas doenças respiratórias e refluxo gastroesofágico, depressão, estresse pós-traumático e síndrome do pânico. Os trabalhadores menos afetados foram os policiais, que podem ter sido beneficiados pelo treinamento em situações com elevado estresse. Finalmente, o terceiro estudo mostra uma redução das taxas de mortalidade por todas as causas, utilizando como período de avaliação os anos de 2003 a 2009. Esta redução ocorreu tanto entre os trabalhadores envolvidos nas operações de resgate e recuperação como entre os indivíduos não envolvidos. Os pesquisadores explicam este efeito como possivelmente resultante da maior taxa de emprego em atividades relacionadas à recuperação.
Em conjunto, os estudos revelam uma resposta complexa da saúde humana face à tragédia. Como estes efeitos seriam comparáveis com os promovidos pela exposição a tragédias naturais, a guerras ou à violência urbana? Os efeitos destes eventos a longo prazo podem igualmente ser um problema de saúde pública não apenas pontual e transitório, mas de longa duração nas populações afetadas.
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