segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Discriminação de indivíduos com tuberculose latente e com tuberculose ativa por citometria de fluxo
Post de Evelin Oliveira
O diagnóstico da tuberculose permanece complexo e a demora nos resultados de exames clínicos, radiológicos e bacteriológicos retardam o tratamento dos indivíduos com a doença ativa. O teste intradérmico Mantoux é utilizado em larga escala até hoje, porém não é capaz de diferenciar entre os indivíduos vacinados daqueles que estão infectados pelo Mycobacterium tuberculosis (Mtb) ou micobactérias ambientais. Os testes de diagnósticos mais recentes avaliam a produção de IFN-g em resposta aos antígenos expressos no M.tuberculosis (ESAT-6;CFP-10) mas não em M.bovis BCG, sendo capaz de discriminar entre infecção causada pelo Mtb e vacinação com BCG, mas não diferencia doença ativa de infecção latente (Berry et al. 2010).
No artigo de Harari e colaboradores (2011) foram avaliados perfis polifuncionais da resposta de células TCD4 de voluntários com infecção latente e doença ativa na tentativa de obter um bom marcador de diferenciação das formas de infecção encontrada na tuberculose. Os autores confirmam a diferença no perfil de citocinas e mostram que a frequência de células TCD4+ produtoras de TNF está associada com doença ativa. Este achado pode ser alvo de teste diagnóstico para doença ativa o que substituiria as culturas que precisam de semanas para obtenção dos resultados.
O papel do TNF no controle da infecção pelo Mtb já é bem estudado em modelos humanos e murinos (Flynn et al. 2001) e sabe-se da sua importância pelo risco aumentado de reativação da tuberculose nos pacientes que recebem terapia anti-TNF contra artite reumatoide (Feldmann et al, 2001). Porém, as células TCD4+ produtoras de TNF observadas durante a TB ativa pode refletir elevado grau de inflamação e não de proteção (Harari et al. 2011). Um biomarcador de doença ativa pode evitar a reativação do bacilo e aparecimento de sintomas pela terapia profilática evitando a disseminação da micobactéria e debilitação do indivíduo.
Referência: Harari, A., Rozot, V., Enders, F., Perreau, M., Stalder, J., Nicod, L., Cavassini, M., Calandra, T., Blanchet, C., Jaton, K., Faouzi, M., Day, C., Hanekom, W., Bart, P., & Pantaleo, G. (2011). Dominant TNF-α+ Mycobacterium tuberculosis–specific CD4+ T cell responses discriminate between latent infection and active disease Nature Medicine DOI: 10.1038/nm.2299
sábado, 26 de fevereiro de 2011
Modelo de micro arranjo analisa transcriptoma humano
Post de Leonardo Arruda
Um novo modelo de microarranjo voltado para uso em estudos clínicos foi desenvolvido através de uma parceria entre universidades americanas e a Affymetrix. Este novo microarray, além de proporcionar uma análise da expressão gênica global, identifica sítios de splicing alternativo, polimorfismos em um simples nucleotídeo (SNPs), bem como transcritos não codificantes (ncRNA), dentre todo o pool do transcriptoma humano.
Já estavam disponíveis no mercado alguns tipos de Exon Array, que possuíam em média quatro sondas por exon. Este novo array, denominado de GG-H array possui aproximadamente 10 sondas por exon, além de quatro sondas por possível junção exon-exon. Para cada SNP descrito seis outras sondas foram desenhadas além de outras 10 por cada região não codificante transcrita.
Os autores validaram o novo micro-arranjo comparando a expressão gênica entre músculo e fígado, onde sabidamente ocorrem eventos com o splicing alternativo. Também compararam seus resultados com seqüenciamento do RNAm. Os resultados foram impressionantes no que se refere à quantidade de dados gerados, reprodutibilidade e especificidade.
Não espero novas revoluções na tecnologia dos micro-arranjos. Acredito que em breve estarão disponíveis versões para camundongos e outros animais. O que ainda pode ser feito é a redução do custo dos equipamentos, cujo investimento inicial ultrapassa os 2 milhões de reais, bem como do chip, que custa em torno de R$700 para cada análise. Os autores enfatizaram o uso desta técnica em novos ensaios clínicos onde normalmente é necessário um contingente enorme de pacientes, apesar de terem declarando não existir conflito de interesse. Ficamos no aguardo dos trabalhos que utilizarão esta ferramenta para desvendar os reais efeitos das regiões não codificantes bem como os do splicing alternativo nos mais diversos modelos.
Além da análise da expressão do gene, são analisados a expressão de cada exon, as junções entre exons, a presença de SNPs bem como a expressão de RNAs não codificantes.
Referência: Xu, W., Seok, J., Mindrinos, M., Schweitzer, A., Jiang, H., Wilhelmy, J., Clark, T., Kapur, K., Xing, Y., Faham, M., Storey, J., Moldawer, L., Maier, R., Tompkins, R., Wong, W., Davis, R., Xiao, W., , ., Toner, M., Warren, S., Schoenfeld, D., Rahme, L., McDonald-Smith, G., Hayden, D., Mason, P., Fagan, S., Yu, Y., Cobb, J., Remick, D., Mannick, J., Lederer, J., Gamelli, R., Silver, G., West, M., Shapiro, M., Smith, R., Camp, D., Qian, W., Tibshirani, R., Lowry, S., Calvano, S., Chaudry, I., Cohen, M., Moore, E., Johnson, J., Baker, H., Efron, P., Balis, U., Billiar, T., Ochoa, J., Sperry, J., Miller-Graziano, C., De, A., Bankey, P., Herndon, D., Finnerty, C., Jeschke, M., Minei, J., Arnoldo, B., Hunt, J., Horton, J., Brownstein, B., Freeman, B., Nathens, A., Cuschieri, J., Gibran, N., Klein, M., O'Keefe, G., Altstein, L., Gao, H., Harbrecht, B., Hennessy, L., Honari, S., McKinley, B., Moore, F., & Wispelwey, B. (2011). Human transcriptome array for high-throughput clinical studies Proceedings of the National Academy of Sciences DOI: 10.1073/pnas.1019753108
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
A via da adenosina e adenosina-deaminase na hemólise associada à hipertensão pulmonar
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Leishmania major atenua a resposta imune pela estimulação da expressão de Indoleamina 2,3-dioxigenase em lifonodos
A infecção por L. major em camundongos tem sido utilizada como um modelo para a leishmaniose em humanos. A partir deste modelo surgiram paradigmas na imunobiologia, como a resposta polarizada Th1/Th2 de acordo com as características genéticas do hospedeiro. Durante a infecção por L. major a resposta imune do tipo Th1 é subvertida por diferentes mecanismos. Neste artigo, os autores avaliaram a participação da enzima indoleamine 2,3 dioxygenase (IDO) como uma molécula regulatória presente na resposta imune a infecção por L. major. A enzima IDO pode ser expressa por células dendríticas em situações inflamatórias e atuar regulando a resposta local pela supressão de células T efetoras e ativação de células T regulatórias. A IDO foi ativamente expressa em dendríticas plasmocitóides no linfonodo drenante de camundongos infectados com L. major e foi responsável pela atenuação da resposta de células T a antígenos exógeno e do patógeno, uma vez que animais infectados tratados com um inibidor da enzima (D-1MT) tiveram uma resposta semelhante aos não infectados. Animais deficientes em IDO apresentaram menor tamanho de lesão e carga parasitária (figura em destaque). O tratamento de animais infectados com D-1MT também levou a redução da lesão e diminuição da carga parasitária associada à diminuição de IL-10 e aumento da produção de IL-17 e IL-6 das células do linfonodo drenante frente a antígenos de L. major, sugerindo um potencial terapêutico para inibição desta enzima no tratamento da leishmaniose cutânea.
Post de Théo de Araújo Santos
Makala, L., Baban, B., Lemos, H., El-Awady, A., Chandler, P., Hou, D., Munn, D., & Mellor, A. (2011). Leishmania major Attenuates Host Immunity by Stimulating Local Indoleamine 2,3-Dioxygenase Expression Journal of Infectious Diseases, 203 (5), 715-725 DOI: 10.1093/infdis/jiq095
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
The International Science & Engineering Visualization Challenge 2010
Veja aqui os vencedores
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Novel macrophage polarization model: from gene expression to identification of new anti-inflammatory molecules.
Post de Marcia Weber
A plasticidade é uma propriedade bastante conhecida de macrófagos e importante para determinar a resposta imune em diferentes situações. A polarização de macrófagos depende de fenótipos de ativação. Quando ativados com citocinas Th1 e endotoxinas bacterianas, os macrofagos polarizam para a clássica resposta pró-inflamatória (M1). Em contraste, quando ativados com citocinas Th2 ou hormônios glicocorticóides, os macrófagos polarizam para a via alternativa anti-inflamatória (M2) (1, 2). Porém, pouco se sabe sobre a expressão gênica ou sobre sinais moleculares envolvidos nesta plasticidade. Notrabalho de Lopez-Castejon et al., os autores utilizaram macrófagos obtidos da cavidade peritoneal de camundongos C57BL/6 e estimularam estas células com LPS e IFN-g, para obter fenótipo M1, ou IL-4, para obter fenótipo M2, e ainda LPS, IFN-g e IL-4, para obter um fenótipo intermediário M1/M2. Após a diferenciação, os autores estimularam células M1 com IL-4 ou M2 com IFN-g e LPS. Através da utilização de técnica de PCR em tempo real quantitativo, os autores demonstram que os fenótipos M1 e M2 estão associadas a padrões específicos de expressão gênica. Regiões gênicas específicas são reguladas positivamente em M1 e negativamente em M2, ou seja, a ativação alternativa desencadeia uma resposta anti-inflamatória ou de resolução, onde os mediadores inflamatórios além de não serem induzidos, são também regulados negativamente. O padrão de expressão gênica inverso foi encontrado em macrófagos M1, nos quais todos os genes relacionados com M2 estavam regulados negativamente. Além disso, os autores demonstraram que a polarização de macrófagos pode ser mudada de um estado para outro. Ainda, marcadores associados ao fenótipo M2 foram identificados, tais como genes que controlam o metabolismo extracelular de ATP para gerar pirofosfatos (PPi). A estimulação de macrófagos M1 com PPi amortece ambas sinalizações NLR e TLR e parece mediar a produção de citocinas. Neste contexto, o PPi extracelular potencializa a fase de resolução no modelo de peritonite murina através de uma menor produção de citocinas pro-inflamatórias. O estudo sugere que drogas análogas a PPi podem ser usadas como compostos anti-inflamatórios.
1. Gordon S (2003) Alternative activation of macrophages. Nat Ver Immunol 3:23–35
2. Martinez FO, Helming L, Gordon S (2009) Alternative activation of macrophages: an immunologic functional perspective. Annu Rev Immunol 27:451–483
Lopez-Castejón, G., Baroja-Mazo, A., & Pelegrín, P. (2010). Novel macrophage polarization model: from gene expression to identification of new anti-inflammatory molecules Cellular and Molecular Life Sciences DOI: 10.1007/s00018-010-0609-y
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
MicroRNAs participam da regulação de respostas imunes e manutenção da homeostase na mucosa intestinal
Recentemente tem-se dado bastante ênfase ao estudo do papel de pequenas moléculas de RNA não-codificantes na regulação pós-transcricional em diversos processos de organismos eucariontes, que envolve um mecanismo denominado interferência por RNA (RNA interference, RNAi). Entre os pequenos RNAs (small RNAs) temos os pequenos RNAs de interferência (short interference RNAs, siRNAs) e os microRNAs (miRNAs), que são gerados a partir de precursores de fita dupla por excisão com enzimas Dicer e se ligam a proteínas Argonauta, e os RNAs que interagem com proteínas Piwi (piwi-interacting RNAs, piRNAs), gerados aparentemente a partir de precursores de fita simples [1,2].
miRNAs têm sido distinguidos dos siRNAs por serem de origem endógena, e portanto com importância fisiológica para os organismos [1]. Essas moléculas têm papel na regulação gênica [3,4] e na defesa antiviral [5], e novas implicações vêm sendo descobertas na ontogênese [6,7], em processos degenerativos [8], na predisposição ao desenvolvimento de tumores [9], no controle de respostas hormonais [10] e na regulação de respostas imunes, como destacado no artigo publicado na Nature Immunology que é tema deste post [11].
A regulação das respostas imunes na mucosa intestinal é complexa e envolve um delicado equilíbrio entre a microbiota, a barreira epitelial e o sistema imune associado à mucosa [12]. Parte deste equilíbrio é deve-se à manutenção de uma espessa camada de muco, produzida no intestino por células especializadas (goblet cells). Os autores demonstram que a depleção específica de Dicer1 ou de Drosha (outra enzima envolvida na biogênese de miRNAs) nas células intestinais promove uma redução drástica da quantidade de células epiteliais maduras produtoras de muco. Além disso, essa depleção levou à redução da expressão de citocinas que direcionam a resposta da mucosa para um ambiente tipo Th2 (IL-4, IL-5, IL-13, linfopoietina estromal tímica – TSLP), bem como da resistina RELMβ, específica de células produtoras de muco, e que atua na defesa da mucosa contra parasitas intestinais em resposta à sinalização por citocinas Th2 [13]. Em acordo com estes dados, os autores demonstram que camundongos deficientes em Dicer1 são susceptíveis à infecção pelo helminto Trichuris muris e desenvolvem uma resposta do tipo Th1 no intestino, ineficaz para conter o parasita.
Este trabalho não só confirma a importância da interferência por RNA em diversos aspectos fisiológicos e de defesa do organismo, mas também sugere que podemos esperar muito de abordagens terapêuticas envolvendo tecnologias que utilizem estes princípios também em doenças parasitárias.
[1]R.W. Carthew, E.J. Sontheimer, Origins and Mechanisms of miRNAs and siRNAs, Cell. 136 (2009) 642-655.
[2]H. Cerutti, J.A. Casas-Mollano, On the origin and functions of RNA-mediated silencing: from protists to man, Curr. Genet. 50 (2006) 81-99.
[3]M.A. Matzke, J.A. Birchler, RNAi-mediated pathways in the nucleus, Nat. Rev. Genet. 6 (2005) 24-35.
[4]M. Wassenegger, The role of the RNAi machinery in heterochromatin formation, Cell. 122 (2005) 13-16.
[5]V. Scaria, M. Hariharan, S. Maiti, B. Pillai, S.K. Brahmachari, Host-virus interaction: a new role for microRNAs, Retrovirology. 3 ([s.d.]) 68-68.
[6]M.F. Roussel, M.E. Hatten, Cerebellum development and medulloblastoma, Curr. Top. Dev. Biol. 94 (2011) 235-282.
[7]L. Guo, R.C. Zhao, Y. Wu, The role of miRNAs in self-renewal and differentiation of mesenchymal stem cells, Exp Hematol. (2011).
[8]H. Kaneko, S. Dridi, V. Tarallo, B.D. Gelfand, B.J. Fowler, W.G. Cho, et al., DICER1 deficit induces Alu RNA toxicity in age-related macular degeneration, Nature. (2011).
[9]I. Slade, C. Bacchelli, H. Davies, A. Murray, F. Abbaszadeh, S. Hanks, et al., DICER1 syndrome: clarifying the diagnosis, clinical features and management implications of a pleiotropic tumour predisposition syndrome, J Med Genet. (2011).
[10]T. Melkman-Zehavi, R. Oren, S. Kredo-Russo, T. Shapira, A.D. Mandelbaum, N. Rivkin, et al., miRNAs control insulin content in pancreatic β-cells via downregulation of transcriptional repressors, Embo J. (2011).
[11]Biton, M., Levin, A., Slyper, M., Alkalay, I., Horwitz, E., Mor, H., Kredo-Russo, S., Avnit-Sagi, T., Cojocaru, G., Zreik, F., Bentwich, Z., Poy, M., Artis, D., Walker, M., Hornstein, E., Pikarsky, E., & Ben-Neriah, Y. (2011). Epithelial microRNAs regulate gut mucosal immunity via epithelium–T cell crosstalk Nature Immunology, 12 (3), 239-246 DOI: 10.1038/ni.1994
[12]T. Barbosa, M. Rescigno, Host-bacteria interactions in the intestine: homeostasis to chronic inflammation, Wiley Interdiscip Rev Syst Biol Med. 2 (2010) 80-97.
[13]D. Artis, M.L. Wang, S.A. Keilbaugh, W. He, M. Brenes, G.P. Swain, et al., RELMbeta/FIZZ2 is a goblet cell-specific immune-effector molecule in the gastrointestinal tract, Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 101 (2004) 13596-13600.
sábado, 19 de fevereiro de 2011
A frequência de células T multifuncionais pode ser biomarcador de reativação precoce em modelo de co-infecção TB-HIV
A infecção causada pelo Mycobacterium tuberculosis em um estágio assintomático da tuberculose (TB) é classificada como infecção tuberculosa latente (LTBI). Os indivíduos com LTBI têm uma maior predisposição para a reativação e desenvolvimento da doença ativa após a infecção com vírus da imunodeficiência humana (HIV). A TB é uma das maiores causa de morte entre os indivíduos infectados com o HIV e a combinação destes dois patógenos pode levar a uma sinergia que pode ser mortal. Tanto indivíduos com baixa contagem de células T CD4+ ou número de células T CD4+ relativamente preservadas, possuem alto risco de desenvolvimento da infecção primária ou reativação da doença.
Nos últimos anos, uma linhagem de células T tem sido o foco de muitos estudos por expressarem múltiplas citocinas, estas células são conhecidas como células T multifuncionais e têm sido descritas como células envolvidas na proteção contra patógenos intracelulares incluindo HIV, SIV e leishmania. Um estudo publicado no The Journal of Immunology avaliou a resposta das células T em um modelo de reativação da LTBI em primatas não-humanos (Macaca fascicularis) infectados com SIV.
Neste modelo, o estudo mostrou que os animais com reativação precoce da TB na fase aguda da infecção pelo SIV tinham uma alta freqüência de células T CD4+IFN+IL-2+TNF+, alta carga bacteriana e necrose, sugerindo que a proliferação das células T multifuncionais pode estar correlacionada ao aumento dos níveis de antígenos bacterianos, sendo indicadoras da carga bacteriana e não de proteção. As células T CD8+ do sangue periférico destes animais eram positivas para IL-4 e IL-10. Os animais com reativação tardia da TB tinham alta freqüência de células T CD8+ IFN+TNF+ e baixa freqüência de células T CD8+IL-4+IL-10+ durante a infecção aguda pelo SIV, sugerindo depleção de células T CD4+ na reativação tardia e indicando que o balanço da resposta Th1-Th2 pode ser crítico para a manutenção da latência. O estudo também mostrou que a resposta das células T do granuloma divergiu da resposta das células T do sangue periférico, sendo caracterizadas por células T citolíticas distintas das células T do sangue periférico produtoras de citocinas. A divergência na resposta das células T multifuncionais na co-infecção TB-HIV necessita maior entendimento. Os estudos abordando estas células na co-infecção são limitados e este estudo mostra dados que evidenciam as diferenças funcionais das células T do sangue periférico e do granuloma, que podem ser relevantes para o desenvolvimento de vacinas baseadas em células T multifuncionais.
Post elaborado por Elisabete Conceição
Referência: Mattila, Joshua T.; Diedrich, Collin R.; Lin, Philana Ling; Phuah, Jiayao; Flynn, JoAnne L. (2011). Simian Immunodeficiency Virus-Induced Changes in T Cell Cytokine Responses in Cynomolgus Macaques with Latent Mycobacterium tuberculosis Infection Are Associated with Timing of Reactivation The Journal of Immunology : 10.4049/jimmunol.1003773
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Variação inter-individual na resposta de células endoteliais ao efeito do TNF
Wassmer, S., Moxon, C., Taylor, T., Grau, G., Molyneux, M., & Craig, A. (2011). Vascular endothelial cells cultured from patients with cerebral or uncomplicated malaria exhibit differential reactivity to TNF Cellular Microbiology, 13 (2), 198-209 DOI: 10.1111/j.1462-5822.2010.01528.x
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Consumo Global de Álcool
No caso dos Moldavianos, mais de 10 litros do álcool consumido derivam de produção artesanal, não comercial, e que, possivelmente, pode causar mais danos à saúde. Esse hábito representa quase 30% do consumo mundial.
A WHO estima que o álcool resulta em 2.5 milhões de mortes anuais, mais que a AIDS ou a tuberculose. Na Russia e nações satélites, um em cada cinco homens morre por causa da bebida. Veja acima a situação do Brasil no "booze map".
Fonte: The Economist
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Delineation of Diverse Macrophage Activation Programs in Response to Intracellular Parasites and Cytokines
Zhang S, Kim CC, Batra S, McKerrow JH, Loke P, 2010
PLoS Negl Trop Dis 4(3): e648.
Post de Diego Moura Santos
Leia mais
Zhang, S., Kim, C., Batra, S., McKerrow, J., & Loke, P. (2010). Delineation of Diverse Macrophage Activation Programs in Response to Intracellular Parasites and Cytokines PLoS Neglected Tropical Diseases, 4 (3) DOI: 10.1371/journal.pntd.0000648
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Journal of Universal Rejection
- You can send your manuscript here without suffering waves of anxiety regarding the eventual fate of your submission. You know with 100% certainty that it will not be accepted for publication.
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- You may claim to have submitted to the most prestigious journal (judged by acceptance rate).
- The JofUR is one-of-a-kind. Merely submitting work to it may be considered a badge of honor.
- You retain complete rights to your work, and are free to resubmit to other journals even before our review process is complete.
- Decisions are often (though not always) rendered within hours of submission.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
O papel da pesquisa no setor público na descoberta de fármacos e vacinas
Os autores basearam-se, entre outros, em registros do Food and Drug Administration (FDA) [7], órgão dos estados Unidos da América responsável pela regulação de diversas substâncias para uso em humanos antes da sua comercialização no país [8]. Eles chamam a atenção para o fato de que a mudança na legislação relativa à propriedade, gerenciamento e transferência de propriedade intelectual criada no âmbito das instituições de pesquisa do setor público (PSRIs) nos anos 80 permitiu que as universidades e centros de pesquisa financiados com dinheiro público tivessem melhor participação na propriedade e gerenciamento de invenções acadêmicas, o que se refletiu em um aumento importante na contribuição destas instituições para o desenvolvimento de novas patentes biomédicas.
Os autores destacam que o maior número de contribuições das PSRIs no desenvolvimento de novas patentes ocorreu exatamente nas áreas onde o orçamento investido correspondeu a uma parcela maior: a oncologia e as doenças infecciosas. Eles chamam a atenção ainda para o elevado número de vacinas (15 no total) desenvolvidas com a participação de PSRIs: segundo os mesmos, “virtualmente todas as vacinas importantes, inovadoras que foram introduzidas durante os últimos 25 anos foram criadas por PSRIs”. Outro importante achado é o de que, apesar das PSRIs serem responsáveis por pouco menos de 10% de aplicações de novas drogas para patentes, quase metade das drogas propostas foram consideradas com prioridade alta de revisão pelo FDA por apresentarem também potencial ganho substancial de eficácia em comparação com produtos já no mercado para o tratamento, diagnóstico ou prevenção da doença correspondente.
O artigo é extremamente animador!, ao mostrar o quanto uma legislação focada para favorecer a pesquisa e o desenvolvimento, aliada ao fomento focado nas questões de saúde pública de interesse nacional e às boas parcerias público-privadas podem realmente contribuir para ciência de boa qualidade, revertendo-se em benefício para a população e para a humanidade.
[1]A.J. Stevens, J.J. Jensen, K. Wyller, P.C. Kilgore, S. Chatterjee, M.L. Rohrbaugh, The role of public-sector research in the discovery of drugs and vaccines, N. Engl. J. Med. 364 (2011) 535-541.
[2]B. Zycher, J.A. DiMasi, C. Milne, Private sector contributions to pharmaceutical science: thirty-five summary case histories, Am J Ther. 17 (2010) 101-120.
[3]J.A. DiMasi, R.W. Hansen, H.G. Grabowski, The price of innovation: new estimates of drug development costs, J Health Econ. 22 (2003) 151-185.
[4]K.I. Kaitin, N.R. Bryant, L. Lasagna, The role of the research-based pharmaceutical industry in medical progress in the United States, J Clin Pharmacol. 33 (1993) 412-417.
[5]B.N. Sampat, Academic patents and access to medicines in developing countries, Am J Public Health. 99 (2009) 9-17.
[6]R. Kneller, The importance of new companies for drug discovery: origins of a decade of new drugs, Nat Rev Drug Discov. 9 (2010) 867-882.
[7]Orange Book: Approved Drug Products with Therapeutic Equivalence Evaluations, ([s.d.]).
[8]Food and Drug Administration – Wikipédia, a enciclopédia livre, ([s.d.]).
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Prêmio Professor Eric Roger Wroclawski
Regulamento
- Os trabalhos deverão ser completos e originais, formatados como artigo científico conforme instruções descritas (Clique aqui).
- Serão premiados os três melhores artigos de cada categoria.
- As Comissões Julgadoras serão compostas por membros da comunidade científica, indicados pela Comissão Organizadora do Prêmio.
- Membros das Comissões Organizadoras e Julgadoras não são elegíveis aos prêmios.
- Todos os trabalhos recebidos, depois de analisados e aprovados por revisão de pares, serão publicados na einstein.
- Os autores deverão conceder exclusividade de publicação do trabalho à einstein.
Prêmios
Inscrições
Informações
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Top 7 in immunology
T-regulatory cells can multiply their numbers by secreting the cytokine interleukin IL-35, which converts the population of T-cells involved in killing (effector T-cells) into regulatory cells that suppress inflammation, providing a new explanation for how inflammation is reeled in after an infection is cleared.
L. W. Collison et al., "IL-35-mediated induction of a potent regulatory T cell population," Nat Immunol, 2010. Evaluated by Avinash Bhandoola, Univ Pennsylvania; Christian Engwerda, Queensland Inst of Med Res, Australia; Lieping Chen, Johns Hopkins Univ Sch of Med; David Serreze, The Jackson Lab; Xiaojing Ma, Weill Med Col of Cornell Univ; Stephen Cobbold, Univ Oxford; Stanley Perlman, Univ Iowa. Free F1000 Evaluation
2. Fighters in fat
A new type of immune cell dubbed the "natural helper cell," found around the fat stores of the gut, activates B-cells and produces more Th2-type cytokines than other cells, possibly contributing to allergic immunity, clearance of parasitic worms and wound healing.
K. Moro et al., "Innate production of T(H)2 cytokines by adipose tissue-associated c-Kit(+)Sca-1(+) lymphoid cells," Nature, 463:540-44, 2010. Evaluated by Avinash Bhandoola Univ Penn; John Gordon Foster and Steve Ward, Univ Bath, UK; Troy Randall, Univ Rochester; Dale Umetsu, Children's Hosp Boston, Harvard Med Sch; Dhaya Seshasayee and Flavius Martin, Genentech; James Di Santo, Inst Pasteur, France; Richard Locksley, UCSF. Free F1000 Evaluation
Image: Wikimedia |
3. Directed clean-up
Neutrophils are attracted to an inflamed area in part to help clean-up bruised or dead tissue, but they can also contribute to the inflammation and cause additional damage if overstimulated. Researchers found that a hierarchy of signals directs neutrophils through healthy tissue to their target, and helps limit collateral damage from these cells.
B. McDonald et al., "Intravascular danger signals guide neutrophils to sites of sterile inflammation," Science, 330:362-66, 2010. Evaluated by William A Muller, Northwestern Univ, Feinberg School of Med; Samantha Wang and Karsten Gronert, UC, Berkeley; Sharon Hyduk and Myron Cybulsky, Toronto Gen Hosp, Canada. Free F1000 Evaluation
4. Allergy gets a new look
The role of basophils, a type of white blood cell, in allergic reactions has recently become an area of controversy: While some recent studies support the old dogma that basophils are key components of allergic reaction, this new study adds to a body of literature suggests they are not involved at all -- specifically, that dendritic cells, not basophils, are critical for allergic inflammation.
A.T. Phythian-Adams et al., "CD11c depletion severely disrupts Th2 induction and development in vivo," J Exp Med, 207:2089-96, 2010. Evaluated by Thomas Nutman, NIH; Marc A Williams, US EPA; Booki Min, Cleveland Clinic Foundation; Eric Denkers, Cornell Univ. Free F1000 Evaluation
5. Tracking B-cell movement
By applying GFP technology in a new way, authors tracked B-cell maturation in the lymph nodes as the cells move from an area of rapid proliferation to an area where B cells that produce the best antibodies are selected, and back again, and found an essential role of T helper cells in this transition.
G.D. Victora et al., "Germinal center dynamics revealed by multiphoton microscopy with a photoactivatable fluorescent reporter," Cell, 143:592-605, 2010. Evaluated by Yinan Wang and Deepta Bhattacharya, Washington Univ in St. Louis; Naomi Harwood and Facundo Batista, Cancer Res UK, London Res Inst; Kai-Michael Toellner, Univ Birmingham, UK. Free F1000 Evaluation
6. Cancer suppresses immune response
Neutrophils, usually thought of as the first responders during infection, can suppress the inflammatory response to cancer when exposed to peptides from tumor cells, demonstrating a new way for tumors to evade the immune system, and hinting at novel targets for cancer immunotherapies.
C. De Santo et al.,"Invariant NKT cells modulate the suppressive activity of IL-10-secreting neutrophils differentiated with serum amyloid A" Nat Immunol, 11:1039-46, 2010. Evaluated by Dale Umetsu, Children's Hosp Boston, Harvard Med Sch; Alberto Mantovani, Inst Clin Humanitis, Univ Milan, Italy; William Seaman, UCSF. Free F1000 Evaluation
7. Viruses fueled by recycled materials
The Dengue virus co-opts autophagy, one of the cell's recycling mechanisms, in order to reuse host lipids that it then uses to drive its own replication, explaining where viruses get the energy to support their division.
N.S. Heaton and G. Randall, "Dengue virus-induced autophagy regulates lipid metabolism," Cell Host Microbe, 8:422-32, 2010. Evaluated by Muriel Mari and Fulvio Reggiori, Univ Med Cen Utrecht, Netherlands; P'ng Loke, NYU Langone Med Cen; Joeli Marrero and Sabine Ehrt, Weill Cornell Med Col. Free F1000 Evaluation
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