segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Você lê os posts até o final? pense nisto ao escrever os seus trabalhos científicos.


A quantidade de informação facilmente disponível hoje em dia é muito grande. Além de ser fácil buscar a informação que você precisa, existe uma pletora de informações que chega até você sem que a tenha  necessariamente buscado. Um exemplo desta segunda situação ocorre neste blog, assim como vários outros.  Você vai até a página, diretamente ou via Twitter, Facebook etc., e não sabe exatamente qual a informação do dia. Tudo isto ajuda a que você dedique menos atenção a cada uma das peças disponíveis. Quando havia pouca informação e o acesso a ela era difícil, poucos possuíam o conhecimento e este tendia a ser superficial embora generalizado. Os “sábios” sabiam sobre muitos temas, mas pouca coisa sobre cada um deles. O avanço do conhecimento e um progresso razoável da disseminação pela facilidade da impressão levou à era dos especialistas. Pelo menos especialistas na definição de Bernard Shaw, alguém que sabe cada vez mais sobre um assunto cada vez mais restrito até que sabe tudo sobre nada. O explosivo progresso na obtenção de dados e a fantástica facilidade de sua disseminação nos aproxima da era do não especialista endêmico: Quase todos sabem quase nada sobre quase tudo. Poucos conseguem manter a sua atenção dedicada e cumprir as suas tarefas a tempo e com qualidade.  
Há muitas imagens, textos, botões, gráficos animados, filmes, compras, livros, revistas, posts etc. competindo pela sua atenção. Nem falar das mensagens de e-correio que chegam por segundo (ainda estamos, muitos de nós, livres delas durante os vôos, mas esta folga está no final. Já há mensagens durante o vôo). 
Se você chegou até aqui neste texto saiba que você é um dos raríssimos leitores que consegue ler mais que um parágrafo de texto na internet. Os dados mostram que:
80% dos leitores não passa do título. Isto mesmo, só lêem o título e o interesse já se desvia para outro assunto. Há muita oferta e pouco tempo. Você é muito ocupado e não tem tempo a perder (se não, não sobra tempo para saber se os seus amigos colocaram fotos interessantes no Facebook, ou se sua superfrase lá recebeu muitos likes, ou se seu twit foi retuitado etc.). A imprensa sempre valorizou os cabeçalhos e chamadas, na época eletronica isto é ainda mais fundamental para a sobrevivência. Quem resiste a um título chamativo?
Um website tem 50 mili-segundos para conquistar sua atenção. Os animais humanos aprenderam a responder rapidamente a padrões de simpatia, medo etc. e isto está ligado à nossa sobrevivência. Tudo isto passou para a vida internética. Dizem os que sabem, em 50 mili-segundos você decidiu se o que vê lhe agrada. 
Passada a barreira emocional e primitiva dos 20 mili-segundos, enfrentamos a barreira da retenção da atenção. Qualquer site que conquiste a sua tenção por mais de 5 segundos já pode se considerar bem sucedido.
Bem, vou concluir rapidamente antes que fique sozinho neste texto.
Ao escrever o seu artigo científico lembre no número de artigos publicados no tema no mesmo mês (nem faça o cálculo por ano para não se assustar). O seu artigo estará competindo pela atenção dos leitores com todos eles ...….. 
e também com os artigo relacionados ….... 
e também com os artigos interessantes que estarão no mesmo índice, mesmo que não relacionados…. 
e também com o YouTube, o Facebook, o Twitter, todos os blogs etc, etc.
Pense bem no seu título (é o que vai aparecer no Pubmed e permitir passar a primeira barreira).
Um texto sucinto e com muitas imagens ajuda um artigo de jornal ou num blog (os textos mais lidos são bem escritos, curtos e ilustrados). Menos de 25% dos artigos de um jornal - newspaper não journal - são lidos. Você acha que é muito diferente numa revista científica? pense como você se comportou na última vez que selecionou os artigos que leria.

4 comentários:

  1. Ótimooooo!!! Muito bom o texto. Irei guarda-lo pra mim.

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  2. É assim que fica justificada a importância da Gestão da Informação e do Conhecimento tanto no nível pessoal quanto organizacional.

    Ângela Scavuzzi

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