Post de Claudia Brodskyn (LIMI/CPqGM-FIOCRUZ)
Um número elevado de publicações mostram o crescimento rápido do assunto exercício e resposta imune. Mais de 2200 artigos, usando os termos exercício e imune, podem ser encontradas no PubMED, e este aumento deve-se também à criação da International Society of exercise and Immunology (ISEI) em 1989. Existem distinções epidemiológicas entre o termo genérico, atividade física e a categoria específica de exercício, a qual implica em atividade como melhoramento de condição física ou competição. Entretanto, o exercício parece exercer um efeito bastante extenso, e a maioria do conhecimento neste assunto vem dos estudos sobre exercício físico.
Recentemente, uma revisão denominada Immune function an exercise de Walsh et AL Walsh NP, Gleeson M, Shephard RJ, Gleeson M, Woods JA, Bishop NC, Fleshner M, Green C, Pedersen BK, Hoffman-Goetz L, Rogers CJ, Northoff H, Abbasi A, & Simon P (2011). Position statement. Part one: Immune function and exercise. (Exercise immunology review, 17, 6-63 PMID: 21446352) analisam os aspectos do exercício sobre vários componentes da resposta imune. Na maioria dos casos, ainda os ecanismos ainda não são totalmente esclarecidos. Alguns aspectos discutidos no artigo são descritos abaixo.
Tanto o exercício agudo como crônico altera o número de e a função das células circulantes do sistema imune inato (neutrófilos, monócitos e NK). Alguns destes estudos tem colaborado para se entender se estas mudanças estão relacionadas à suscetibilidade à infecção por herpes simples ou influenza. Entretanto, os autores chamam a atenção que somente”rasparam a superfície”para se concluir se as mudanças induzidas pelo exercício alterando a função imune inata influencia a suscetibilidade à infecção ou se os efeitos anti-inflamatórios do exercício regular é mediado através da sua Ação nas células da resposta imune inata. Linfocitose é observado durante e imediatamente após exercício, proporcional à intensidade e duração, com o número de células T e em menor intensidade de células B, diminuindo abaixo dos níveis pré-exercício durante os primeiros estágios de recuperação, retornando aos valores normais no prazo de 24 horas. A mobilização de células T e B é amplamente influenciada pela ação das catecolaminas. há evid6encias que indicam que o exercçico agudo estimula a ativação dos linfócitos T in vivo e em resposta a estimulação por mitógeno ou antígeno. As funções das células T e B parecem ser sensíveis ao aumento da carga de treino em atletas bem treinados, nos quais ocorre uma diminuoção no número circulantes de linfócitos, bem como na resposta proliferativa destas células e na síntese de Igs. Esta aparente depressão na imunidade adaptativa parece estar relacionada com a elevação de hormônios de stress e alterações no balanço de citocinas pró e anti-inflamamtórias em reposta ao exercício. Em um futuro bem próximo, genomica, proteomica e metabolomica devem colabrar com os imunologistas do exercício para compreender melhor a modulação do sistema imune induzido pelo exercício e prevenir ou reduzir o risco de doenças que podem ser contraídas pelo treinamento. Alem disso, estas tecnologias podem ser utilizadas como ferramentas para otimizar programas de treinamento individualizados. Deve-se ressaltar também que esta revisão traz uma descrição detalhada dos benefícios do exercício na prevenção da arterosclerose e diabetes do tipo II, relacionadas à obesidade. Mas, este assunto fica para o próximo post!!!!
Walsh NP, Gleeson M, Shephard RJ, Gleeson M, Woods JA, Bishop NC, Fleshner M, Green C, Pedersen BK, Hoffman-Goetz L, Rogers CJ, Northoff H, Abbasi A, & Simon P (2011). Position statement. Part one: Immune function and exercise. Exercise immunology review, 17, 6-63 PMID: 21446352
Finalmente, um ponto sobre a linha que passa pela profilaxia de doenças degenerativas e o milkshake de ovomaltine: a atividade física regular.
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