terça-feira, 26 de abril de 2011

Neocórtex limita o número de amigos

Post de Diego Moura (LIP/CPqGM-FIOCRUZ)










Um dia desses, observando os meus “amigos” nas minhas redes sociais, observei que havia contatos que eu não fazia idéia de onde os conheci. Navegando em alguns blogs, descobri a teoria batizada de “Número de Dunbar”, que estabelece que o tamanho do neocórtex humano (local do cérebro usado para o pensamento e linguagem) limita a capacidade de administrar círculos sociais a até 150 amigos, independente do grau de sociabilidade do indivíduo. Este número está relacionado com o tamanho do cérebro dos animais. Os chimpanzés e babuínos possuem grupos com até 60 animais, o maior número de contatos entre os primatas não-humanos, e estes também possuem os maiores cérebros. Para o tamanho do nosso cérebro, este número é algo entre 100 a 230 indivíduos, mais provavelmente 150 (número de Dunbar).
“É interessante ver que uma pessoa pode ter 1,5 mil amigos, mas quando você olha o tráfego nesses sites (sites de relacionamentos), percebe que aquela pessoa mantém o mesmo círculo íntimo de cerca de 150 pessoas que observamos no mundo real”, afirmou Dunbar, em entrevista ao jornal The Times.
Vale lembrar que esta teoria foi desenvolvida na década de 90, antes do surgimento das redes sociais. Mas segundo Robin Dunbar, professor de antropologia evolucionária na Universidade de Oxford, este número não aumentou com o surgimento das redes sociais, ele continua o mesmo. Sua experiência baseou-se na observação de agrupamentos sociais em várias sociedades – de vilarejos do neolítico a ambientes de escritórios contemporâneos e redes sociais. O número de Dunbar significa que nós interagimos mais intensamente com cerca de 150 pessoas ao longo de nossa vida. Mas é claro que possuímos muito mais contatos nos nossos Facebook, Orkut, Twitter, MSN, ambientes de estudo e trabalho. Entretanto é quase impossível sermos tão próximos de todos eles.










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