O artigo Can Animal Models of Disease Reliably Inform Human Studies? publicado no PLoS Medicine é bastante relacionado ao artigo do PLoS Biology, sobre o viés de publicação para resultados positivos e comentado no blog recentemente (veja o post).
O artigo argumenta que os estudos realizados em modelos animais precisam ser avaliados muito criticamente para o planejamento de ensaios clínicos. As revisões sistemáticas e as meta-análises dos artigos experimentais podem ser indicadores mais seguros para o planejamento.
Os autores colocam:
- “The value of animal experiments for predicting the effectiveness of treatment strategies in clinical trials has remained controversial, mainly because of a recurrent failure of interventions apparently promising in animal models to translate to the clinic.”
- “Translational failure may be explained in part by methodological flaws in animal studies, leading to systematic bias and thereby to inadequate data and incorrect conclusions about efficacy.” veja o post sobre o viés de publicação.
- Failures also result because of critical disparities, usually disease specific, between the animal models and the clinical trials testing the treatment strategy.
- Systematic review and meta-analysis of animal studies may aid in the selection of the most promising treatment strategies for clinical trials.
Veja os aspectos que indicam a qualidade do estudo, segundo os autores:
- “Sample size calculation: How the sample size was determined, and which assumptions were made.
- Eligibility criteria: Inclusion and exclusion criteria for enrolment.
- Treatment allocation: The method by which animals were allocated to experimental groups. If this allocation was by randomisation, the method of randomisation.
- Allocation concealment: The method to implement the allocation sequence, and if this sequence was concealed until assignment.
- Blinding: Whether the investigators and other persons involved were blinded to the treatment allocation, and at which points in time during the study.
- Flow of animals: Flow of animals through each stage of the study, with a specific attention to animals excluded from the analyses. Reasons for exclusion from the analyses.
- Control of physiological variables: Whether and which physiological parameters were monitored and controlled.
- Control of study conduct: Whether a third party controlled which parts of the conduct of the study.
- Statistical methods: Which statistical methods were used for which analysis.”
van der Worp, H., Howells, D., Sena, E., Porritt, M., Rewell, S., O'Collins, V., & Macleod, M. (2010). Can Animal Models of Disease Reliably Inform Human Studies? PLoS Medicine, 7 (3) DOI: 10.1371/journal.pmed.1000245
Conclusões com modelos animais é uma tarefa muito difícil, já que certas extrapolações nem sempre se aplicam a temática, e estudos deste nível devem ser lembrado e feito a todo instante.
ResponderExcluirPrecisamos dosar o freio para os bons resultados e saber que em nosso modelo pode funcionar porem em outros...
"Há mais mistérios entre o Céu e a Terra do que sonha a nossa vã filosofia."
(William Shakespeare)
Quem trabalha com modelos animais tenta aproximá-los do homem, quem trabalha com humanos tenta separá-los dos modelos animais.
ResponderExcluirAndré, isso é muito verdade. Mas relembrando o post sobre o viés de publicação para resultados positivos, fico pensando: se já é difícil aparecerem publicados resultados negativos com humanos, imagine com modelos animais?.... Em quê uma meta-análise ajudaria, nesse caso???
ResponderExcluirOi Theo, vero vero. Tenho certeza que deve ser algo em exponencial. Que tal um Plos Minus? :))
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