quinta-feira, 8 de abril de 2010

Estudos em animais são confiáveis para planejar ensaios clínicos?

ResearchBlogging.org
O artigo Can Animal Models of Disease Reliably Inform Human Studies? publicado no PLoS Medicine é bastante relacionado ao artigo do PLoS Biology, sobre o viés de publicação para resultados positivos e comentado no blog recentemente (veja o post). 
O artigo argumenta que os estudos realizados em modelos animais precisam ser avaliados muito criticamente para o planejamento de ensaios clínicos. As revisões sistemáticas e as meta-análises dos artigos experimentais podem ser indicadores mais seguros para o planejamento.
Os autores colocam:
  • “The value of animal experiments for predicting the effectiveness of treatment strategies in clinical trials has remained controversial, mainly because of a recurrent failure of interventions apparently promising in animal models to translate to the clinic.”
  • “Translational failure may be explained in part by methodological flaws in animal studies, leading to systematic bias and thereby to inadequate data and incorrect conclusions about efficacy.” veja o post sobre o viés de publicação.
  • Failures also result because of critical disparities, usually disease specific, between the animal models and the clinical trials testing the treatment strategy.
  • Systematic review and meta-analysis of animal studies may aid in the selection of the most promising treatment strategies for clinical trials.
Veja os aspectos que indicam a qualidade do estudo, segundo os autores: 
  • Sample size calculation: How the sample size was determined, and which assumptions were made.
  • Eligibility criteria: Inclusion and exclusion criteria for enrolment.
  • Treatment allocation: The method by which animals were allocated to experimental groups. If this allocation was by randomisation, the method of randomisation.
  • Allocation concealment: The method to implement the allocation sequence, and if this sequence was concealed until assignment.
  • Blinding: Whether the investigators and other persons involved were blinded to the treatment allocation, and at which points in time during the study.
  • Flow of animals: Flow of animals through each stage of the study, with a specific attention to animals excluded from the analyses. Reasons for exclusion from the analyses.
  • Control of physiological variables: Whether and which physiological parameters were monitored and controlled.
  • Control of study conduct: Whether a third party controlled which parts of the conduct of the study.
  • Statistical methods: Which statistical methods were used for which analysis.”
van der Worp, H., Howells, D., Sena, E., Porritt, M., Rewell, S., O'Collins, V., & Macleod, M. (2010). Can Animal Models of Disease Reliably Inform Human Studies? PLoS Medicine, 7 (3) DOI: 10.1371/journal.pmed.1000245

4 comentários:

  1. Conclusões com modelos animais é uma tarefa muito difícil, já que certas extrapolações nem sempre se aplicam a temática, e estudos deste nível devem ser lembrado e feito a todo instante.
    Precisamos dosar o freio para os bons resultados e saber que em nosso modelo pode funcionar porem em outros...

    "Há mais mistérios entre o Céu e a Terra do que sonha a nossa vã filosofia."
    (William Shakespeare)

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  2. Quem trabalha com modelos animais tenta aproximá-los do homem, quem trabalha com humanos tenta separá-los dos modelos animais.

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  3. André, isso é muito verdade. Mas relembrando o post sobre o viés de publicação para resultados positivos, fico pensando: se já é difícil aparecerem publicados resultados negativos com humanos, imagine com modelos animais?.... Em quê uma meta-análise ajudaria, nesse caso???

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  4. Oi Theo, vero vero. Tenho certeza que deve ser algo em exponencial. Que tal um Plos Minus? :))

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