sábado, 10 de abril de 2010

Esclarecimentos sobre a vacina da gripe H1N1


Foram tantos os comentários de insegurança a respeito da vacina da gripe H1N1 que pensei em escrever um post. Depois de ler os dois excelntes posts sobre o assunto publicados no Ecce Medicus, achei que não era necessário escrever de novo, basta indicar a leitura dos textos: Esclarecimentos sobre a Vacina para Gripe A H1N1 e (E) Tome Vacina!
Veja alguns trechos:
Essa vacina, afinal, é segura? "Baseado em informações recebidas de 16 países, a OMS estima que por volta de 80 milhões de doses da vacina pandêmica foram distribuídas e aproximadamente 65 milhões de pessoas foram vacinadas. Campanhas de vacinação globais têm se utilizado de vacina com e sem adjuvantes, com vírus atenuados e inativados (este último grupo não licenciado na Europa). Apesar da intensa monitorização sobre a segurança das vacinas, todos os dados compilados até o momento, indicam que as vacinas pandêmicas gozam do mesmo excelente perfil de segurança que as vacinas sazonais, as quais tem sido utilizadas por mais de 60 anos." Nesse ponto, acho que fomos beneficiados por estarmos no hemisfério sul. Dessa vez, testaram lá antes.”
O que são os adjuvantes? Os componentes da vacina além dos vírus inativados estão dando o que falar. Em especial devido a "correntes" totalmente desinformadas que circulam por meio de spams nos emails por aí. Vamos às informações: Os adjuvantes são substâncias que aumentam a imunogenicidade da vacina. Em tempos de pandemia, a quantidade de vírus disponíveis é um fator limitante e os adjuvantes aumentam a capacidade de produção da vacina em 100 a 200%. Mesmo assim, isso pode não ser suficiente. Há dois tipos principais de adjuvantes: o esqualeno e os sais de alumínio. A vacina Butantan-Sanofi Pasteur não tem nenhum dos dois. A vacina da GSK tem o AS03, o esqualeno e ainda outro agente imunogênico, o tocoferol (vitamina D). Os adjuvantes foram testados na fabricação de vacinas da gripe sazonal e da H5N1.
ALERGIA A OVOS: Me perguntaram se uma criança alérgica a ovos pode tomar a vacina. A pergunta procede porque os vírus vacinais são propagados em ovos. A resposta do CDC
"Perguntar se a pessoa tem algum efeito após comer ovos ou alimentos preparados a base de ovos é um bom método de saber quem pode ter riscos ao usar a vacina. Pessoas com sintomas como chiados, vergões pelo corpo, inchaço nos lábios e língua e desconforto respiratório após ingerirem ovos e derivados, devem consultar um médico para uma avaliação apropriada. Pessoas que têm a hipersensibilidade às proteínas do ovo documentada (dosagem da IgE), incluindo as que têm asma ocupacional associada à exposição à proteína do ovo, também podem ter risco aumentado de desencadear reações alérgicas à vacina contra influenza e uma consulta com um médico antes da vacinação deve ser considerada." Há estudos mostrando ser seguro aplicar a vacina da influenza sazonal - que tem o mesmo processo de fabricação - em crianças. Recomendo fortemente uma consulta ao médico responsável pela criança para avaliação da relação risco/benefício em se tomar a vacina sendo alérgico à proteína do ovo.
O MEDO: É a tônica desse processo de vacinação. As vacinas compradas pelo governo (que aliás está tendo um comportamento muito bom, apesar de todas as críticas e erros), foram de fontes diferentes e têm componentes diferentes. Não há truque. Não há tentativa de enganar as pessoas. Não há intenção de exterminar a raça humana da terra com as vacinas! Eu gostaria muito de uma vacina que exterminasse a desinformação e propiciasse o uso da racionalidade como guia, mas essa ainda vai demorar para ser fabricada e mesmo que fosse, ia ser uma "briga" enorme para vacinar todo mundo: as pessoas preferem ter medo de fantasmas.”

3 comentários:

  1. Obrigada pelos esclarecimentos! BN fonte infalível de informação. É por isso que caí na pegadinha da Science_Nature...Camila

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  2. A minha experiência pessoal com a vacina: pela primeira vez tive placas vermelhas de 3-5 cm2 ao redor da área de injeção (muitas vacinações prévias à base de ovo?). Desapareceram rapidamente com o uso de paracetamol. O local da injeção ficou dolorido e inchado por alguns dias. Ressalva, tomei no mesmo dia a H1N1 e a de febre amarela (no braço contralateral).

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  3. Ministério da Saúde17 de junho de 2010 às 16:38

    Theolis Bessa,

    O Ministério da Saúde aconselha as pessoas a procurarem por orientação médica sempre que tiverem algum tipo de dúvida sobre a vacina. Nem todos os sintomas que surgem após tomar a vacina são efeitos da imunização. Além disso, a campanha de vacinação começou ano passado no Hemisfério Norte e até hoje não houve nenhum registro na Organização Mundial da Saúde que associasse a vacina diretamente a efeitos graves ou morte.



    Att,

    Ministério da Saúde

    comunicacao@saude.gov.br

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