sábado, 30 de abril de 2011

O País na vanguarda da produção de vacinas

Artigo de Jorge Kalil* publicado na Folha de São Paulo de 29.04.2011 e reproduzido no JC online.


A campanha nacional de vacinação contra a gripe deste ano é um marco histórico para o Brasil. Graças à produção do Instituto Butantan, a população será imunizada com vacina totalmente produzida no País. Um avanço científico-tecnológico gigantesco, que nos tornou o único na América Latina a produzir vacinas contra influenza.

Com a missão secular de realizar pesquisas biomédicas e prover produtos voltados para a saúde pública, o Instituto Butantan, órgão da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, iniciou há dez anos a incorporação do processo de produção da vacina contra a gripe. Desde então, trabalhamos incessantemente para capacitar nossos funcionários e para viabilizar a construção de uma fábrica, o que permitiu a produção de vacina de qualidade e sem efeitos colaterais.

O contrato estratégico de transferência de tecnologia com a Sanofi Pasteur foi particularmente significativo e acelerou o processo de produção nacional da vacina. Com a ação sinérgica, aprofundamos o conhecimento do processo industrial, fechando o ciclo de produção.

Os investimentos para a execução desse projeto ultrapassaram os R$ 100 milhões, com verbas do governo do Estado de São Paulo, do Ministério da Saúde e da Fundação Butantan; tais cifras se tornam irrelevantes diante dos milhões de reais de economia que o Brasil faz ao não precisar comprar o produto de laboratórios internacionais.

A importância da vacina brasileira não está somente nos benefícios financeiros. Além de suprir as necessidades do mercado nacional, com o Programa Nacional de Imunização, permite que, com maior produção, possamos expandir a vacinação para grupos não inclusos na atual campanha, contribuindo para a redução do risco de morbidade causado pela doença.

A planta de produção permite a obtenção de vacina 100% nacional contra os vírus circulantes atuais e é versátil, na medida em que permite fabricar vacinas contra qualquer vírus da gripe, como o da aviária. Com a capacidade máxima de operação, a fábrica poderá produzir 20 milhões de doses.

Tal número poderá ser significativamente ampliado por meio de pesquisas, já desenvolvidas no Butantan, para a elaboração de um adjuvante que aumente a eficiência das vacinas, permitindo que a imunização seja feita com um quarto da dose original.

Há vários outros projetos em andamento no Instituto, com características técnico-científicas seminais para o desenvolvimento nacional em vacinas e biofármacos. Estamos, assim, trabalhando para a resolução de problemas graves do país, como a dengue.

Esses exemplos são consoantes com a evolução da ciência brasileira, que cada vez mais ganha espaço no cenário global. Os investimentos no desenvolvimento de novas tecnologias, incluindo parcerias estratégicas, devem ser a base de inovações que possibilitem que o país seja tecnologicamente independente.

*Jorge Kalil, médico imunologista, professor titular da Faculdade de Medicina da USP, é diretor do Instituto Butantan.

A quimioprofilaxia por 36 meses com isoniazida é mais eficaz para o tratamento de adultos com coinfecção TB-HIV




Post de Márcio Oliveira

ResearchBlogging.org

A coinfecção tuberculose – vírus da imunodeficiência humana (TB-HIV) é uma condição associada a maior risco de morte e maior gravidade tanto da tuberculose como da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), cujo tratamento é dificultado pela interação medicamentosa entre drogas largamente utilizadas para o combate a cada um dos patógenos em separado. A descoberta de novas estratégias para auxiliar no combate à coinfecção TB-HIV é um dos objetivos principais dos programas de combate à tuberculose em todo o mundo.

O uso da quimioprofilaxia com isoniazida em pacientes com tuberculose latente (caracterizada por teste tuberculínico PPD reagente) possibilita relevante redução na incidência de TB, pelo que em 1999 a OMS recomendou o uso da isoniazida por 6 meses na dose de 300 mg/dia para os pacientes HIV positivos com reação ao PPD acima de 5 mm ou pacientes com PPD inferior a 5 mm que residam em regiões com prevalência de TB latente maior que 30%. Contudo, apesar dos inegáveis benefícios dessa metodologia, alguns autores demonstraram que o benefício dura em média 6-18 meses após a terapia, ressaltando a necessidade de novos estudos para definir se a extensão desta profilaxia seria favorável.

No estudo apresentado aqui, em publicação online no Lancet deste mês, os autores conduzem em Botswana (onde 17,6% da população maior que 18 anos de vida é de indivíduos HIV soropositivos e 66% dos novos casos diagnosticados com tuberculose apresentaram em 2009 sorologia reagente para HIV) um ensaio clínico, duplo cego, randomizado, placebo controlado com 2 braços, onde ambos grupos utilizaram isoniazida por 6 meses, sendo o grupo teste com 834 pacientes mantido com a medicação por 30 meses adicionais e o grupo controle, com 821 pacientes, mantido com placebo pelo mesmo período. Os resultados evidenciaram redução estatisticamente significante na incidência de TB no grupo que fez uso de isoniazida pelo período total de 36 meses, em especial no subgrupo com PPD maior que 5 mm que apresentou redução em 3 vezes no risco de desenvolver TB e na mortalidade. Entre os fatores confundidores, demonstrou-se que o uso de terapia antirretroviral também estava associado à redução na incidência de TB.

Contudo o estudo apresenta algumas limitações, já que, semelhante aos dados já demonstrados em pacientes HIV positivos, a taxa de cultura positiva para TB no estudo foi de apenas 61%.

Referência:

Samandari, T., Agizew, T., Nyirenda, S., Tedla, Z., Sibanda, T., Shang, N., Mosimaneotsile, B., Motsamai, O., Bozeman, L., Davis, M., Talbot, E., Moeti, T., Moffat, H., Kilmarx, P., Castro, K., & Wells, C. (2011). 6-month versus 36-month isoniazid preventive treatment for tuberculosis in adults with HIV infection in Botswana: a randomised, double-blind, placebo-controlled trial The Lancet DOI: 10.1016/S0140-6736(11)60204-3

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Redes de interactoma e doenças humanas



Fonte: Hennah W, Porteous D, 2009 The DISC1 Pathway Modulates Expression of Neurodevelopmental, Synaptogenic and Sensory Perception Genes. PLoS ONE 4(3): e4906. doi:10.1371/journal.pone.0004906; reproduzido de Wikipedia



ResearchBlogging.org

Post de Antônio Petersen



O conceito de um gene/uma enzima/uma função traz uma relação linear entre o genótipo e o fenótipo de um organismo. No entanto, a análise em uma escala mais ampla dos organismos evidencia que a relação genótipo – fenótipo surge a partir de uma complexidade muito maior do que esta simples relação linear. Mesmo bactérias ou leveduras geneticamente idênticas cultivadas sob condições experimentais idênticas apresentam transcritos e produtos gênicos diferentes em qualquer momento de análise.

A biologia de sistemas vem consolidando o conceito de que a célula funciona como uma teia integrada e inter-relacionada com organelas interconectadas ao invés de um “saco de enzimas”. Dentro deste conceito de redes integradas derivado das ciências matemáticas e computacionais, os sistemas complexos são simplificados como componentes (nós) e interações (arestas) entre eles. Os nós são metabólitos e macromoléculas como proteínas, moléculas de RNA, seqüências gênicas, enquanto que as arestas são interações físicas, bioquímicas e funcionais. A partir destes conceitos surge o desafio da construção de redes de interactoma ou redes de interações de componentes celulares que usem abordagens sistemáticas e padronizadas, facilitando o acesso e a interpretação dos dados para todos. As redes de interactoma são produzidas através da: (1) compilação de dados existentes na literatura; (2) predições computacionais; (3) mapeamento experimental em larga escala.

As redes de interactoma (Metabólicas, Proteína-Proteína, Reguladores de Gene) são compostas de interações físicas ou bioquímicas entre macromoléculas e servem de base informacional dos sistemas celulares. Sobrepondo-se a estas redes elos funcionais podem ser adicionados aproximando-se da representação da realidade biológica. Redes de elos funcionais representam uma categoria de redes celulares que derivam de interações indiretas ou conceituais, nas quais as arestas que unem os nós são relações de funcionalidade ou similaridade, independente de interação física entre os nós.

A teoria das redes avançou em paralelo às técnicas de análise em larga escala na ultima década, possibilitando o avanço da base conceitual que permite, por sua vez, interpretar grandes mapas de interactoma. No entanto, o entendimento da organização celular em nível de redes depende do conhecimento de leis que regem as redes biológicas. Nestas, a maioria dos nós possuem poucas conexões; estes coexistem com alguns poucos nós muito conectados, chamados de "concentradores" (hubs), que mantêm toda a rede unida. Esse tipo de conexão foi observada em interactomas de levedura a humanos. Os hubs normalmente correspondem a: (1) macromoléculas essenciais; (2) macromoléculas antigas que evoluíram lentamente; (3) macromoléculas que de forma geral possuem tendência de ser mais abundantes; (4) macromoléculas cuja deleção está associada a uma maior diversidade de fenótipos quando comparado com a deleção de macromoléculas menos conectadas.

Algumas propriedades estão emergindo da análise de doenças humanas sob o prisma das redes biológicas. As doenças devem ser vistas como perturbações de redes celulares altamente interligadas, desta forma as doenças não deveriam ser tratadas como independentes umas das outras. Nesse contexto, redes de comorbidade são redes nas quais as doenças estão ligadas umas as outras quando indivíduos que foram diagnosticados para uma doença apresentam maior probabilidade de serem diagnosticados com outra doença, a exemplo da obesidade e diabetes. As redes celulares que embasam as relações genótipo-fenótipo consideram que as características de um organismo surgem de perturbações do interactoma celular. Estas perturbações podem variar de perda completa de nós, até a perda de algumas arestas ou mesmo a perda de uma única aresta específica (chamado de edgetic).

Os patógenos desenvolveram evolutivamente mecanismos sofisticados de perturbar as redes intracelulares. Os estudos de biologia de sistemas envolvendo a interação parasito-hospedeiro podem evidenciar propriedades na rede do hospedeiro que não seriam evidentes em investigações de pequena escala. Além disso, foi mostrado que diferentes proteínas virais têm como alvo preferencial hubs do interactoma do hospedeiro.

É essencial que nas próximas décadas os pesquisadores se familiarizem com os conceitos e possibilidades da biologia de sistemas. As informações que continuam a se acumular nessa área do conhecimento irão continuar a revolucionar a biologia e a medicina.

Referência:

Vidal, M., Cusick, M., & Barabási, A. (2011). Interactome Networks and Human Disease Cell, 144 (6), 986-998 DOI: 10.1016/j.cell.2011.02.016

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Cooperação Científica entre o Brasil e a Espanha

Num seminário promovido pela FLACSO e pela Fundación Carolina, em Brasilia, apresentei alguns dados sobre a cooperação entre o Brasil e Espanha.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Google Art Project



Vai trabalhar na Páscoa? Não se chateie, o Google (o que mais?) lançou o Google Art Project. No site, você pode passear pelo acervo de diversos museus no mundo, não todo o acervo mas uma boa parte. A exeriência é realmente fantástica pois utiliza os mesmos recursos do Google Street View só que com paisagens mais que belas. Se você não pode ir até lá, o Google traz para você! Aproveite!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Neocórtex limita o número de amigos

Post de Diego Moura (LIP/CPqGM-FIOCRUZ)










Um dia desses, observando os meus “amigos” nas minhas redes sociais, observei que havia contatos que eu não fazia idéia de onde os conheci. Navegando em alguns blogs, descobri a teoria batizada de “Número de Dunbar”, que estabelece que o tamanho do neocórtex humano (local do cérebro usado para o pensamento e linguagem) limita a capacidade de administrar círculos sociais a até 150 amigos, independente do grau de sociabilidade do indivíduo. Este número está relacionado com o tamanho do cérebro dos animais. Os chimpanzés e babuínos possuem grupos com até 60 animais, o maior número de contatos entre os primatas não-humanos, e estes também possuem os maiores cérebros. Para o tamanho do nosso cérebro, este número é algo entre 100 a 230 indivíduos, mais provavelmente 150 (número de Dunbar).
“É interessante ver que uma pessoa pode ter 1,5 mil amigos, mas quando você olha o tráfego nesses sites (sites de relacionamentos), percebe que aquela pessoa mantém o mesmo círculo íntimo de cerca de 150 pessoas que observamos no mundo real”, afirmou Dunbar, em entrevista ao jornal The Times.
Vale lembrar que esta teoria foi desenvolvida na década de 90, antes do surgimento das redes sociais. Mas segundo Robin Dunbar, professor de antropologia evolucionária na Universidade de Oxford, este número não aumentou com o surgimento das redes sociais, ele continua o mesmo. Sua experiência baseou-se na observação de agrupamentos sociais em várias sociedades – de vilarejos do neolítico a ambientes de escritórios contemporâneos e redes sociais. O número de Dunbar significa que nós interagimos mais intensamente com cerca de 150 pessoas ao longo de nossa vida. Mas é claro que possuímos muito mais contatos nos nossos Facebook, Orkut, Twitter, MSN, ambientes de estudo e trabalho. Entretanto é quase impossível sermos tão próximos de todos eles.










segunda-feira, 25 de abril de 2011

“Bicho” na ciência: Publique na Science e ganhe R$ 50.000,00


ResearchBlogging.org
Todos sabem que no futebol é muito comum um incentivo financeiro extra para os jogadores em partidas decisivas, o “bicho”. Eu ainda não tinha ouvido falar de “bicho” na ciência, ou seja uma retribuição financeira direta por cada publicação. Um artigo este mês de abril na revista Learned PublishingThe outflow of academic papers from China: why is it happening and can it be stemmed?” comenta sobre este tipo de incentivo na ciência.
A China exibe um crescimento científico muito marcante em praticamente todos os campos do conhecimento. Já é o segundo maior país em produção científica e deverá ultrapassar os EEUU em breve. 


Apesar deste crescimento, as revistas científicas chinesas ainda não são reconhecidas como de elevada qualidade o que motiva um forte interesse chinês em publicar nas revistas líderes e que apresentem indexação internacional como o Science Citation Index (SCI), Engineering Index (EI) ou o Index to Scientific & Technical Proceedings (ISTP). Interesse, na China, parece diretamente relacionado com estímulo financeiro e universidades como a Zhejiang University têm uma tabela de “prêmios” para publicação, baseada no fator de impacto (IF de impact factor). Convertida em dólares e reais a tabela fica:

Categoria
USD
R$
Indexada no ISTP
92
144.35
Indexada no EI
275
433.06
FI < 1
306
481.18
1 ≥ IF < 3 
458
721.77
3 ≥ IF < 5
611
962.36
5 ≥ IF < 10
764
1,202.95
IF ≥ 10
2.139
3,368.26
Science ou Nature
30.562
48,118.05
Qual o salário de um pesquisador na China? este incentivo é dado acima do salário? Estas questões não são tratadas no artigo.
Fica claro que os chineses adotaram uma clara perspectiva de marcado na ciência. É isto que fez com que eles aumentassem tanto as publicações? Não me parece que este seja o maior fator fator responsável e pode levar a alguns problemas:
Porque valorizar apenas o fator de impacto? Já temos tratado da limitação de supervalorizar qualquer métrica científica (aqui). Todos sabem que a forma de avaliação tem um efeito direto sobre a conduta da comunidade científica. Quando é dada muita importância a um único aspecto é provável que se desenvolvam mecanismos, nem todos eles desejáveis ou mesmo lícitos, para apresentar um bom desempenho. Um artigo da Science, já antigo (aqui) indicava:
Um incentivo desproporcional ao salário regular pode estimular a fraude. Não à toa, há frequentes e graves casos de fraude e má-conduta científica vindos da China (veja comentário anterior aqui).
“There are ways of accumulating citations that have little to do with scientific value. The simplest way of circumventing the hurdle of productivity enhancement is the formation of citation cartels. One’s account of citations can also be augmented without enhancing one’s productivity by playing off one’s power as an editor or referee. Why not suppress papers submitted for publication as long as the authors do not understand to whom they owe a citation?”
O artigo trata também da qualidade das revistas chinesas:
the service provided by Chinese journals is not satisfactory. This is manifest as:
(i) the processing of papers is slow;
(ii) reviewers take a long time to review; and
(iii) publication times are very long.
Para tornar o quadro mais parecido com o Brasil, há muitas revistas na China  (4.600 segundo os autores, embora só 200 em inglês) e muitas delas, até pela barreira linguística, com pouca penetração internacional.
Nada contra incentivar os cientistas a publicar bem. O estímulo é necessário, mas é necessário que o sistema seja equilibrado para que não leve a mais problemas que soluções.


Shao, J., & Shen, H. (2011). The outflow of academic papers from China: why is it happening and can it be stemmed? Learned Publishing, 24 (2), 95-97 DOI: 10.1087/20110203

domingo, 24 de abril de 2011

III Simpósio de Atualização em Farmacologia da UFBA




Informações www.ppgim.ufba.br 
PROGRAMA 
26 DE MAIO, quinta-feira 
17:00 - Abertura da secretaria para retirada de materiais 
18:30 h - Abertura 
Moderadora: Profa. Dra. Silvia Lima Costa 

19:00-20:30 h – Homenagem ao Prof. Emilio de Castro Silva
Conferência de Abertura: Prof. Dr. Manoel Barral Neto (UFBA) 
Tema: Biomarcadores moleculares e alvos terapêuticos
27 DE MAIO, sexta-feira 
9: 00 -12:00 - Apresentação Oral Estudantes de Pós-graduação 
Coordenação: Profa. Dra. Catia Suse Ribeiro

14: 00 -15:30 – Conferência 
Gap Junctions e lesão isquêmica no SNC 
Prof. Dr. Renato Rozental 
Laboratório de Neuroproteção (UFRJ))
Moderador: Suzana Braga de Souza 

16: 00 -17:30 – Conferência
Aplicação da Biologia do Desenvolvimento na busca de novos compostos que interagem com a via Wnt/β-catenina 
Prof. Dr. José Garcia Abreu 
Laboratóio de Embriologia dos Vertebrados (UFRJ)
Moderador: Silvia Lima Costa
18:00- 19:30 – Conferência
Interações glia –glioma
Prof. Dr. Vivaldo Moura Neto
Laboratório de Morfogênese celular (UFRJ)
Moderador: Fátima Dias Costa

28 DE MAIO, sábado
09:00 -10:30 h – Conferência
Identificação de epitopos em proteínas: desenho de vacinas e diagnósticos baseados em peptídeos sintéticos
Prof. Dr. Carlos Chávez Olórtegui Laboratório de Imunoquímica e Toxinas Naturais, ICB - UFMG

11:00 -12:00 h – Conferência:
Aplicação da toxina botulínica no controle da dor
Prof. Dr. Ailton Melo 
Divisão de Neurologia e Epidemiologia do HUPES- UFBA 

14:00 -15:30 h – Conferência
Epidemiologia e Imunofarmacologia de doenças alérgicas
Prof. Neuza Alcântara 
Laboratório Imunologia e Acarologia,  ICS - UFBA

16:00 -18:00 h -  Mesa Redonda: Alvos moleculares e prospecção de fármacos. Moderador Prof. Dr. Ramon dos Santos El-Bachá
Biodiversidade microbiana e bioprospecção de compostos biotivos.
Prof. Dr. Milton Roque 
Planejamento de fármacos contra a Doença de Alzheimer: interações moleculares de inibidores de β-secretase humana e alvo terapêutico.
Prof. Dr. Marcelo Castilho
Canais potencial receptor transiente (TRP) como alvo para tratamento de enfermidades cardiovasculares. 
Profa. Dra. Darizy Flávia Vasconcelos 
Prospecção de fármacos in vitro em células do sistema nervoso central.
Prof. Dr. Ramon dos Santos El-Bachá

SUBMISSÃO DE RESUMOS
A inscrição de estudantes de pós-graduação até o dia 20/05/2010 dá direito ao envio de um resumo para apresentação oral. Haverá seleção de 8 trabalhos para a apresentação oral.
Enviar resumo de até 400 palavras para:
simposio.farmacologia.ufba@gmail.com 

INSCRIÇÕES  25/04 a 25/05/2011 
Taxa : R$ 30,00 (até 20/05/2011) , depois  R$ 40,00
Local de Inscrição:
  •   Fundação Escola Politécnica da Bahia
Rua Profº Severo Pessoa nº 31 Federação, Salvador - BA.
Tels.(71) 3283-9891 / 3617-8061
Horário: 9:00-12:00, 13:00-16:00
  •   Laboratório de Neuroquímica e Biologia Celular
Instituto de Ciências da Saúde - UFBA, 5° andar, sala 518

REALIZAÇÃO
Coordenação:
Silvia Lima Costa
Suzana Braga de Souza

Comissão Organizadora:
Maria Fátima Dias Costa
Songeli Meneses Freire
Roberto Meyer
Maria Thereza Barral Araújo 
Roberto Paulo Araujo
Catia Suse de Oliveira Ribeiro



quinta-feira, 21 de abril de 2011

Células tronco mesenquimais induzem a emigração de leucócitos

ResearchBlogging.org

Post de Nívea Luz

Neste artigo, publicado no final de março na revista Immunity, os autores discutem sobre o desconhecimento que há no processo que leva a emigração de leucócitos da medula óssea durante infecções. O recrutamento de monócitos inflamatórios durante uma infecção requer a estimulação do receptor de quimiocina CCR2 para estimular a migração de células da medula para a circulação sanguínea. Ainda é incerto como infecções em tecidos periféricos ou em órgãos centrais promovem a emigração de monócitos da medula óssea. Os autores do artigo discutem sobre as possibilidades já relatadas na literatura para esclarecer esse processo.

A primeira possibilidade é a de que pequenas taxas de infecção na medula estimulam diretamente a emigração de monócitos; outra possibilidade é que células em um sítio de infecção podem produzir quimiocinas que entram na circulação e disparam a resposta na medula óssea. Uma terceira possibilidade é que células na medula óssea detectam baixas concentrações de moléculas microbianas durante uma infecção e em resposta expressam quimiocinas que promovem a emigração de células inflamatórias na circulação.

Os autores estudaram o papel do CCR2 e MCP-1 na emigração in vivo de monócitos inflamatórios da medula óssea em resposta a baixas concentrações de ligantes de receptores Toll-like (TLR) e infecção pela bactéria Listeria monocytogenes. O artigo demonstra que baixas concentrações de LPS (2ng por camundongo) induzem a migração de monócitos CD11b+Ly6Chi da medula óssea para a circulação, sendo que esse fenômeno é dependente do TLR4, uma vez que camundongos TLR4 knockout não têm a migração de monócitos alterada em resposta ao LPS. Além disso, os autores demonstraram que a emigração induzida pelo LPS é dependente de CCR2, MCP-1 e MyD88 e independente de TNF e IFN do tipo I.

Camundongos quimeras foram gerados para determinar a fonte celular de MCP-1 que induz a migração de monócitos CCR2+ na medula óssea após a administração de LPS. Essa abordagem permitiu identificar que a emigração de monócitos 1 após a administração de LPS requer a produção de MCP-1 por células não hematopoiéticas que estão associadas com vasos sanguíneos na medula óssea. Os autores ainda demonstraram que células tronco mesenquimais da medula óssea expressam MCP-1 em resposta a ligantes de TLR e infecção por L. monocytogenes. Além disso a deleção de MCP-1 em células tronco mesenquimais impediu a emigração de monócitos após estimulação com LPS. Por fim os autores demonstraram que a produção de MCP-1 por células tronco mesenquimais aumenta a resistência a infecção por L. monocytogenes.



Camundongos M1R foram inoculados com 20 ng LPS e 4 hr depois a medula óssea foi seccionada e marcada. Células produtoras de GFP+ MCP1 após estímulo com LPS se sobrepõem (painel superior) ou estão intimamente associadas (painel inferior) com células endoteliais CD31+ . As barras de escala representam 12 μm.


Coletivamente, os achados de Shi & Jia e colaboradores apontam a participação de células medulares na produção de MCP-1 frente à infecções bacterianas. Especialmente interessante, é que o modelo experimental adotado pelos autores (injeção de baixas concentrações de LPS) simula estágios iniciais de infecções não tão graves, ao contrário de artigos que utilizam concentrações maiores de LPS compatíveis com um evento de sepse. Dessa forma, o conjunto dos dados demonstra que células medulares não hematopoiéticas são capazes de produzir um importante fator quimiotático (MCP-1) mesmo quando estimuladas por baixas concentrações de ligantes de TLR que induz a migração de monócitos para a circulação.


Referência

Shi, C., Jia, T., Mendez-Ferrer, S., Hohl, T. M., Serbina, N. V., Lipuma, L., Leiner, I., Li, M. O., Frenette, P. S., & Pamer, E. G. (2011). Bone Marrow Mesenchymal Stem and Progenitor Cells Induce Monocyte Emigration in Response to Circulating Toll-like Receptor Ligands Immunity : 10.1016/j.immuni.2011.02.016

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Exercício Físico e Resposta Imune


Post de Claudia Brodskyn (LIMI/CPqGM-FIOCRUZ)


ResearchBlogging.orgUm número elevado de publicações mostram o crescimento rápido do assunto exercício e resposta imune. Mais de 2200 artigos, usando os termos exercício e imune, podem ser encontradas no PubMED, e este aumento deve-se também à criação da International Society of exercise and Immunology (ISEI) em 1989. Existem distinções epidemiológicas entre o termo genérico, atividade física e a categoria específica de exercício, a qual implica em atividade como melhoramento de condição física ou competição. Entretanto, o exercício parece exercer um efeito bastante extenso, e a maioria do conhecimento neste assunto vem dos estudos sobre exercício físico.


Recentemente, uma revisão denominada Immune function an exercise de Walsh et AL Walsh NP, Gleeson M, Shephard RJ, Gleeson M, Woods JA, Bishop NC, Fleshner M, Green C, Pedersen BK, Hoffman-Goetz L, Rogers CJ, Northoff H, Abbasi A, & Simon P (2011). Position statement. Part one: Immune function and exercise. (Exercise immunology review, 17, 6-63 PMID: 21446352) analisam os aspectos do exercício sobre vários componentes da resposta imune. Na maioria dos casos, ainda os ecanismos ainda não são totalmente esclarecidos. Alguns aspectos discutidos no artigo são descritos abaixo.


Tanto o exercício agudo como crônico altera o número de e a função das células circulantes do sistema imune inato (neutrófilos, monócitos e NK). Alguns destes estudos tem colaborado para se entender se estas mudanças estão relacionadas à suscetibilidade à infecção por herpes simples ou influenza. Entretanto, os autores chamam a atenção que somente”rasparam a superfície”para se concluir se as mudanças induzidas pelo exercício alterando a função imune inata influencia a suscetibilidade à infecção ou se os efeitos anti-inflamatórios do exercício regular é mediado através da sua Ação nas células da resposta imune inata. Linfocitose é observado durante e imediatamente após exercício, proporcional à intensidade e duração, com o número de células T e em menor intensidade de células B, diminuindo abaixo dos níveis pré-exercício durante os primeiros estágios de recuperação, retornando aos valores normais no prazo de 24 horas. A mobilização de células T e B é amplamente influenciada pela ação das catecolaminas. há evid6encias que indicam que o exercçico agudo estimula a ativação dos linfócitos T in vivo e em resposta a estimulação por mitógeno ou antígeno. As funções das células T e B parecem ser sensíveis ao aumento da carga de treino em atletas bem treinados, nos quais ocorre uma diminuoção no número circulantes de linfócitos, bem como na resposta proliferativa destas células e na síntese de Igs. Esta aparente depressão na imunidade adaptativa parece estar relacionada com a elevação de hormônios de stress e alterações no balanço de citocinas pró e anti-inflamamtórias em reposta ao exercício. Em um futuro bem próximo, genomica, proteomica e metabolomica devem colabrar com os imunologistas do exercício para compreender melhor a modulação do sistema imune induzido pelo exercício e prevenir ou reduzir o risco de doenças que podem ser contraídas pelo treinamento. Alem disso, estas tecnologias podem ser utilizadas como ferramentas para otimizar programas de treinamento individualizados. Deve-se ressaltar também que esta revisão traz uma descrição detalhada dos benefícios do exercício na prevenção da arterosclerose e diabetes do tipo II, relacionadas à obesidade. Mas, este assunto fica para o próximo post!!!!

Walsh NP, Gleeson M, Shephard RJ, Gleeson M, Woods JA, Bishop NC, Fleshner M, Green C, Pedersen BK, Hoffman-Goetz L, Rogers CJ, Northoff H, Abbasi A, & Simon P (2011). Position statement. Part one: Immune function and exercise. Exercise immunology review, 17, 6-63 PMID: 21446352

terça-feira, 19 de abril de 2011

The Open Lab

The Open Laboratory é uma competição anual de "posts" escritos em blogs de ciência. Os autores dos posts submetem seu material a uma comissão julgadora e esta seleciona os melhores do ano. Segundo entendi, a competição é anual e os posts vencedores são editados em forma de livro, o qual pode ser comprado aqui e o qual está em sua 5a edição. Alguns posts são realmente muito interessantes e gostaria de chamar atenção para um post que trata da divulgação científica para leigos (aqui).

O autor comenta que a ciência escrita parece mais sumô do que futebol no sentido que somente poucos são capazes de entender a escrita científica (e seu jargão) ao passo que todos entendem um comentário de jogo de futebol. O futebol é muito mais divulgado, escrito e falado do que a ciência e qualquer um entende quando se fala que uma falta na grande área é pênalti (ou não?). O ponto que achei importante e que foi bem colocado é a necessidade de se escrever mais sobre ciência, para os que sabem e para os que não sabem. Isso requer muito trabalho e educação e, provavelmente, passa por escrevermos mais sobre ciência, com todos os termos definidos, not less.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Scitable da Nature Education: espaço colaborativo de aprendizado em ciência





Post de Theolis Bessa


O grupo Nature mantém o portal Scitable, onde podem ser encontrados vários recursos educativos incluindo livros eletrônicos (e-books) em genética e biologia celular e outros conteúdos de acesso livre, tais como comentários sobre tópicos que variam desde descobertas em campos das ciências biomédicas até a escrita de artigos científicos, carreira científica e política em ciência.

Os e-books contêm bom número de ilustrações bem didáticas e podem ser uma fonte muito interessante para aulas e seminários. O portal também oferece a oportunidade de construir uma rede de conexões com estudantes e cientistas de todo o mundo, de criar sua sala de aula virtual, e de compartilhar conteúdos de interesse com os pares. Confira!

sábado, 16 de abril de 2011

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Por que não temos vacinas contra parasitas?

A convite do Prof. Erney Camargo, falei no Memorial da América Latina, em São Paulo, sobre tema que ninguém pode saber com exatidão: a causa de não conseguirmos vacinas eficientes contra parasitas. Iniciei dizendo que se alguém soubesse bem o porque, provavelmente o assunto estaria resolvido.
Com esta ressalva, tentei apresentar vários aspectos que provavelmente estão envolvidos nesta incapacidade.
Vejam a apresentação feita lá:

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Webinar: Mudanças climáticas e o papel do médico clínico


Fonte da imagem: Web Wombat



Post de Theolis Bessa





Na página do grupo ganhador do prêmio Nobel da paz de 1985, Physicians for Social Responsibility (Médicos para a Responsabilidade Social) anuncia este interessante seminário virtual que será transmitido hoje às 15h no horário de Brasília, como parte das ações para a comemoração do Dia da Terra (22 de abril).

O evento é gratuito, requerendo registro prévio. Veja abaixo o resumo do seminário.


Climate Change and the Role of the Health Care Clinician: Education, Mitigation and Adaptation


April 14, 2011

Health Care Without Harm and Practice Greenhealth are hosting two free Climate Literacy webinars titled Climate Change and the Role of the Health Care Clinician/Administrator: Education, Mitigation and Adaptation; one is intended for administrator use and one for clinical use. The webinars will feature new PowerPoint presentations which focus on the health effects of climate change and the role of the health care sector. David McCombs of Practice Greenhealth will be presenting on April 12 and Dr. Bob Gould, President of SF Bay Area PSR, will be speaking on April 14.

The webinars are scheduled for 10am PST (1pm EST) on April 12th (for Administrators) and April 14th (for Clinicians), the week before Earth Day.

The goal of these presentations is to educate healthcare clinicians and administrators about the science and health impacts of climate change. As a healthcare provider, you can play an important role in encouraging and informing hospital facilities, patients and communities about how to reduce their carbon footprints and best prepare for the anticipated health and environmental impacts of climate change. These presentations are designed to introduce concrete solutions that you can advocate for at your healthcare facility to reduce emissions, save energy, and eliminate excess waste. They also can serve as a guide for you to work with other local stakeholders to design key preparedness and adaptation strategies within you communities. We look forward to your participation in this exciting event.

These Webinars will provide continuing education credits for Physicians, Nurses, and Health Care Executives.

For more information and to register, please visit the Practice Greenhealth webpage.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Neutrófilos e a biologia de sistemas

Kobayashi, S., & DeLeo, F. (2009). Role of neutrophils in innate immunity: a systems biology-level approach Wiley Interdisciplinary Reviews: Systems Biology and Medicine, 1 (3), 309-333 DOI: 10.1002/wsbm.32

Esta revisão trata de neutrófilos e de como a biologia de sistemas vem contribuindo para elucidar as diferentes ações e funções destas fantásticas células, especialmente na interação patógeno-hospedeiro. O texto aborda aspectos básicos como desenvolvimento dos granulócitos e resposta inflamatória. Em seguida, o autor explica como a biologia de sistemas pode nos ajudar a explicar situações específicas como quimiotaxia transmigração, fagocitose, etc. Por fim, somos apresentados a algumas doenças que envolvem, diretamente, os neutrófilos.
É a biologia de sistemas para entender uma célula e seu contexto: um universo dentro de outro universo. Vale a pena conferir!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Malária e a memória imunológica

ResearchBlogging.orgPost de Vitor R.R. de Mendonça

Em fevereiro deste ano foi publicado pela Plos Pathogens um manuscrito denominado “Short-lived IFN-γ Effector Responses, but Long-Lived IL-10 Memory Responses, to Malaria in an Area of Low Malaria Endemicity”. Este artigo discorre sobre a formação e duração de uma resposta imune celular de memória TCD4+ do indivíduo ao plasmódio. O desenvolvimento de imunidade contra a malária é lenta e ,muitas vezes, incompleta, ainda mais na ausência de reinfecções. Portanto, o conhecimento do desenvolvimento e manutenção de células TCD4+ de memória é indispensável para o criação de vacinas efetivas.
No estudo supracitado, foram selecionados indivíduos morando em uma área de baixa transmissão da malária no nordeste da Tailândia e que tinham um caso documentado da doença nos últimos seis anos, independente da espécie do parasita. Ao estimular os PBMC desses indivíduos com o PfSE (Pf schizont extract), não se percebeu nenhuma diferença na porcentagem de CD45RO+ (células T CD4+ de memória) em relação àqueles sem história de malária. Contudo, diferenças significativas foram encontradas ao avaliar a produção de IFN-γ e IL-10. 
Após 24 horas do estímulo, os níveis de IFN-γ foram mais proeminentes nos indivíduos expostos à malária. No que se refere ao IL-10, apenas no sexto dia após o estímulo (indicativo de uma resposta de memória central) se notou maiores níveis desta  interleucina naqueles pacientes expostos ao parasita. Até então os resultados desse trabalho não passavam do já esperado e descrito na literatura. O grande “tchan” do artigo foi estimar a meia-vida dessa resposta imune.  O número de células T de memória produtoras de IFN-γ diminuiu significativamente nos 12 meses do estudo e ,sabendo o período da última infecção documentada, estimou-se a meia-vida da resposta IFN-γ em 3.3 anos. Enquanto que a resposta IL-10 foi mantida por muitos anos desde o último episódio da infecção, sem diminuição significativa em pelo menos 6 anos. 
Apesar das limitações deste estudo - follow-up de apenas 12 meses, n pequeno, somente dois mediadores imunológicos avaliados, etc - Wipasa et al conseguiram trazer novos insights sobre a memória imunológia na infecção pelo plasmódio que poderão ser úteis para entender a imunoepidemiologia da malária e auxiliar no desenvolvimento de vacinas.
Wipasa J, Okell L, Sakkhachornphop S, Suphavilai C, Chawansuntati K, Liewsaree W, Hafalla JC, & Riley EM (2011). Short-lived IFN-γ effector responses, but long-lived IL-10 memory responses, to malaria in an area of low malaria endemicity. PLoS pathogens, 7 (2) PMID: 21347351

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE 2011

Mudanças climáticas, desastres naturais 
e prevenção de riscos
O Ministério da Ciência e Tecnologia, responsável pela coordenação nacional da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), após receber várias sugestões e ter feito consultas a instituições e entidades parceiras na organização deste evento, anuncia a data e o tema principal da SNCT em 2011.
A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2011 ocorrerá entre 17 e 23 de outubro. O tema principal será: “Mudanças climáticas, desastres naturais e prevenção de risco”. Além de promover inúmeras atividades de divulgação científica em todo o país, serão estimulados na SNCT 2011 a difusão dos conhecimentos e o debate sobre as estratégias e maneiras de se enfrentar o grande desafio planetário das mudanças climáticas e de prevenir riscos decorrentes de desastres naturais e de situações criadas pela ação humana.
O tema da SNCT 2011 foi escolhido em função da sua relevância global, atualidade e importância para a população brasileira. Um objetivo será discutir em todo o país, nas instituições de ensino e pesquisa e em eventos públicos, os diversos aspectos e as evidências científicas sobre o impacto das atividades humanas no clima do Planeta e as medidas preventivas mais adequadas a serem adotadas em escala local e global. 
Em nosso país não há ainda uma tradição consolidada de prevenção de riscos. Os acontecimentos trágicos de enchentes e deslizamentos, em regiões como Santa Catarina e na Região Serrana do Rio de Janeiro, de seca na Amazônia e no Rio Grande do Sul e de enchentes em várias regiões do país atestam a importância de se estimular o debate e o treinamento, nas escolas e em toda a sociedade, de como prevenir riscos e diminuir os impactos dos desastres naturais. A ciência e a tecnologia são elementos essenciais para a previsão, prevenção e minimização desses impactos. 
Por outro lado, a Assembléia Geral das Nações Unidas declarou 2011 como o Ano Internacional da Química (AIQ) e está estimulando todos os países a realizarem atividades com o objetivo de aumentar a consciência coletiva sobre a importância da química e suas contribuições para o bem estar da humanidade. Na SNCT 2011 serão promovidas atividades voltadas para o lema do AIQ no Brasil: “Química para um mundo melhor”. 
Convidamos as instituições de pesquisa e ensino, universidades, escolas tecnológicas e profissionais, secretarias estaduais e municipais de C&T e de educação, fundações de apoio à pesquisa, órgãos governamentais, espaços científico-culturais, escolas de todos os níveis, entidades científicas e tecnológicas e da sociedade civil, ONGs, empresas, cientistas, professores, pesquisadores, técnicos, estudantes, comunicadores da ciência e todos os interessados a colocarem a data da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2011 em suas agendas, a iniciarem o processo de sua preparação e a participarem intensivamente de sua realização. 
Aloizio Mercadante
Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia