
post de Cecília Favali
Para começar, adorei ler esse artigo! Foi bom rever os conceitos sobre o CTLA4. Bem, todos nós sabemos da importância das células dendríticas (DCs) na conexão da resposta inata e adquirida. Tais células são apresentadoras de antígenos profissionais e são essenciais na ativação de células CD4 e CD8. Já é de conhecimento comum a http://www.blogger.com/img/blank.gifsua obtenção a partir de precursores da medula óssea e também a partir de monócitos. Não vamos entrar na discussão dos subgrupos pois não é o foco do artigo. O interessante aqui é perceber que a interação DC-linfócitos deve ser regulada, óbvio. Assim, a função inibitória do CTLA4 (CD152) é aqui estudada no contexto das DCs.
Primeira surpresa para esta que vos fala é saber que DCs expressam o CTLA4 e podem regular a resposta de células T via catabolismo do triptofano. Dados da literatura demonstram que CD11c+DCs obtidas de camundongos com artrite experimental e tratadas com CTLA4-Ig eram capazes de minimizar a doença após transferência adotiva via expansão de CD4+CD25+Foxp3+ (Ko et al, 2010). Assim, o objetivo do trabalho foi verificar a expressão de CTLA4 em DCs humanas derivadas de monócitos bem como os seus efeitos na diferenciação e maturação. Os autores verificaram haver CTLA4 intracelular e na superfície das DCs maduras (LPS+TNF-a) estando ausente nas imaturas.
É interessante ressaltar a análise na população CD1a+ e CD1a- (sim, podemos considerar as CD1a- como DCs considerando o conjunto dos demais marcadores! Lembro disso no DC2009). As DCs CD1a- expressavam apenas CTLA4 de superfície enquanto que nas CD1a+ havia tanto intracelular quanto de superfície. Os dados de citometria foram confirmados por RT-PCR. Quando as iDCs foram transferidas para uma placa com anti-CTLA4 e estimuladas com LPS e TNF-a para maturação, esta era inibida (redução em 70% do MFI do marcador de maturação CD83). Interessante foi verificar a estabilidade na expressão dos demais marcadores avaliados (CD80, CD86 e HLA-DR).
O próximo e óbvio passo foi checar o MLR e a apresentação de antígenos (dose dependente). Conforme esperado, os autores verificaram um MLR menos intenso e uma menor resposta autóloga específica para as mDCs cultivadas com anti-CTLA4. Por fim, verificou-se que o anti-CTLA4 não inibia a endocitose das iDCs. Esse último resultado foi meio desnecessário uma vez que praticamente não havia expressão de CTLA4 em iDCs.
Concluindo, cerca de 10% das DCs CD1a+ expressam CTLA4 intracelular. Seriam essas DCs regulatórias? Bem, nas células T a molécula é essencialmente reguladora causando inibição do ciclo celular, indução de IDO por DCs e alteração da mobilidade celular entre outras ações. Sim, nas DCs a molécula também é reguladora mas os mecanismos ainda são obscuros. Aparentemente há uma regulação bidirecional entre DCs e células T. O artigo demonstrou que a utilização do anticorpo que ativa CTLA4 em DCs diminui sua maturação e apresentação de antígenos. Embora apenas 10% das DCs expressem CTLA4, sua função de regulação é bastante consistente. Estamos diante de mais uma marcador das DCs reguladoras e aqui amplia-se a discussão sobre os subgrupos e funções das DCs, as mais versáteis do Sistema Imune. Impossível não se apaixonar!
Referências:
Wang XB, Fan ZZ, Anton D, Vollenhoven AV, Ni ZH, Chen XF, & Lefvert AK (2011). CTLA4 is expressed on mature dendritic cells derived from human monocytes and influences their maturation and antigen presentation. BMC immunology, 12 PMID: 21414236
Ko HJ, Cho ML, Lee SY, Oh HJ, Heo YJ, Moon YM, Kang CM, Kwok SK, Ju JH, Park SH, et al.: CTLA4-Ig modifies dendritic cells from mice with collagen-induced arthritis to increase the CD4+CD25+Foxp3+ regulatory T cell population. J Autoimmun 2010, 34:111-20
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