Uma pesquisa do Eurobarometro (em pdf) para a Comissão Européia, em junho, mostrou que mais europeus estavam interessados em descobertas científicas e desenvolvimento tecnológico (80%) que em esportes (65%). A grande maioria reconhece os benefícios da ciência. Além disto, 66% acredita que os governos deveriam se esforçar para interessar mais jovens em ciência. Chega a 75% a cifra dos que acreditam que a ciência criará melhores oportunidades para as futuras gerações.
Nem tudo é tão bom para os cientistas nesta sondagem. Muitos crêem que os cientistas estão olhando para perguntas tão específicas que perderam a capacidade de ver os problemas com uma perspectiva mais ampla (gráfico acima)
- 57% dos entrevistados acha que os cientistas deveriam se comunicar melhor com o público em geral;
- muitos têm medo dos riscos das novas tecnologias;
- muitos temem o poder dado aos cientistas;
Pior:
58% dos entrevistados concordou com a afirmativa:
“Nós não podemos acreditar que os cientistas digam a verdade em relação aos pontos científicos e tecnológicos que sejam controvertidos pois eles dependem cada vez mais do dinheiro da indústria.” (gráfico abaixo)
Mais de 50% dos entrevistados concordou com:
devido ao seu conhecimento, os cientistas “têm um poder que os torna perigosos.” Somados aos 23% que não tinham opinião ou não concordaram nem discordaram, significa que apenas 24% dos cidadãos europeus acredita que os cientistas não são perigosos.
A maioria (63%) acredita que os cientistas que trabalham nas universidades e no governo são melhor qualificados para explicar os avanços. Os cientistas na indústria foram considerados melhor qualificados por 32% dos entrevistados e os jornalistas por somente 16%.
No levantamento de 2005, 78% da população européia concordava que a ciência torna sua vida mais saudável, mais fácil e mais confortável. Contudo, esta afirmativa só teve apoio de 66% dos entrevistados em 2010. O futuro da ciência passa por reverter este ceticismo.
Quem tem a responsabilidade de promover esta comunicação? Na Europa, parece claro: os cientistas nas universidades e nos institutos governamentais. Como é esta situação no Brasil?
Recentmente (JI, vol 185, 2010) os editores do JI salientaram a facilidade da comunidade científica de fazer pesquisa, de treinar estudantes e de apresentar seus resultados em congresso em paralelo à dificuldade dos mesmos de comunicar ao público não-científico suas descobertas e a importância das mesmas. Para tentar melhorar isso, o JI lançou uma nova sessão chamada "Translating and Communicating Immunology" e o primeiro artigo trata dos inibidores do TNFa e como essas moléculas melhoraram a vida dos pacientes com RA.
ResponderExcluirNessa ótica, a SBI, por exemplo, poderia pensar em artigos similares de divulgação, seja no SBlogI, nos periódicos brasileiros, etc. Ao mesmo tempo, nas reuniões anuais da SBI, poderia-se pensar em palestras voltadas especicamente para profissionais de saúde (comunicando a imunologia) e, sobretudo, para estudantes de ensino médio. A sensibilização dos estudantes, ao meu ver, teria um efeito multiplicador tremendo: divulgando a ciência, mostrando sua importância e, quem sabe, despertando os talentos para a pesquisa.
Camila
Muito bom!!!...
ResponderExcluirCiência nunca vai procurar a verdade, mas sim aquilo que a comunidade acredita, e a verdade esta longe demais...
acredito nos múltiplos fatores alterando toda a ciência, e fico meio duvidoso sobre a politica esportiva e cientifica la e aqui no brasil...
Na comunidade Euro, ja nao precisa de tanto incentivo no esporte, aqui precisamos, como bem como, a maioria dos resultados científicos, são guardados em papers, sem aplicatividade social.
Muita pesquisa e desenvolvimento para pouca extensão...