Post de Marcia Weber Carneiro (LIP/CPqGM-FIOCRUZ)
A revista Veja desta semana (a que tem o Obama na capa) traz uma reportagem interessante sobre os avanços da ciência brasileira. A matéria apresenta a história de sucesso de diversos cientistas brasileiros, em diferentes áreas, e também, ressalta nosso elogiado progresso: a ISI Web of Knowledge, a base de dados da agência americana Thompson Reuters mostra que, apesar dos investimentos em ciência serem muito baixo tanto pela iniciativa privada quanto pelo governo (representa apenas 1,2% do PIB nacional), o Brasil vem superando suas dificuldades. O número de artigos publicados em revistas de primeira linha aumentou de 64 083 (ano 2000 a 2004) para 118 239 (ano 2005 a 2009). Com isso, a posição do Brasil no ranking de publicações subiu do 17° lugar para o 15°. Além disso, o número de citações de artigos brasileiros por outros cientistas aumentou de 158 609 para 359 213, elevando o posto de 22° para 19° no ranking de citações. Mesmo assim, ainda existem problemas que devem ser solucionados para que a ciência possa avançar com passos maiores. Dentre eles podemos citar maior investimento privado e governamental, além da necessidade em diminuir a sobrecarga fiscal, barreiras alfandegárias e sanitárias sobre produtos importados, o que atrasa ou impossibilita pesquisas nacionais.
A revista também traz uma entrevista com o imunologista Dr. Jorge Kalil, que atualmente assume comando do Instituto Butantan, principal responsável pela produção nacional de vacinas e soros. O Dr. Kalil fala das dificuldades na burocracia do país, onde um produto pode ficar meses retido na alfândega, o que atrasa a obtenção de resultados. Ele também aponta a necessidade de que as pesquisas têm de ser mais competitivas, buscando um foco com aplicações práticas que tenham mais respaldo internacionalmente.
Vale a pena conferir a matéria pois raramente nossa profissão, avanços e dificuldades são apresentados ao público leigo.
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