Uma mulher e seu médico no consultório:
- Doutor, minha mãe e minha avó tiveram câncer de mama. Devo fazer o exame para detectar mutações dos gens BRCA1 e BRCA2?
- Deve sim. O exame custa 3.500 dólares.
- Porque tão caro?
- É que estes gens estão patenteados desde 1995 e a companhia dona da patente determina o preço.
Isto é verdade. A companhia se chama Myriad Genetics e foi fundada por pesquisadores da Universidade de Utah que descobriram as mutações em 1993.
Assim, com pequenas alterações de tradução e forma, começa um interessante post de Pere Estupinya no seu blog Apuntes Científicos. O blog, aninhado no El Pais, é muito interessante e desperta muita atenção. Os posts recebem um número alentado de comentários (ou inveja….).
Em maio do ano passado, falamos desta companhia e destas patentes (Pacientes e patologistas contra patente de gens), comentando uma notícia do New York Times sobre uma causa judicial movida contra o patenteamento de gens. Este ano o Boston Globe tratou desta questão (Protect biotech research, but not by patenting genes) veja o que eles dizem:
“Under US patent law, no one can patent what occurs in nature. Inventors can patent the microscope that zooms in on an insect in the Amazon rainforest - or a drug that they invent based on the insect’s DNA - but not the insect itself. Yet for the past three decades, the US Patent and Trademark Office has been doling out exclusive patent rights to companies and universities for gene sequences they isolate from human chromosomes. In effect, researchers who discover what a specific gene does can retain the exclusive right to study it, and develop tests and therapies related to it.”
Pere segue deste ponto para tratar das patentes da indústria farmacêutica:
¿Cuál es el problema fundamental que pervierte la innovación en el desarrollo de nuevos medicamentos? Uno tan claro como éste: El coste de la investigación se recupera con el precio final en las ventas.
... La responsabilidad social de la industria farmacéutica es diferente. Y la manera en que está organizado el sistema de patentes actual conlleva una serie de consecuencias negativas:
a) Enfermedades olvidadas: No hay incentivos económicos suficientes para investigar en enfermedades que afectan desproporcionadamente a países en desarrollo sin capacidad de pagar precios altos por los medicamentos. Ejemplos: herramientas de diagnostico para la tuberculosis, o tratamientos para la enfermedad del chagas.
b) Las farmacéuticas gastan mucho más dinero en marketing y promoción que en I+D. En EEUU, hasta el doble según este estudio reciente.
c) Existe mayor interés económico en retocar fórmulas y patentar productos secundarios sin mejora terapéutica importante, en lugar de fármacos que afectan a pocos individuos, o a países pobres, y que requieran altos costes de innovación.
d) Muchos medicamentos se comercializan a precios demasiado altos para ser asequibles a pacientes y gobiernos, incluso del primer mundo.
e) Enfermos de Sida en países en desarrollo no pueden acceder a medicamentos más efectivos de segunda y tercera generación porque las patentes bloquean la producción de genéricos.
En fin, si otorgamos derechos exclusivos a las compañías farmacéuticas para recuperar los costes de la innovación, su comportamiento en el mercado tiende a ser monopolista, imponiendo barreras a la competencia para retardar la entrada de productos genéricos en el mercado. En Europa, la Comisión Europea se ha percatado del problema y está investigando el funcionamiento del sector farmacéutico con el objetivo de “averiguar por qué las farmacéuticas no fabrican medicamentos innovadores y por qué no aparecen genéricos alternativos más baratos".
O assunto é bastante complexo. Quanto ao patenteamento de gens, não me resta dúvida que não se deve fazê-lo, como já previsto na legislação atual em muitos países. Quanto ao desenvolvimento de fármacos, devemos nos perguntar: Sem a proteção intelectual, e possibilidade de retorno dos gastos, a indústria investiria neles? Leia o post de Pere no Apuntes Científicos.
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