Da Assessoria de Comunicação Social do CNPq
O anúncio foi feito ontem (09/03) pelo presidente do CNPq, Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho, durante reunião da Diretoria Executiva da agência. O reajuste médio foi da ordem de 21%, com destaque para a bolsa de pós-doutorado, que passou de R$ 2.218,56 para R$ 3.200,00, um acréscimo de 44% (ver tabela abaixo). As bolsas de Iniciação Científica (IC) foram as mais beneficiadas no quantitativo: passaram de 29 para 43 mil, um incremento substancial de 14 mil bolsas, ou cerca de 48%.
Aragão disse que o CNPq trabalha este ano com um cenário de 90 mil bolsas, incluindo todas as modalidades. Atualmente são cerca de 72 mil. Contribuirão também para esse aumento as novas concessões, a partir deste mês, de bolsas de Produtividade em Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico – que passarão das atuais cerca de 12 mil para mais de 14 mil – e de mestrado e doutorado, com 1.800 novas concessões.
Nem todas as modalidades de bolsas tiveram seus valores reajustados. Segundo o presidente do CNPq, foram contempladas agora apenas aquelas que não tiveram reajustes na última revisão dos valores, feita em 2008, caso das bolsas de Iniciação Científica, Apoio Técnico, Pós-Doutorado, Pós-Doutorado Sênior e Produtividade em Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico.
O incremento no número das bolsas de Iniciação Científica se dá em um momento em que o país dedica especial atenção ao setor de ciência, tecnologia e inovação, que este ano foi contemplado com o maior orçamento federal de sua história, mais de R$ 7 bilhões. As bolsas de IC têm papel estratégico na formação de pesquisadores qualificados, pois são com elas que os professores procuram d espertar vocação científica e incentivar novos talentos potenciais entre estudantes de graduação e ensino médio. Estudos já comprovaram que o estudante que é iniciado muito cedo no mundo da ciência reduz o tempo de titulação no mestrado e doutorado.
As bolsas de IC contemplam três categorias de estudantes: de graduação universitária, mediante participação em projeto de pesquisa, orientados por pesquisador qualificado (PIBIC); de estudantes do ensino técnico e superior para o desenvolvimento e transferência de novas tecnologias e inovação (PIBITI); e de estudantes do ensino fundamental, médio e profissional da Rede Pública, mediante sua participação em atividades de pesquisa científica ou tecnológica, orientadas por pesquisador qualificado em instituições de ensino superior ou institutos/centros de pesquisas (IC Júnior). Para conhecer todas as modalidades de bolsas do CNPq acesse http://www.cnpq.br/bolsas/index.htm .
QUADRO DE REAJUSTE DAS BOLSAS | |||
A partir de 01/março/2010 | |||
MODALIDADE | DE | PARA | % REAJUSTE |
IC e PIBITI | 300,00 | 360,00 | 20% |
Apoio Técnico - NS | 483,01 | 550,00 | 14% |
Apoio Técnico - NM | 300,00 | 400,00 | 33% |
Pós-Doutorado | 2.218,56 | 3.200,00 | 44% |
Pós-Doutorado Sênior | 3.000,00 | 4.000,00 | 33% |
PQ-1A | 1.254,00 | 1.500,00 | 20% |
PQ-1B | 1.185,00 | 1.400,00 | 18% |
PQ-1C | 1.116,00 | 1.300,00 | 16% |
PQ-1D | 1.011,00 | 1.200,00 | 19% |
PQ-2 | 976,00 | 1.100,00 | 13% |
DT-1A | 1.254,00 | 1.500,00 | 20% |
DT-1B | 1.185,00 | 1.400,00 | 18% |
DT-1C | 1.116,00 | 1.300,00 | 16% |
DT-1D | 1.011,00 | 1.200,00 | 19% |
DT-2 | 976,00 | 1.100,00 | 13% |
Aproveitando esse momento positivo de reajuste e aumento das bolsas e ainda a proximidade do dia internacional da mulher, vou colocar algo para a estimular a discussão. Existem diferenças que deveriam ser levadas em conta nos critérios de concessão das bolsas de produtividade. Tenho um exemplo excelente aqui na UnB onde um jovem casal de professores, teve 2 filhos nos últimos 4 anos. Ambos são pesquisadores. O marido consegue a bolsa de PQ. Claro, sua vida científica não sofreu maiores "danos". A esposa teve que parar sua carreira por conta dos filhos. Bolsa de PQ para ela nem pensar. A avaliação deveria levar em conta essas sutilezas no momento da concessão das bolsas. Quem sabe reservar certa porcentagem para mulheres, mantendo uma boa proporção na distribuição entre homens e mulheres talvez. O que os leitores (e o autor) do blog acham? Acho que vou levantar essa bandeira...
ResponderExcluirCecília,
ResponderExcluirConcordo que o aspecto levantado por você deve ser considerado. Por outro lado, como resolver a situação não é simples.
O assunto é complexo e criar quotas para cada situação tem problemas. Afinal ficaria quase impossível distribuir bolsas e recursos levando em conta tantos aspectos.
De todo modo, creio que a discussão é importante e deve ser levantada.
O que vocês acham se bolsas de produtividade (ou outras como ICs, M, D, PD) fossem atreladas a projetos aprovados? Abços, André.
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