Reportagem do Estadão (06.fev.2010):
"Objetivo é evitar tragédias causadas por evento natural ou ação humana
A antiga Colônia Juliano Moreira, inaugurada em 1924 como instituição psiquiátrica para "alienados", em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, deverá abrigar um grande centro de pesquisas para redução de desastres. O local escolhido foi o Pavilhão Nossa Senhora dos Remédios, que recebeu durante décadas mulheres tuberculosas com problemas de saúde mental.
Fica no trecho da colônia cedido pelo governo federal à Fundação Oswaldo Cruz, onde será instalado o campus Fiocruz da Mata Atlântica. Inserido no Parque Estadual da Pedra Branca e vizinho do Projac (central de produção da Rede Globo), o terreno tem 500 hectares. Ocupa mais da metade da colônia e é do tamanho da Ilha do Fundão, na zona norte, onde fica a cidade universitária da UFRJ.
A Fiocruz está na colônia desde 2003, quando houve a cessão provisória do terreno, inicialmente para pesquisas de fitoterápicos. Em 2007, a fundação conseguiu garantir a cessão por 50 anos, e em 2008 iniciou-se o processo de doação definitiva, que só será concluído com a regularização fundiária. O novo centro de pesquisas é apontado como "âncora" do projeto tocado pela instituição.
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Além da Fiocruz, UFRJ, UFF, Governo do Estado e Secretaria Nacional de Defesa Civil também estão envolvidos no projeto do centro de pesquisas. A ideia é criar cursos de especialização, mestrado e doutorado. "O objetivo é tratar de fenômenos extremos, desastres naturais e antrópicos, das relações entre saúde e ambiente. São grandes temas que estão emergindo", diz Silva.
Ele cita como exemplos mudanças climáticas, zoonoses, bioterrorismo, poluição química e ações para prevenir enchentes e deslizamentos de terra - como os que mataram 53 pessoas em Angra dos Reis e na Ilha Grande, no réveillon.
"Não há previsão para fenômenos extremos. Mas há a possibilidade de se fazer um trabalho de prevenção. É aí que entra a Fiocruz", diz o coordenador. "Queremos criar uma sala de situação e formar massivamente especialistas na área. A gente não tem isso hoje. Falta ação prévia de diagnóstico, como classificar áreas de risco. Efeitos podem ser evitados."
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Também está previsto no projeto um Centro Nacional de Desenvolvimento de Produtos Naturais, ao custo de R$ 12 milhões, e mais R$ 10 milhões para recuperação de prédios históricos, pavimentação e saneamento. Esse dinheiro sairia do Ministério do Planejamento.
A Fiocruz apresentou ainda ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) projetos para a construção de uma vila olímpica, um complexo educacional com horto-escola, um centro cultural e um parque ecológico dentro do campus. "Isso foi levado ao Comitê Olímpico Internacional no livro para a Rio 2016. Estamos usando a chancela para buscar financiamentos", conta Silva. Segundo ele, técnicos da entidade fizeram um estudo em que foi levantada até a carência de vagas (9 mil) no ensino médio naquela região da zona oeste."
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