Só não teve problemas com revisores de artigos científicos quem nunca enviou um artigo para publicação em revista com revisão por pares. Sempre há uma pergunta sem sentido, sempre há um comentário inútil, sempre há algo que demonstra que o revisor não prestou tanta atenção quanto deveria, quase sempre há uma pergunta embaraçosa, quase sempre há um comentário desnecessário, quase sempre há algo que demonstra que o revisor não entende do campo, às vezes há comentários mal educados, grosseiros etc.
Esta ladainha é repetida mesmo pelos autores que também são revisores (afinal por isto a revisão se denomina por pares).
Já teve estes problemas (ou fez alguém ter estes problemas?), então os seus problemas estão prestes a se acabar. Dr. Bruno Andrade descobriu na literatura a solução tabajara para a resposta aos revisores. Esta miraculosa fórmula para elaborar respostas (ou entendê-las, se no momento estiver do outro lado) foi publicada no Canadian Medical Association Journal por Daniel Rosenfield e Steven J. Hoffman “Snappy answers to stupid questions: an evidence-based framework for responding to peer-review feedback” (CMAJ Dec 8, 2009 • 181(12) DOI:10.1503/cmaj.091164).
Depois de apresentar elaboradas escalas de tolices (Scale of Silliness - SOB), de beligerância (SOB) e um Índice de Reflexividade do Humor (Mood Reflective Index - MRI) eles apresentam o modelo (baseado em evidências) para resposta aos revisores que é apresentado na figura abaixo que ilustra este post.
Imagino que terá sido mero acaso que as escalas apresentadas reproduzem siglas conhecidas: SOS para socorro e SOB para filho da ...
Uma das melhores partes do artigo é o Disclaimer:
“Disclaimer: The SATSQ approach expedites the peer-review process and allows for faster response times because submissions may be rejected more hastily than usual. The SATSQ approach is designed for use in responding to silly comments only. Most peer-review feedback — which hopefully carries at least some value, intellect and depth — does not require the use of obscenities or biting sarcasm. This approach is intended only for use with high-quality articles or research grants that reviewers either did not understand or did not give sufficient attention. Poorly written, under-researched or plainly unintelligible submissions probably deserve the comments received, and have no claim to legitimate use of the described framework. Readers working under authoritarian regimes beware! You may not enjoy the same guarantees of academic freedom and should temper your responses accordingly. The authors hereby dissolve themselves of all liability for the consequences of indiscriminate use of the SATSQ approach.”
Caso resolva adotar o esquema proposto, saiba que este blog não assume qualquer liability (nem os autores o fazem).
Veja também o conselho do Dr. Luis Claudio Correia, um especialista em Medicina Baseada em Evidências: “Antes de aderir a esta atraente proposta, precisamos de evidências de que isso não aumenta a taxa de rejeição. Por enquanto, permaneço com a postura mais polida.”
Como será que foi a trajetória deste paper de Rosenfield and Hofmann em termos de peer-review (interrogação). Cheers!
ResponderExcluirLuis Marcelo
Manoel:
ResponderExcluirMe encanto el articulo y el trabajo en el journal canadiense.
Gracias.
Pode até ser que uma conduta como a do Luis seja mais adequada, mas nós precisamos sim tomar uma atitude contra a arrogância desnecessária de alguns revisores. Vou levantar uma tópico adicional para discussão: Sou a favor da divulgação do nome do revisor no processo.
ResponderExcluirE aí?
Abraços saudosos
Eu não sei se dizer o nome vai mudar isso, as pessoas têm que mudar a atitude e não se esconder atrás do anonimato. Talvez diantes de comentários de SOBs, seja importante escrever ao editor e relatar os fatos. Talvez estejamos pecando em reclamar somente, sem atitudes pró-ativas. Abraço Bruno! Camila
ResponderExcluir