As recentes confirmações que alguns dados de relatórios (de instituições importantes) sobre o aquecimento global continham dados falsos, erros grosseiros, omissões etc, denominado de Climategate, levanta vários aspectos passíveis de discussão. Há uma grande discussão na imprensa sobre a existência do aquecimento global, porém muito menos luz sobre os aspectos éticos do caso e, sobretudo, sobre a ameaça à liberdade científica, exercida neste caso por órgãos ambientalistas e autoridades políticas.
Os último relatório do Painel Intergovernamental sobre o Cambio Climático (IPCC) afirmava que os glaciares do Himalaia se fundiriam em 2035. O próprio IPCC acabou reconhecendo que esta afirmativa não estava correta, os dados eram falsos e havia também erros grosseiros sobre o aumento da temperatura na China. Isto levou, por parte dos opositores às medidas de proteção ao clima, ao questionamento sobre o próprio aquecimento global. Não parece ser o caso. Ainda há um apoio majoritário da comunidade científica aos dados que confirmam o aquecimento global, mesmo excluídos este erros. Não se pode negar, contudo, que a credibilidade dos órgãos como o IPCC ficou seriamente abalada.
Não há dúvida quanto ao dano moral, quando se relembra que o climategate começou com o vazamento de uma e-mensagem, do então diretor do Centro de Investigação do Clima da Universidade de East Anglia, que dizia: “Acabo de completar o truque de Mike na Nature de adicionar a temperatura real a cada uma das séries para os últimos 20 anos, e desde 1961 para as de Keith para ocultar a queda”.
Há que se considerar também que o início do escândalo provêm de uma correspondência que foi obtida de maneira indevida.
Um ponto a ser discutido é até que ponto as pressões de organizações ambientalistas e de políticos levaram aos comportamentos condenáveis observados no relatório do IPCC.
Há muito se discute a pressão da indústria farmacêutica em relação à análise e divulgação de dados científicos, agora podemos estar frente a uma situação semelhante, mutatis mutandis, de pressão externa devido a interesses. O próprio presidente do IPCC tem sido questionado em termos éticos, já que o instituto que dirige, na Índia, recebe financiamento de empresas que podem obter lucros com o avanço da tecnologia das energias renováveis. Haveria um conflito de interesse?
Complicadíssimo avaliar esse tipo de coisas. Só me lembra as dúvidas quanto ao alarmismo criado em volta da gripe A.
ResponderExcluirBom fazer uma observação a respeito do significado de 'truque' e de 'queda'. O truque tem o sentido aí de uma técnica engenhosa e não um artifício malicioso. E a queda se refere à queda de temperatura *prevista* usando-se dados dendroclimático - queda em relação à temperatura *medida* com instrumentos. Não há então uma queda de temperatura verdadeira.
ResponderExcluir[]s,
Roberto Takata
É complicado, mas ainda estou dando mais razão ao pesquisador brasileiro que diz que a terra está esfriando. Como não vou viver o suficiente para ver o fim desta discussão...rsrs
ResponderExcluirPara registro veja:
ResponderExcluir“Scientists, just like every other trade - bus drivers, lawyers and bricklayers - are a mix. Most are pretty average, a few are geniuses, some are a bit thick, and some dishonest.”
John Krebs, zoologist and principal of Jesus College, Oxford, takes on those who claim something has ‘gone wrong with science’ in the wake of climate-gate (The Times).